Após viagem ao exterior, empresários voltam com ideias e negócios concretizados
Após viagem ao exterior, empresários voltam com ideias e negócios concretizados
Um grupo de 14 empresários goianos da área de Tecnologia da Informação passou pela Alemanha, Portugal e Espanha, em visita a feira e parques tecnológicos
Márcia Abreu
De olho em inovação tecnológica, um grupo de 14 profissionais, representantes de empresas goianas, viajou para Alemanha, Portugal e Espanha. Graças ao Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) puderam conhecer a maior feira de Tecnologia da Informação (TI) do mundo, a CeBIT, que aconteceu em Hannover, na Alemanha. Mais importante que a viagem foi a troca de informação, a descoberta de novas ideias e produtos, e, sobretudo, os contratos fechados entre empresas goianas e estrangeiras. Os empresários retornaram animados e cheios de novidades.
Eles também conheceram três Parques Tecnológicos: Tagus Park, em Lisboa, Portugal; Parque Tecnológico de Andalucía, em Málaga, Espanha, e Distrito de Inovação, em Barcelona, também na Espanha. A missão foi uma iniciativa do Sebrae Goiás em parceria com a Comunidade Tecnológica de Goiás (Comtec), Sindicato das Empresas de Informática, Telecomunicações e Similares de Goiás (Sindinformática), Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg), Secretaria de Ciência e Tecnologia (Sectec) e Secretaria da Indústria e Comércio (SIC). A comitiva goiana passou 18 dias em viagem.
Para André Ramos, responsável pelo departamento de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Requisito Tecnologia, “a CeBIT foi fantástica.” É, segundo ele, uma oportunidade de fazer benchmarking (comparação dos produtos, serviços e práticas empresarias) em várias empresas do mundo. Ele ressalta a importância do Sebrae Goiás para a realização da viagem.
“É preciso pagar muito caro para se ter acesso a esse nível de conhecimento. A oportunidade de benchmarking que a CeBIT oferece é impar, única, tem-se que aproveitar muito”, diz André, completando que andou bastante, conheceu empresas que podem ser parceiras e produtos interessantes.
Para ele, o mais importante foram as reuniões que possibilitaram uma série de parcerias entre a Requisito Tecnologia e empresas estrangeiras. “Queremos trazer tecnologia e exportar nossos produtos. É uma via de mão dupla”, define.
Outro fator interessante da feira, segundo André Ramos, é a possibilidade de trocar ideias. É muito mais fácil acessá-los na CeBIT do que em suas rotinas de trabalho, diz ele. “Então a viagem foi excepcional. A network (rede de relacionamentos) que fizemos com os empresários que foram juntos, com as empresas brasileiras que lá estavam e com as estrangeiras é uma coisa fantástica.”
A Requisito Tecnologia conseguiu fechar negócios com empresas da Alemanha, de Portugal, da Espanha, da Bélgica e de outros países. “Foi muito proveitoso”, garante André Ramos.
O diretor de tecnologia da PCtel, Israel Wolf Alves, enfatiza a importância do Sebrae para o meio empresarial goiano. Conta que sua empresa sempre esteve muito antenada aos trabalhos do Sebrae relacionados à inovação. Essa é a segunda vez que eles vão à CeBIT. “Fizemos a missão em 2011 e começamos a organizar a ida de 2012 com o auxílio do Sebrae”, conta.
A PCtel desenvolve produtos para duas áreas: telecomunicações e medicina. Além do benchemarketing, Israel Wolf teve conversas iniciais com empresários do mercado de Voip, uma área que a empresa tem interesse. A expectativa é negócios sejam concretizados no Brasil.
O empresário Alfeu Magalhães é sócio da Onnet Systems, desenvolvedora e fornecedora de soluções (SFA e BI) para inteligência de negócios voltados a empresas de distribuição. Ele conta que a feira é tão grande que só é possível medi-la no momento em que está lá. “Imagine cerca de 10 alqueires e um parque Vaca Brava no centro. É gigantesca. Mesmo passando vários dias não foi possível visitá-la toda. Mas o interessante é que a gente sai de um “mundo limitado” [Brasil] para conhecer novos serviços”, opina.
O diferencial da missão deste ano, diz Alfeu, foi a presença de órgãos do governo. “Somou muito. Nós, empresários, esperamos que o Executivo estadual contribua com o setor de tecnologia da informação.” Alfeu fala sobre a visita que fez a um centro de pesquisa, onde estão aglomeradas mais de 70 empresas com trabalho de alta tecnologia. As soluções são feitas por encomenda. “É espetacular.”
A Seta Sistemas está há 16 anos no mercado. Esteve representada na Feira de 2011 e de 2012 por Ralph Rangel. O diretor conta que o mais lhe chamou atenção foi uma tecnologia chamada I-trekking, que consegue mapear o que o olho da pessoa está captando. Ele diz que isso poderia ser aplicado na área de educação. “Imagine uma criança que tenha dificuldade de locomoção ou limitação (síndrome de down, autismo), esta tecnologia diria o que atraiu a criança. Com base nisso pode-se direcionar o ensino para ela.” Ralph conta que participar das consultorias do Sebrae possibilitou uma grande virada em sua empresa.
Para ele, é possível fazer no Brasil é que é desenvolvido lá fora. “Vendo de perto você percebe que não é nada de outro mundo, o que eles fazem nós fazemos muito bem aqui no Brasil. O grande diferencial é o governo, que é o indutor da inovação.”
Leandro Martins é presidente da Comunidade de Tecnologia de Goiás (Comtec). De acordo com ele, o número de empresários que conseguiu se mobilizar para a missão internacional deste ano vai ficar para a história. Foi mais que o dobro, passando de 6 para 14. Ele enfatiza que a viagem é uma possibilidade que as empresas goianas têm de analisarem seus potenciais e, mais que isso, de conferirem a força que o setor de TI tem no mundo.
“Nessa feira estão as principais empresas de tecnologia do mundo e os principais centros de pesquisas; são expostos o que há de mais recente em aspectos tecnológicos de inovação. É uma oportunidade para que as empresas brasileiras possam se antecipar ao lançamento das novas tecnologias uma vez que muitas novidades foram apresentadas antes mesmo de serem lançadas.” A interação entre o público e a união entre governo e entidades de classe e academia (por meio da Universidade Federal de Goiás) também foram pontos positivos, diz o presidente da Comtec.
Para ele, o relacionamento entre empresa e universidade não é algo fácil. Leandro espera que a viagem contribua para o estreitamento dos dois setores.
Feiras são apropriadas para buscas de parcerias
Para a presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços do Estado de Goiás (Acieg), Helenir Queiroz, a viagem dos empresários goianos não contribui apenas com o setor de tecnologia da informação, mas para todos. É preciso saber, diz ela, para onde os seus concorrentes estão indo e quais as tendências de mercado. “Feiras são os lugares mais apropriados para se buscar parcerias, fornecedores e clientes. Você pega o seu ecossistema todo reunido em um ambiente só. Em três ou quatro dias se consegue fazer o que não se consegue de outras maneiras, que é ter acesso direto às empresas e às novidades do setor.”
O professor da Universidade Federal de Goiás, Tasso Leite, acompanhou a viagem dos empresários goianos junto com outro professor da UFG, Celso Camilo. De acordo com ele, esse contato potencializa uma interação entre o Instituto de Informática da UFG e as empresas de TI goianas. Ele salienta ainda que as empresas que tiveram mais resultados na Feira CeBIT são encubadas da UFG — entre elas, a Requisito Tecnologia.
No que diz respeitos aos parques tecnológicos, Tasso conta que foi possível perceber que eles existem com base na forte relação entre institutos de pesquisas e empresas. “Em todos os parques a presença de universidade é muito forte. Essa é uma lição que ficou. Não dá para o parque ser bem sucedido sem a presença da academia”.
O diretor-técnico do Sebrae Goiás, Wanderson Portugal, salienta que este ano Goiás teve a maior delegação do Brasil em número de empresários. “Existe uma promoção de eventos para a América Latina que esse ano nós aproveitamos bastante. Os nossos empresários fizeram a diferença, voltaram cheios de contatos, apresentaram seus produtos e conheceram outros inovadores. O seguimento da TI em Goiás está de parabéns pela participação na feira”, declara. Outro ponto destacado pelo diretor Wanderson Portugal foram às visitas aos parques tecnológicos.
O diretor-superintendente do Sebrae Goiás, Manoel Xavier, ressalta a importância de os empresários acompanharem trabalhos na Alemanha, Portugal e Espanha e compararem o serviço estrangeiro com o que é feito no Brasil. “É uma atuação de filosofia nossa. É preciso que nossas empresas, principalmente as micro e pequenas, tenham acesso ao que está acontecendo de melhor no mundo e saibam implantar isso dentro de seus ambientes.”
De acordo com Manoel Xavier, de nada adianta atuar em Goiás se as empresas não têm padrão mundial. É preciso que elas tenham alto nível de qualidade. “A feira contribui neste sentido, para que arranjem suas empresas, produzam lucros e frutos para suas atividades.”
Já os parques, assegura o superintendente do Sebrae Goiás, foram visitados para que empresários, governo e academia constituam um grupo de trabalho a fim de que em curto espaço de tempo se monte o Parque Tecnológico de Goiás. A cidade já foi escolhida: Anápolis, e o projeto abençoado pelo governador Marconi Perillo (PSDB).
Goiás terá Parque Tecnológico
Os Parques Tecnológicos visam atrair, criar, incentivar e manter empresas de base tecnológica e instituições de pesquisa e desenvolvimento como meio para a concretização de projetos de pesquisa e inovação tecnológica. O Parque Tecnológico de Anápolis deve ser instalado no Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia). A instalação ainda está em discussão. Mas se for lá a área será de 700 mil metros quadrados.
Os Parques Tecnológicos serão implantados na forma de projetos urbanísticos e imobiliários que delimitam áreas específicas para a localização das respectivas entidades. A instalação visa investimentos em pesquisa e a apropriação de novas tecnologias geradoras de negócios e viabilizadoras de competitividade econômica.
Além, disso, os representantes das 14 empresas visitaram três importantes parques tecnológicos europeus: Tagus Park, em Lisboa, Portugal; Parque Tecnológico de Andalucía, em Málaga, Espanha e Distrito de Inovação, em Barcelona, Espanha. O objetivo foi conhecer a estrutura e o funcionamento dos parques, os benefícios que as empresas alcançam ao se instalarem em áreas especialmente estruturadas para fomentar o desenvolvimento empresarial e estudar a possibilidade da implantação de parques semelhantes em Goiás.
A missão é iniciativa do Sebrae em Goiás, por meio do projeto de Tecnologia da Informação, Comunidade Tecnológica de Goiás (Comtec), Sindicato das Empresas de Informática, Telecomunicações e Similares de Goiás (Sindinformática), Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg), Secretaria de Ciência e Tecnologia e Secretaria da Indústria e Comércio. A comitiva goiana passou 18 dias fora do País.
Pela CeBIT passaram cerca de 350 mil visitantes; 25 companhias que expuseram na feira eram brasileiras. Em pauta, inovações nas áreas de banco, segurança da informação, telecomunicações, usuário final, governo e pesquisa, bem como de desenvolvimento e negócios.
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