Entrevista Renata Vieira

Criado em 2001, em Campinas, interior de São Paulo, o grupo Coletivo 22 chegou a Goiânia com o ingresso de Renata Lima, diretora artística do grupo, no corpo docente do curso de Dança da UFG. Atualmente, o grupo reúne estudantes e professores de dança e teatro interessados em pesquisa e performance da cultura popular brasileira e da pratica da capoeira angola. Sobre a realização da mostra em Goiânia e as influências do grupo, Renata Lima conversou com o POPULAR. 

Como foi a escolha de repertório para apresentação do Núcleo de Dança Coletivo 22 em Goiânia?

Apresentamos na terça e ontem o espetáculo Rubro produzido em Goiânia, com estudantes e professores do curso de Dança da UFG. Hoje, amanhã e sábado, apresentamos o espetáculo Através, produzido em São Paulo e com bailarinos paulistas, ensaiados pela assistente de direção Juliana Klein.

 

Como é o processo de criação do grupo?

A capoeira angola faz parte do nosso processo de criação e sobretudo de nossa preparação corporal. O grupo tem uma ligação muito forte com o Centro de Capoeira Angola Angoleiro Sim Sinhô, coordenado pelo Mestre Plínio, de São Paulo, onde os bailarinos fizeram parte da preparação corporal.

 

Você ingressou agora na UFG. Como a dança de Goiás é vista em outros Estados?

Tive a grata surpresa de encontrar em Goiânia um cenário da dança na cidade muito vivo, ativo e criativo, com figuras expressivas e que tem batalhado artisticamente e politicamente por seu espaço

 

Qual o principal objetivo do Coletivo 22? Por que o número 22?

A ideia principal do Coletivo 22 é criar um espaço de encontro entre artistas e pesquisadores que se interessam pela cultura popular brasileira e pela investigação das possibilidades estéticas do encontro de símbolos da cultura popular com a dança contemporânea. No tarô o número 22 é representado pela carta O Louco. Nesta carta está um jovem leve e solto, que caminha a tocar flauta. Para O Louco, tudo é leve e solto. Isto pode trazer inquietação e atividade, pode trazer mudanças em relação aquilo que está estagnado.

 

Como é o cenário da dança contemporânea e seu intercâmbio com a cultura popular?

A cultura popular como temática é frequentemente abordada em espetáculos de dança moderna e contemporânea. No entanto, uma pesquisa aprofundada nesse universo, que permita o acesso aos saberes da cultura popular, suas técnicas, formas e poéticas, é ainda tímida. Mas o espaço da universidade é muito propício para esse tipo de confluência e pesquisa.

 

O coletivo abre espaço para pessoas que estão fora da universidade?

Sim. O grupo de estudo do Coletivo 22 em Goiânia e composto por pessoas que não têm vínculo direto com a UFG, como professores e interessados na pesquisa em cultura popular brasileira.

Fonte: O Popular