Paralelo 16 destaca Propostas incomuns

 

Mostra será aberta com espetáculo da Quasar, no Teatro Goiânia, com participação do espectador no palco

domingo, 17 de novembro de 2013 | Por: Alex Vieira

Jaísa Gleice

A cia mineira Mário Nascimento apresenta o espetáculo Território Nu, no sábado

A cia mineira Mário Nascimento apresenta o espetáculo Território Nu, no sábado

A mostra de dança contemporânea Paralelo 16 dá início, a partir de quarta-feira, dia 20, a sua quinta edição. Até domingo, 24, o teatro Goiânia e o Centro Cultural da UFG vão abrigar as apresentações de companhias locais e nacionais, além de oficinas. A diretora-geral do Paralelo 16, Vera Bicalho, que também está à frente da Quasar Cia de Dança, afirma que os objetivos do evento são divulgar a dança como linguagem artística, formar novos públicos e fomentar o trabalho dos profissionais de arte da capital. “Nossa ideia é mostrar ao público goiano a qualidade das produções de dança contemporânea e apresentar propostas de forma diferenciada, que saiam do lugar comum”, disse Vera.

O evento será aberto de forma inusitada pela Quasar, nesta quarta-feira, às 20 horas, no Teatro Goiânia. O espetáculo No Singular, assinado pelo coreógrafo Henrique Rodovalho, propõe a temática sobre a velocidade de informação e a ampla interação das pessoas por meio das tecnologias digitais. E isso será visto no palco, de forma concreta, com a participação do público convidado a subir ao palco para integrar o espetáculo num determinado momento.

A produtora da companhia goiana, Gisele Carvalho, adianta que o passo a passo está postado no You Tube para quem quiser ensaiar. “Qualquer um poderá interagir, como propõe a essência da internet, mesmo os que não tiverem ensaiado”, explica. A proposta já foi colocada em prática pela companhia, anteriormente, no espetáculo O Positivo, quando os espectadores acomodados na fileira letra “o” foram convidados a subir ao palco e fazer do evento algo muito seu estreitando o contato com os bailarinos.

A Cia de Dança Basileu França, outro grupo local na mostra, se apresenta na quinta-feira, 21, no Centro Cultural da UFG, na Praça Universitária, às 20 horas. Desencontros retrata o primeiro contato, a primeira troca física entre as pessoas tendo o cumprimento como inspiração dos movimentos. A coreografia é assinada por Ederson Xavier, um ex-bailarino da Quasar. No palco estarão dez dançarinos do grupo. Na sexta-feira, 22, Desencontros será reapresentada no Teatro Goiânia, às 20 horas e, na sequência a Das Los Grupo de Dança e o solo do goiano Gleysson Moreira.

RockInCorpo, espetáculo da Das Los, é uma pesquisa na atmosfera musical e visual do rock. O cenário é o Centro Cultural Martim Cererê, um espaço catalizador desse ritmo efervescente, onde os dançarinos se embalam na trilha Goiânia Rock City num passeio pelos sentidos. A coreografia foi criada por Luiz Fernando Bongiovanni e Lu Celestino. Fecha a apresentação da noite, o solo do bailarino Gleysson Moreira, outro ex-integrantes da Quasar Cia de Dança, e atualmente no Núcleo Coreográfico do Sesi, em Goiânia. Entretendo é um jogo coreográfico de repertório que busca trabalhos coreográficos do passado e do presente de Gleysson. O solo se baseia no ato de distrair, divertir.

Convidados
Esta edição do Paralelo 16 traz três convidados de destaque, cada um com uma proposta diferenciada no universo da dança contemporânea. Lamira Cia Cênica, de Palmas (To), se apresenta às 20 horas, no Centro Cultural UFG, na quinta-feira, 21. Do Repente mescla teatro e dança em torno do romanceiro popular do Nordestee suas manifestações na formação cultural brasileira, e é um espetáculo montado para apresentações na rua. “Consideramos o tempo chuvoso nesta época do ano e transferimos o espetáculo para um local aberto que em nada prejudica a proposta”, destaca a produtora Gisele Carvalho. O uso de máscaras pelos bailarinos, traços da comédia Dell´arte, imprime diversão e leveza aos movimentos.

A Lamira é um grupo de artes cênicas tocantinense, formado em 2010, e que tem direção artística do dançarino João Vicente, experiente em conceituadas companhias de dança profissional. Em poucos anos de estrada já coleciona algumas premiações de destaque como o Prêmio Funarte e o Rumos, do Itaú Cultural.

A Cia Mário Nascimento vem de Minas Gerais e estará no palco do Teatro Goiânia, às 20 horas, do sábado, 21. O espetáculo Território Nu pode ser definido como a forma como os indivíduos controlam um determinado território físico ou interior e que pode estar dentro de você. O trabalho, conforme a assessoria do evento, é a própria história da compainha, que vem conquistando seu espaço, experimentando e arriscando seu próprio caminho.
O último dia do Paralelo 16, domingo, 21, também às 20 horas, encerra a programação com o Boca do Lobo, da Renato Vieira Cia de dança. A classificação etária é indicada para os 18 anos. No palco, os integrantes do espetáculo Boca do Lobo apresentam movimentos extenuantes, que extrapolam os limites de articulação da dança. A trilha sonora vai de Tchaikovsky a Elis Regina. Estilistas criaram peças de roupas especialmente para a ocasião. “Estar na boca do lobo é uma expressão antiga que resume o que queremos abordar. Correr riscos é algo universal. Na nossa pesquisa entram varias referências e diferentes gerações, cada qual com sua representação dessa via de perigo”, destacam Renato Vieira e Bruno Cezario.

Oficinas
Duas oficinas, gratuitas, e abertas a todos os interessados estão programadas nesta quinta edição do Paralelo 16 Mostra de Dança Contemporânea. Os encontros, promovidos no Espaço Quasar, estão agendados para sábado, 23 e domingo,24, respectivamente com o tema Dança Contemporânea, ministrado pela Lamira Cia Cênica e por Mário Nascimento.

Quem quiser participar já pode se inscrever pelo e-mail paralelo16.danca@gmail.com, até terça-feira, 19, e concorrer à seleção. Basta enviar o nome completo e uma carta de intenção. Para cada oficina serão 20 vagas. O resultado será publicado na quarta-feira, 20, e pode ser acessado no site do evento, www.facebook.com/paralelo16danca. Esta edição do evento é realizada pela Associação Contemporânea de Cultura, Arte Brasil Produção de Eventos e patrocínio da Caixa Econômica Federal, Belcar Caminhões e Rio Quente Resorts, com apoio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura e Universidade Federal de Goiás.