Aprovado em oito vestibulares
O estudante universitário Daniel Ferreira Fróes Nunes, 20 anos, natural de Uberlândia (MG), que mora em Goiânia desde criança. Foi aprovado, no final de 2012, em oito universidades públicas (Tocantins, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Alagoas, Viçosa, Piauí, Pernambuco e Distrito Federal) para cursar Medicina. Mas não se efetivou em nenhum dos cursos.
Daniel Fróes foi aprovado em quatro instituições públicas através do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nas universidades do Tocantins (UFT), Amazonas (Ufam), Alagoas (Ufal) e Mato Grosso do Sul (UFMS), e por vestibulares tradicionais nas universidades federais de Viçosa (UFV), Piauí (UFPI), Pernambuco (UFPE) e Escola Superior de Ciências da Saúde (Escs).
Ele explica que o motivo que o impediu de realizar, por enquanto, o sonho de fazer Medicina é fato de que, desde muito cedo, trabalha para ter uma independência financeira e, desta forma, reconhece ele, “minha família nunca teria condições de pagar uma universidade particular, e muito menos de me bancar em outro Estado, já que o curso de Medicina é integral e eu não teria tempo para trabalhar”, esclarece.
Ele revela que caso tivesse passado para Medicina na Universidade Federal de Goiás (UFG), até conseguiria conciliar a situação contando com o apoio de amigos e familiares. “Mas fora do Estado seria bem difícil, se o dinheiro chegasse a faltar, não teria escolha senão voltar pra trás, o que iria me deixar muito chateado”, analisa.
Foi a partir dessa constatação que Fróes decidiu não arriscar e optou por cursar Engenharia Mecânica no Instituto Federal de Goiás (IFG). “O curso era minha segunda escolha, sempre ouvi falar bem do curso e agora estou gostando muito”, assegura.
Apesar do curso de Medicina e Engenharia Mecânica serem de áreas distintas, Daniel esclarece que a resposta para escolha tão diferente está no fato de que ele gosta muito de estudar e sente interesse por todas as áreas do conhecimento. Explica que Medicina é diferente porque é a paixão dele. “O que gosto mesmo é de aprender cada vez mais”, justifica.
Ele, no entanto, não descarta a possibilidade de trancar o curso de Engenharia Mecânica, caso receba algum convite de cursinho preparatório para Medicina. “Não descarto a possibilidade de trancar o meu curso por um ano e tentar Medicina na UFG mais uma vez”, diz esperançoso.
No Enem de 2012, Daniel conseguiu 802 pontos, muito próximo do exigido pela Universidade Federal de Goiás (UFG), 803,8 para ingresso no curso de Medicina. De acordo com ele, nunca foi preciso fazer cursinho para ser aprovado, “vim direto do terceiro ano”, afirma.
TEMPO DE ESTUDO
Daniel explica que depois de dois anos parado teve que dedicar-se em dobro para aprender e que durante a semana tinha uma agenda cheia, no período da manhã ele frequentava as aulas em um colégio particular, e no período da tarde se dedicava totalmente aos livros e apostilas. “Tive que me dedicar em dobro para aprender tudo em um ano, já que estava enferrujado”, lembra.
A rotina de estudos de Fróes durante a semana era puxada, reconhece que estudava cerca de 12h por dia, fora as aulas que tinha pela manhã, e lembra que a qualidade do sono era baixa. “Dormia cerca de 3 horas por noite”. Mas não abriu mão de um bom descanso nos fins de semana ao lado da namorada. “Final de semana era o meu descanso, para curtir a namorada, ir ao cinema e ler um bom livro” conclui.
Hoje Daniel divide o tempo entre os estudos e o emprego. Trabalha em parceria com o irmão, Diego, de 27 anos, em uma loja de celulares.