Em desvantagem

Não obstante a existência de uma política de reserva de vagas, as chamadas cotas, o concurso vestibular da Universidade Federal de Goiás (UFG) teve início ontem com ampla predominância de estudantes originários da rede particular de ensino.

Mais de 60 mil alunos cursaram o ensino médio da rede pública em Goiás, mas destes pouco mais de 14 mil se inscreveram ao vestibular da UFG. Por que tantos não tentam a sorte nessa universidade pública?

O principal motivo, sem dúvida, é de natureza socioeconômica: estudantes da rede pública se sentem com a obrigação de trabalhar mais cedo e muitos não se consideram capacitados a enfrentar o concurso de acesso a uma instituição como a UFG.

A desvantagem sofrida pelos estudantes da rede pública começa na verdade lá atrás, no início da aprendizagem, pois a escola particular proporciona melhor ensino e isso vai se acentuando, criando uma defasagem entre os alunos, até que eles concluem a fase do médio.

Não deveria ser assim, pois os direitos que vigoram em uma democracia preceituam uma igualdade que, na prática, no caso do ensino, está fora da realidade brasileira.

É precioso que se invista bem mais do que vem sendo investido para se assegurar a desejada qualidade do ensino. Trata-se de uma causa que exige a contribuição de todos e responsabilidade dos governos na qualificação da escola pública.

Source: O Popular

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