Força Nacional conclui 20 inquéritos em dois meses

Após 60 dias atuando em Goiás, os agentes da Força Nacional Judiciária (FN) concluíram 20 inquéritos de homicídio que não haviam sido solucionados desde 2008. Pelo menos dez investigações foram concluídas em Goiânia e outras dez no município de Rio Verde, região sudoeste do Estado. Segundo informações repassadas pela assessoria de imprensa da Polícia Civil (PC), o trabalho resultou ainda na prisão de 13 pessoas suspeitas.

Pelo menos 34 policiais, 4 delegados, oito escrivães e 22 agentes da Força Nacional, vindos de vários lugares do Brasil, devem continuar por mais 180 dias em Goiás, já que o período de dois meses não foi suficiente para elucidar 2.950 casos de homicídios emperrados no Estado.

A parceria com a FN, estabelecida em setembro deste ano, visa atingir a Meta 2 da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), uma das bandeiras de combate à impunidade no país. A Secretaria de Segurança Pública do Estado disponibilizou aporte logístico aos policiais que chegaram para se juntar à Polícia Judiciária. O trabalho teve planejamento definido em conjunto pelos policiais goianos e os que integram a FN.

As equipes estão subordinadas ao delegado Alexandre Pinto Lourenço, chefe da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), com sede localizada em Campinas. Procurado pela reportagem, ele informou que estaria disponível para entrevistas apenas hoje de manhã.

Na época em que a FN chegou ao Estado, a Secretaria de Segurança Pública acreditava que um dos principais desafios que seriam enfrentados pelos agentes seria a identificação dos criminosos. Os obstáculos ocorreriam devido a problemas relacionados à falta de estrutura do Instituto de Identificação, que apresenta sistema antiquado, dificultando a localização de documentos necessários para desvendar os casos.

O sociólogo do núcleo de estudos em violência e criminalidade da Universidade Federal de Goiás (UFG), Dione Antônio Santibaes, acredita na necessidade de federalização dos crimes no Estado. “O que precisa é de federalizar toda a estrutura, desde a instrução do crime até o julgamento. Acredito nisso porque as instituições estaduais não têm estrutura. Há também envolvidos nos crimes, como por exemplo, policiais”, defende.

O especialista ainda avalia como necessária a prorrogação do prazo de atuação da FN. “Mas, se eles continuarem no ritmo que estão os 180 dias também, provavelmente, não será suficiente. Acredito em uma nova prorrogação”, diz.

Prorrogação
Na última quinta-feira (7), o Ministério da Justiça publicou, no Diário Oficial da União, uma portaria que dispôs sobre a prorrogação do emprego do efetivo da FN por mais 180 dias em Goiás. De acordo com a norma, a prorrogação será dirigida especialmente para a região metropolitana de Goiânia, para elucidação de homicídios.

O texto da portaria informa que o governo federal atende à manifestação expressa do governador de Goiás quanto à necessidade de apoio “nas ações de segurança pública e para preservação da ordem pública, da incolumidade das pessoas e do patrimônio, e na elucidação dos crimes de homicídio”.

Source: jornal O Hoje