Mulher afirma conviver com materiais cirúrgicos no intestino
Maria de Jesus diz ter dores e limitações por suposto erro médico. Equipe médica diz que resíduos fazem parte de cirurgia
Há oito anos, a aposentada Maria das Dores de Jesus Santos, de 55 anos, convive com dores e limitações pelo que afirma ser erro médico. De acordo com a relatos apresentado às TV Serra Dourada, a mulher passou por uma cirurgia de intestino no Hospital das Clínicas (HC) – da Universidade Federal de Goiás (UFG) –, em Goiânia, e precisou colocar um dreno durante a recuperação do procedimento.
Segundo Maria das Dores, o dreno quebrou em seu ventre e, cinco dias depois, foi necessária uma outra cirurgia. No entanto, ela afirma que o material não foi retirado. Exames recentes da paciente mostram que também foram deixados grampos cirúrgicos em seu intestino.
Desde então a mulher não consegue mais trabalhar, convive com fortes dores abdominais e não pode nem se curvar. De acordo com ela, o incidente também lhe rendeu uma forte infecção, que precisa ser controlada com antibióticos caros, que custam – em média – R$ 180.
Maria das Dores conta que sua situação é ainda pior, uma vez que, desde a cirurgia , ela precisou se aposentar por invalidez. Hoje, ela sobrevive com a pensão no valor de um salário mínimo, ou seja, R$ 678. Dessa renda, ela precisa manter os remédios e pagar o aluguel da casa onde mora.
Apesar dos problemas financeiros, o único pedido de Maria das Dores é uma nova cirurgia para a retirada dos grampos. Entretanto, a mulher diz que os médicos que acompanharam o procedimento afirmam que os materiais não podem ser retirados.
HC
Ao ser informado sobre o caso, o diretor técnico do Hospital das Clínicas, Luís Arantes Resende, disse que Maria das Dores sofre de doença de chagas, o que seria a origem das dores relatadas por ela. O médico também afirma que o dreno não quebrou dentro da paciente e foi retirado no quinto dia, quando ela diz ter sido feito um segundo procedimento.
Conforme o diretor, a equipe médica se nega a retirar os grampos porque os materiais fazem parte da cirurgia. Ele explica que foi realizado um procedimento chamado Duhamel, que consiste em uma sutura mecânica e que precisa dos grampos para funcionar. Embora tenha explicado a cirurgia, Luís Arantes Resende preferiu não entrar em detalhes sobre a doença de Maria das Dores por se tratar de informação profissional.
Source: Diário da Manhã
Related Url: http://www.dm.com.br/texto/85682-mulher-afirma-conviver-com-materiais-cirargicos-no-intestino |
---|