Casal consegue direito a gravidez conjunta

Por meio de reprodução assistida, mulher doará óvulo para que companheira gere embrião

“Mais uma luta que tivemos de enfrentar foi vencida. E não vamos parar por aí”. A declaração é da assistente administrativa Michelle Generoso, de 34 anos, que vive uma relação estável homoafetiva com a servidora pública Thaise Prudente, de 28, e trata da autorização que as duas conseguiram junto ao Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) autorização para se submeterem às técnicas de reprodução assistida. A medida favorável do Cremego é a primeira do gênero em Goiás e irá possibilitar que Michelle doe seus óvulos, que serão fecundados pelo sêmen de um doador, para que Thaise gere o embrião.

Com o imenso desejo de se tornarem mães juntas, Michelle e Thaise protocolaram o pedido para a autorização da reprodução assistida no Cremego em junho do ano passado, mas a decisão só saiu no dia 31 do último mês de maio. “Foi um processo demorado, mas que valeu muito à pena. Recebemos a notícia com muita satisfação e temos certeza que o nosso caso abrirá portas para que outros casais homossexuais façam o mesmo”, declara Michelle.

Como não sabiam o tempo que demoraria o processo no Cremego e como Michelle passava por um tratamento nos ovários, o casal decidiu realizar uma inseminação artificial. “Não queríamos esperar muito, então marcamos a inseminação. A Thaise é quem dará prosseguimento à gravidez, caso dê certo”, conta. Thaise passou pela inseminação no último dia 29 e as duas aguardam ansiosas o resultado. “Após a inseminação é preciso aguardar cerca de 15 dias para a realização do exame de sangue que dirá se Thaise está grávida ou não”, explica.

O exame de sangue será realizado hoje, conforme Thaise. “Amanhã (hoje) já saberemos se vamos ter um bebê. Estamos muito felizes e ansiosas”, declarou. Caso a gravidez seja positiva, o casal irá utilizar a autorização do Cremego para terem o próximo filho. “Sempre planejamos ter dois filhos e com certeza vamos realizar nosso sonho”, acrescenta Michelle.

BANCO DE SÊMEM

Conforme conta a assistente administrativa, para a inseminação artificial, o casal adquiriu o sêmen de um banco que fica em São Paulo, ao custo de R$ 2,6 mil. As futuras mamães também receberam uma lista com características físicas e psicológicas dos doadores e puderam optar por cinco delas. A inseminação foi feita no Hospital das Clínicas da UFG pelo médico ginecologista Mário Appobato.

Source: O Popular