"Ser diferente é normal" foi o recado de pessoas com síndrome de Down em comemoração no Congresso
"Ser diferente é normal" foi o recado de pessoas com síndrome de Down em comemoração no CongressoPessoas com síndrome de Down e seus parentes levaram hoje (21) aos parlamentares e autoridades presentes no Congresso Nacional para as comemorações do Dia Internacional da Síndrome de Down um recado simples e direto: “Ser diferente é normal”. Já no início da cerimônia, o portador da deficiência Eduardo Gontijo Vieira Gomes, o Dudu do Cavaco, de 21 anos, emocionou o público ao utilizar o instrumento para executar o Hino Nacional Brasileiro. Tímido e ao mesmo tempo entusiasmado por mostrar seu talento, Dudu contou que começou a tocar ainda pequeno, incentivado por seu primo Igor. “Ficava com muita vontade de aprender quando o via tocar”, contou. O mineiro de Belo Horizonte encarou as aulas e não largou mais o cavaquinho. Ele, entretanto, fez questão de se especializar no pandeiro e repinique, espécie de tambor pequeno que tem o som mais agudo. “Tenho uma banda em Belo Horizonte chamada Trem dos 11. Nos apresentamos todos os sábados”, disse Dudu, empolgado. Na cerimônia, uma exposição de quadros e fotos, de autoria de pessoas com Down, encantava os visitantes. A artista plástica Melina Pedroso, de 28 anos, mostrava com orgulho suas obras. Portadora da síndrome, ela mostrou-se entusiasmada com o trabalho que faz. “Gosto muito do que faço, a pintura é uma forma de relaxar”. Muita cor e pessoas sem rostos definidos são as características das obras de Melina. É o caso, por exemplo, do quadro Os Menininhos, com crianças sem qualquer expressão facial. Perguntada sobre a ausência de rostos em suas obras, Melina argumentou: “É porque, para mim, todas as crianças são felizes”. Dessa forma, ela pôde mostrar que as pessoas são iguais independentemente de serem portadoras da síndrome ou não.
O portador de Down Kalill Tavares, de 21 anos, também esteve na cerimônia de comemoração do Dia Internacional da Síndrome de Down e contou de como desafiou as limitações e passou no primeiro vestibular de 2012 da Universidade Federal de Goiás (UFG), para o curso de geografia. Para conseguir esse êxito, disciplina e dedicação não faltaram. “Estudei três horas por dia. Não tive muitas dificuldades na hora da prova”, contou. Para proporcionar uma boa convivência com o jovem calouro, os professores da UFG fizeram uma reunião com a mãe dele para avaliar o modo como lidar com Kallil, uma vez que não tinham passado, ainda, por essa experiência. |