Folias já são temas para mestrado
A tendência dos grandes poderes, como os impérios, é cair. Lembrando, caíram o Império Grego, o Império Romano, o de Napoleão... Caíram o Comunismo, o muro de Berlim, mas o Império bimilenar de Cristo, por ser verdadeiro, continua cada vez mais forte, incluindo a exploração do Seu nome por várias seitas.
No folclore as crenças e superstições se acendem e ascendem pelos tempos afora. Tudo pela aceitação do povo, que o povo é formado pelas camadas menos favorecidas da sociedade, tanto econômica quanto social e cultural. No entanto o povo é sábio, tudo que diz tem sabedoria – sabedoria popular – folclore. “A voz do povo é a voz de Deus” A maioria dos grandes homens que beneficiou a humanidade saiu do povo.
Ainda, exemplando, o carnaval chegou ao Brasil com o nome de entrudo, quando se faziam brincadeiras grosseiras sem que os ofendidos se incomodassem, como receber água de cima das janelas. O entrudo foi brincadeira bastante usada na velha Vila Boa, até o início do século passado.
Do latim, carnelevamen passou para carne, vale, que quer dizer adeus à carne. Antecipação da Quaresma com festa de muita carne. O carnaval, iniciado por populares cantando e batendo bumbo (Zé Pereira), no Rio de Janeiro, evoluiu saindo popularmente das ruas e adentrando os salões da alta sociedade, com riquíssimas fantasias, vencendo concursos.
Também as folias, principalmente de reis e do Divino, com o êxodo rural chegaram às cidades, conseguindo adeptos de profissionais liberais: médicos, advogados e engenheiros.
Ultimamente concedi várias entrevistas a professores universitários para os seus mestrados sobre as folias.
Em Itapuranga, antigo Xixá, no povoado das Lajes, a folia de reis visitou, neste ano, mais de 300 casas, na roça e na cidade, sob a direção do antropólogo da UFG, Jadir Moraes Pessoa, acompanhado dos moradores tradicionais e por outros de colarinho e jaleco, como os irmãos Wagmar (gerente do Banco do Brasil) e Wagner (odontólogo).
Estivemos, no Dia de Santos Reis, acompanhando a Folia de Reis de Malhador, no Condomínio de Chácaras de Alta Vista, em Senador Canedo.
Malhador é uma corruptela no município de Pirenópolis, cuja folia vem desde 1973.
Fazem parte dela os foliões da região mais os seus descendentes, capitaneados pelo anfitrião, embaixador com viola, ginecologista, Dr. Juarez Antônio de Souza, filho do fundador José Antônio de Souza. Também, o médico-sanfoneiro, Dr. Edilberto, a professora de acordeom Meire (grega)...
A caixa é o principal instrumento nas folias, pois é ela quem marca a cadência e rege a cantoria. Fazem parte também, a viola, o pandeiro, o cavaquinho e o reco-reco. A sanfona é introdução nova na folia e entrou no lugar da rebeca, que infelizmente a rebeca desapareceu do conjunto musical das folias, tanto de reis quanto do Divino.
A visitação teve início na chácara do professor Álvaro Catelan e encerramento na do anfitrião.
O cardápio também se sofisticou, porém, conservando as tradicionais macarronada com frango e almôndegas (almonga).
Participaram do evento os doutores Joaquim Serafim de Souza, Vanderlan Domingos e folcloristas Izabel Signoreli, Sônia Ferreira, Jadir e Cida, dona Leuza, Bete Brito...
Com as atuais conquistas da mulher, elas, hoje, estão presentes nas folias. E também as crianças para conservarem as tradições, porque os idosos foliões não são eternos.
Macktub!
Fuente: O Popular
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