Famílias insistem em viver nas áreas de riscos
Mesmo que situação seja pontual, Prefeitura confirma que problema existe e informa que faz monitoramento dos 17 locais listados
Eduardo Pinheiroe
Das 337 famílias que foram identificadas vivendo em áreas de risco em Goiânia, 197 foram retiradas e realocadas para conjuntos habitacionais. Embora haja projetos para monitoramento e realocação das famílias, o chefe do Setor de Apoio Técnico da Defesa Civil, Cidicley Santana, afirma que famílias chegam a voltar a viver nas áreas de riscos, mesmo que situação pontual, a realidade existe.
A Defesa Civil identifica 17 locais que oferecem risco a moradores. Seja por perigo de deslizamento e inundação ou por avançar em áreas protegidas pela legislação ambiental, como margens de córregos ou encostas íngremes. Pelo menos quatro locais já passaram por realocação de moradores: Setor Urias Magalhães, Vila Romana, Vila Maria Luiza e Balneário Meia Ponte. Santana salienta que identificada a área de risco, a Pprefeitura faz um levantamento com as famílias e se há necessidade de remoção.
Feita a remoção, explica Santana, há um trabalho junto aos moradores que ainda estão no local aguardando a realocação. Santana afirma ainda que, embora constantes, as tentativas de retorno são pontuais. Mas essas famílias agem como parceiros da Defesa Civil e avisam caso haja retorno ou invasão dos locais onde as remoções já começaram. “Fazemos o monitoramento, mas contamos com as famílias que estão no local para fazer o levantamento. Qualquer indício de retorno, fazemos o procedimento de retirada”, explica.
Medidas
A professora da Faculdade de Arquitetura da UFG Érika Kneib entende que é preciso mapear os pontos que oferecem risco para a população. Afirma que é necessário identificar esses pontos e quais são os riscos que oferecem. A partir disso, os órgãos públicos podem providenciar medidas para minimizar os problemas.
Por outro lado, salienta a professora, em muitos casos não há saída. Somente a mudança pode solucionar o problema. “Em algumas situações, só a realocagem da população tem efeito. Entretanto, feita a realocagem, aparece outro problema: a volta dessa população para as áreas de riscos. Se não aliar a solução do problema com a fiscalização, não adianta muita coisa. As famílias voltam para os locais e o risco permanece”, afirma.
Carta de risco
Diante do problema, o Plano Diretor de Goiânia instituiu a produção de uma Carta de Risco e Planejamento do Meio Físico do Município, que visa definir ações e medidas de promoção, proteção e recuperação da qualidade ambiental do espaço físico-territorial, segundo suas características ambientais. Atualmente, uma comissão faz levantamentos preliminares e produção de estudos técnicos para a produção dessa carta.
Conforme aponta o diretor de planejamento e gestão sustentável da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Sustentável de Goiânia, Sérgio Edward Wiederhecker, a Carta de Risco produzirá um mapa com identificação e classificação dessas áreas. “O que ajudaria a ter um levantamento mais criterioso sobre a urbanização e ocupação no território da cidade. Identifcando os locais e agindo a favor da população.