Eduardo Campos morre em acidente aéreo

Data: 14 de agosto de 2014

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Candidato do PSB à Presidência da República, Campos perde a vida com outras seis pessoas na queda de um Cessna, em Santos (SP)

quinta-feira, 14 de agosto de 2014 | Por: Luiz Redação
 
Eduardo Campos, 49 anos, morre tragicamente em campanha para a sucessão presidencial

Eduardo Campos, 49 anos, morre tragicamente em campanha para a sucessão presidencial

O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, morreu na manhã de ontem quando o avião em que voava com assessores caiu sobre um prédio em Santos (SP). Campos tinha 49 anos e estava em terceiro lugar na corrida presidencial. Tinha 8% das intenções de voto, de acordo com o Datafolha. Ex-governador de Pernambuco e ex-ministro de Ciência e Tecnologia do governo Lula, era considerado um dos políticos mais promissores de sua geração.

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A ex-senadora Marina Silva (PSB), candidata a vice-presidente, é a cotada para assumir seu lugar na cabeça da chapa. O partido terá dez dias para decidir e anunciar a substituição. A presidente Dilma Rousseff, que disputa a reeleição pelo PT, e o candidato do PSDB, Aécio Neves, cancelaram suas agendas ao receber a notícia.

As causas do acidente ainda não foram confirmadas pela Aeronáutica. O avião Cessna 560 XL, prefixo PR-AFA, voava do Aeroporto Santos Dumont, no Rio, para a base aérea do Guarujá (SP). Campos teria três compromissos de campanha em Santos.

Além do presidenciável, estavam a bordo quatro assessores: Alexandre Severo (fotógrafo oficial da campanha), Marcelo Lira (cinegrafista), Pedro Valadares (ex-deputado e assessor do candidato) e Carlos Percol (assessor de imprensa). Também morreram o piloto e o copiloto da aeronave.

O avião caiu sobre um prédio na rua Vahia de Abreu, no bairro do Boqueirão, região central de Santos. Sete pessoas que não estavam a bordo ficaram feridas e foram encaminhadas para um hospital da região.

 

Neto de Arraes

Campos morre em um 13 de agosto, mesmo dia em que o avô, Miguel Arraes, faleceu em 2005, aos 88 anos. Perseguido pela ditadura militar, que o afastou do governo de Pernambuco após o golpe de 1964, Arraes lançou o neto na política na década de 1980.

Eduardo Campos deixa a mulher, a economista Renata Campos, e cinco filhos: Maria Eduarda, João Henrique, Pedro Henrique, José Henrique e Miguel, que nasceu no começo de 2014. O romance entre Campos e Renata começou ainda na adolescência, quando ele tinha 15 anos e ela, 13, no Recife. Ele era filho de Ana Arraes, ministra do Tribunal de Contas da União (TCU), e do escritor Maximiano Campos (1941-1998).

A ex-senadora Marina Silva, candidata a vice na chapa de Campos, estava nesta terça-feira no Rio e embarcaria no avião que caiu ao tentar pousar no Guarujá (SP). Na última hora, Marina mudou a rota e decidiu embarcar em um avião de carreira com assessores.

Reunida com políticos da Rede e pessoas próximas, Marina decidiu ir até Santos onde fará um pronunciamento. Ela ficou em estado de choque ao saber da notícia. Ela estava em sua casa na cidade de São Paulo, reunida com políticos da Rede e pessoas próximas.

 

Acidente

A aeronave teria partido do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino a Santos (SP). A eletricidade de todas as vias da região em que o avião caiu foram desligadas para facilitar o trabalho de resgate e rescaldo do incêndio provocado pela queda do avião.

Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), perto das 9h50, o piloto da aeronave informou que tinha pouca visibilidade para pousar no Guarujá e arremeteu a aeronave. Logo após, a torre perdeu contato com o avião – que tem capacidade para 12 pessoas, em configuração padrão.

Segundo o presidente do PSB-SP, Márcio França, que aguardava Campos na base aérea do Guarujá, a aeronave arremeteu. “Perdemos contato com o avião depois disso”, afirmou França. Durante cerca de uma hora, houve uma troca incessante de telefonemas entre integrantes da campanha, jornalistas e autoridades aeronáuticas para tentar localizar Campos. (Folhapress)

Moradores relatam socorro a vítimas

Moradores do Boqueirão, na região central de Santos, correram ao local da queda do avião que matou o candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos (PSB) e tentaram socorrer as vítimas.

O estivador Donizete Maguila, que retornava do trabalho no porto de Santos e mora perto do lugar do acidente, disse ter socorrido os primeiros feridos, antes mesmo da chegada do Corpo de Bombeiros. “Foi um barulho muito forte. Depois eu escutei gritos e como eu tenho treinamento de resgate, corri para ajudar.” A aeronave caiu em uma área residencial da cidade, atingindo ao menos três imóveis.

Segundo ele, ao se aproximar, viu pedaços de corpos dilacerados e sentiu um cheiro muito forte de querosene. “Eu vi o corpo do Eduardo Campos. Eu vi os olhos claros dele e cheguei a limpar o rosto dele. Na hora não acreditei… Eu vi o candidato.”

Ruas das redondezas do local foram bloqueadas. Equipes do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros estiveram no local para o resgate.

Outra testemunha do acidente, o empresário Vinícius Lopes, que tem uma escola de inglês na região, também foi ao local da queda. “Eu estava me preparando para abrir a escola quando escutei o barulho alto de um jato se aproximando. Então, o jato bateu no prédio. Parecia uma cena de guerra, um míssil atingindo um alvo”, disse.

A dona de casa Mariléia França, 65 anos, mora a três quadras do acidente e afirmou que temeu que a aeronave atingisse sua casa. “Ele já desceu pegando fogo e bateu no prédio. Parecia uma bola de fogo”, disse. Na área do acidente, houve grande movimentação de bombeiros, policiais militares e civis, soldados do Exército e Aeronáutica, além de membros da Defesa Civil e da Guarda portuária, além de muitos curiosos. (Folhapress)

 

Outras seis pessoas morreram na queda

Além do presidenciável Eduardo Campos (PSB), outras seis pessoas morreram no acidente aéreo na manhã desta quarta-feira, em Santos, litoral sul de São Paulo, segundo a Aeronáutica. Confira breves perfis dos ocupantes que pertenciam à equipe de Campos. Não havia informações pessoais sobre os pilotos da aeronave, Geraldo da Cunha e Marcos Martins.

Alexandre Severo Gomes da Silva era fotógrafo desde 2002. Pernambucano radicado em São Paulo. ele estava trabalhando na campanha de Campos. Antes, atuou como fotógrafo do Jornal do Commercio, em Pernambuco, e notabilizou-se pelo ensaio À Flor da Pele, em que retratou albinos em famílias negras. Chegou a publicar fotos na revista Time.

Carlos Augusto Ramos Leal Filho (conhecido como Carlos Percol), era jornalista formado pela Universidade Católica de Pernambuco. Percol era assessor de imprensa de Eduardo Campos e trabalhou com Campos desde 2006, quando o político era governador do Estado. Casou-se em abril deste ano, com Cecília Ramos – Campos, ao lado da esposa Renata, foi um dos padrinhos da cerimônia.

Marcelo de Oliveira Lyra, fotógrafo e cinegrafista profissional desde 2000, morava no Recife, era casado e tinha um filho recém-nascido. Fundador da agência Olhonu, registrou desde cenas do sertão pernambucano e ensaios de moda a propagandas de televisão. Seu hobby favorito era andar de skate.

Pedro Almeida Valadares Neto era advogado e ex-deputado federal por Sergipe, Pedrinho Valadares – como era conhecido – era casado com a promotora de justiça do Maranhão Simone Valadares e tinha três filhos. Atualmente filiado ao PV, trabalhava como assessor do ex-governador pernambucano durante a campanha presidencial. (Folhapress)

 

Na TV Globo: ‘Vejo vocês no segundo turno’

Na noite que antecedeu a sua morte, Eduardo Campos esteve no estúdio da TV Globo, no Rio, onde foi entrevistado no Jornal Nacional pelos âncoras do programa, William Bonner e Patrícia Poeta. Em nota, os dois jornalistas descreveram os bastidores da entrevista e suas impressões do candidato.

“Conheci Eduardo Campos ontem”, diz Bonner. “Como sempre acontece com os candidatos que entrevistamos, tivemos alguns minutos, antes de entrarmos no ar, para conversar. Estavam presentes assessores dele, a candidata a vice, Marina Silva, diretores do Jornalismo da Globo.”

Sobre a entrevista, Bonner diz que o candidato “demonstrou ter consciência do dever de prestar contas de suas ações e propostas com serenidade, mesmo diante de perguntas como as que fizemos e faremos com todos os entrevistados”.

Patrícia Poeta diz que Campos parecia “tranquilo e seguro”. “[Campos] chegou à nossa Redação alegre. Brincou até, em relação à entrevista que iria enfrentar. A última imagem que guardo foi quando, ao se levantar da bancada, seguiu em direção à porta de saída do nosso estúdio, dizendo: ‘Vejo vocês no segundo turno’. E foi embora sorrindo.” (Fp)

 

Vanderlan quer consenso e pressa 

Candidato do PSB lamentou e morte do compnheiro de partido Eduardo Campos e se condoeu com a família, mas defendeu definição ágil da chapa nacional

 

Augusto Diniz

A queda do avião em que o candidato a presidente Eduardo Campos (PSB), de 49 anos, e outras seis pessoas estavam gerou uma onda de cancelamento de campanhas eleitorais em todo o País. Diretamente afetado pela morte do ex-governador do Pernambuco na manhã de ontem, o governadoriável goiano Vanderlan Cardoso, que é do mesmo partido de Campos, disse que, se dependesse dele, a decisão pelo novo presidenciável seria tomada com agilidade e respeitaria o consenso partidário e da coligação nacional.

“O partido tem bons nomes, esse projeto tem bons nomes. Logo vai estar reunindo aí e colocando um bom nome”, declarou Vanderlan. O candidato a governador chegou a interromper por três vezes respostas que dava aos jornalistas no diretório estadual do PSB, na Rua 119, setor Sul. Sem conter o choro em duas oportunidades, o ex-prefeito de Senador Canedo disse estar bastante abalado com a morte de Campos, causada, para ele, por uma “fatalidade”.

Estava confirmada na agenda do candidato a presidente do PSB uma visita a Goiânia e Aparecida de Goiânia na sexta-feira (15). Segundo Vanderlan, Campos chegaria às 8 horas e iria embora às 17 horas. Na região metropolitana, o presidenciável participaria de reuniões e caminhadas. “Eu estava em uma reunião de trabalho e, quando a gente ficou sabendo, nem acreditava, achava que era engano o que estava noticiando”, relatou o momento de choque ao saber da morte do ex-governador do Pernambuco.

Vanderlan não pensa em desistir, mesmo ao se declarar seguidor de propostas de Campos e do exemplo político e pessoal deixado pelo ex-governador. “Eu fico com aquela palavra que ele disse ontem (terça-feira) no encerramento da entrevista no Jornal Nacional (choro), quando ele disse: ‘não desistam do Brasil’. E é o que nós vamos fazer. Nós não vamos desistir do Brasil, não vamos desistir do nosso Estado de Goiás. Vamos continuar.”

Para Vanderlan, o que mais dói não é perder um membro do PSB que era candidato a presidente, mas um amigo que ele conheceu no Pernambuco. “Nós suspendemos todas as agendas. Vamos estar definindo quando passar tudo isso aí”, explicou o candidato. Vanderlan disse que gravou trechos de seu programa eleitoral de rádio e TV com o ex-governador do Pernambuco e sua candidata a vice-presidente, Marina Silva (PSB), nesta semana em Brasília (DF).

 

Marina tem mais voto

“Ela tem mais recall, maior captação de votos.” Ao descrever as possibilidades eleitorais na disputa presidencial posteriores à morte do candidato Eduardo Campos, o analista político Luiz Signates disse acreditar que a concorrente a vice-presidente Marina Silva (PSB), da chapa de Campos, deve despontar como uma forte aglutinadora de votos. “Apesar de não ter a estrutura partidária que o Aécio (Neves) tem, Marina surge com maior recall e poder de galvanizar votos.”

Signates, que é pós-doutor em Ciências Sociais Aplicadas e professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), afirmou que o quadro eleitoral mudaria completamente com a escolha de Marina Silva para concorrer a presidente pelo PSD. “Ela pode gerar captação maior de votos dos eleitores de oposição que votariam no Aécio e tem o perfil da candidata mulher negra e pobre, que atinge o eleitorado da presidente Dilma (Rousseff)”, observou o analista político.

Para Signates, não seria bom negócio para Marina nem para o PSD lançar um outro candidato que não ela. “Isso pode mudar para pior a situação do partido e aumentar a polarização entre Aécio e Dilma. É claro que temos de acompanhar o quadro eleitoral”, declarou. Segundo ele, o que pode ser visto como “concreto” é que a entrada da vice na chapa de Campos modificaria completamente o jogo eleitoral. “A posição das peças nesse xadrez mudaria.”

O professor da UFG enfatizou que Campos não era um candidato que apareceu do nada nas eleições. “Ele era um terceiro colocado relativamente bem posicionado, teve tempo de trabalhar sua pré-campanha desde o afastamento do governo federal no ano passado. O Eduardo já vinha articulando sua candidatura há vários anos”, lembrou Signates.

Para Signates, Marina teria a seu favor uma boa votação em 2010, a força de conseguir votos tanto de Dilma quanto de eleitores de Aécio, além de contar com o fator da morte do ex-candidato do PSB. “A comoção beneficia Marina como herdeira política de um candidato que teve uma morte trágica. Se o fosse o Lula, seria um fator que definiria as eleições”, disse.

 

Governo decreta luto de três dias

A morte do presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, ontem, em um acidente aéreo em Santos (SP), provocou o cancelamento das agendas dos principais candidatos ao governo de Goiás. Além de Vanderlan Cardoso, correligionário de Campos e candidato aliado em Goiás, o governador Marconi Perillo (PSDB) e Antônio Gomide, candidato do PT, suspenderam compromissos de campanha. Além disso, o governo do Estado ainda decretou três dias de luto oficial pelo falecimento do presidenciável.

Vanderlan Cardoso, o político goiano que mais mantinha contato com o ex-governador de Pernambuco, até mesmo pelo projeto conjunto nas eleições deste ano, parou as atividades de campanha por cinco dias, ou seja, até o fim de semana. Vanderlan confirmou ontem que vai acompanhar a cerimônia fúnebre em Recife, capital pernambucana, onde esteve algumas vezes durante a campanha eleitoral – e pré-campanha – para tratar de assuntos políticos e de negócios com Eduardo Campos, tido como um amigo pessoal e parceiro em negócios.

Iris Rezende, candidato do PMDB, paralisou a agenda de campanha ontem e hoje. Em nota, o ex-governador lamentou a morte de Campos, e lembrou da visita que o pessebista o fez, em casa, durante passagem por Goiânia, há dois meses. À época da visita, rumores davam conta de que Vanderlan Cardoso pudesse integrar a chapa do peemedebista. Iris tinha programado para hoje reuniões em Goiânia, uma caminhada e inauguração de comitê, à noite. Até ontem à noite, Iris ainda não havia decidido sobre uma possível viagem a Pernambuco para a despedida do presidenciável.

A Coligação Garantia de um Futuro Melhor para Goiás, encabeçada pelo governador Marconi Perillo, informou ontem que, em função da morte do pessebista, os compromissos de campanha agendados para hoje e amanhã foram cancelados. Na agenda do tucano, estavam previstas para hoje visitas a Luziânia e Novo Gama. Para amanhã, Marconi tinha agendados compromissos na capital e em Minaçu. Tanto Marconi quanto o vice-governador, José Eliton (PP), confirmaram viagem a Recife para o velório do ex-governador.

O candidato do PT ao governo de Goiás, Antônio Gomide, anunciou paralisação da agenda de campanha por três dias. A recomendação do PT nacional, ontem, foi para que todos os comitês estaduais de campanha do partido fechassem as portas, em gesto de luto por causa da morte de Campos. Em nota, o presidente nacional do partido, Rui Falcão, disse que “Campos deixa um grande vazio na política brasileira”. A presidente Dilma Rousseff decretou luto oficial de três dias e determinou a suspensão da sua campanha à reeleição também por três dias. (Flávia Guerra)

 

Autoridades lamentam pelas redes sociais

A morte de Eduardo Campos, candidato do PSB à Presidência da República, causou uma enxurrada de manifestações de pesar nas redes sociais. Políticos de todo o País utilizaram a internet para manifestar comoção com a tragédia aérea, ocorrida pela manhã, em Santos. Parlamentares goianos, candidatos, secretários de Estado e líderes classistas também se posicionaram por meio de notas enviadas à imprensa. Na Assembleia Legislativa, deputados fizeram uso da palavra para homenagear o presidenciável.

Na internet, praticamente todos os perfis de políticos goianos comentavam e lamentável o ocorrido. O próprio Vanderlan Cardoso, candidato ao governo de Goiás e uma espécie de representante de Eduardo Campos em Goiás, usou o Twitter para reproduzir frase dita pelo presidenciável em entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, na noite anterior ao acidente. “Fica em nossos corações uma das últimas frases ditas por Eduardo Campos em entrevista concedida ontem. ‘Não vamos desistir do Brasil’”, escreveu. A morte do pessebista foi o assunto mais comentado na página.

Em nota à imprensa, o candidato do PSB ao Senado, por Goiás, Aguimar Jesuíno, disse que poucas vezes a história brasileira viu emergir uma liderança tão jovem e de ideias tão inovadoras. Para ele, Eduardo Campos era um conciliador nato, com tradição familiar no bom combate político, e estava predestinado a governar o Brasil para promover a justiça social e o desenvolvimento sustentável. “Lamentamos profundamente essa perda irreparável e expressamos nossas sinceras condolências à sua esposa, mãe e filhos”, escreveu.

Pelo Facebook, o candidato do PT ao governo de Goiás, Antônio Gomide, disse lamentar profundamente o falecimento do presidenciável. “Solidarizo com os familiares, amigos e correligionários de Eduardo neste momento de dor por essa perda irreparável”, manifestou. Candidata ao Senado pelo PT, Marin Sant’Anna declarou-se consternada com a notícia da tragédia. Ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares usou o Twitter para se solidarizar com familiares. “Bom companheiro em memoráveis jornadas. Fará falta”, declarou.

O candidato a deputado federal Olavo Noleto, também petista, disse ter aprendido com Campos e pediu a companheiros de partido que não entrassem em provocações difundidas pela internet. Certamente, fazia alusão à chuva de postagens – a maioria em tom cômico – que insinuavam participação do PT no acontecimento que vitimou o pessebista. “Vamos respeitar o momento de dor daqueles que o amavam e o admiravam. Um abraço também aos amigos do PSB em todo o Brasil”, escreveu no Facebook.

O candidato do DEM ao Senado, Ronaldo Caiado, também manifestou pela rede social. “Jovem, Campos nos deixa em um momento importante no cenário nacional. Fui seu companheiro na Câmara dos Deputados e sempre tivemos uma convivência harmoniosa quando se tratava de debater os assuntos nacionais”, contou. Vilmar Rocha, candidato do Senado pelo PSD, definiu-se chocado com a tragédia. “Governador de Pernambuco por duas vezes, ele era um gestor dedicado e comprometido e um nome de valor e futuro na política brasileira”, escreveu no Facebook. Vilmar contou ter estado com Eduardo Campos em vários momentos, sempre respeitosos, nos quais teriam dividido pensamentos comuns para o desenvolvimento nacional. “A morte de Eduardo Campos chocou a todos e deixa a política, o debate político e as eleições mais pobres. A perda é irreparável”, declarou.

Iris Rezende (PMDB) enviou nota à imprensa na qual disse lamentar a morte repentina e prematura. “Eduardo Campos era um político ousado, que sonhava com um país melhor e mais justo”, escreveu. Também em nota, o governador Marconi Perillo (PSDB), que utilizou também redes sociais para comentar o assunto, lembrou as experiências trocadas com o pessebista. “Eduardo Campos promoveu e engrandeceu os debates nacionais, sempre de forma lúcida e ponderada”, disse o tucano. (Flávia Guerra)

 

Em pronunciamento, Dilma lamenta morte

Ao falar da tristeza do momento, presidente destacou que “nós, seres humanos, somos afetados pela fragilidade da vida”

Emocionada, a presidente Dilma Rousseff fez um pronunciamento ontem para falar da morte do presidenciável e ex-governador Eduardo Campos (PSB). Dilma reconheceu que tinha divergências com Campos, mas ressaltou que sempre manteve uma relação de relação afetuosa e de respeito mútuo.

Numa fala de pouco mais de quatro minutos, Dilma ressaltou a importância política de Campos e sua morte prematura. Segundo a presidente, o País perdeu “uma jovem liderança com futuro extremamente promissor pela frente, num momento que poderia galgar os mais altos postos”.

“Quero dizer que hoje o Brasil está de luto e sentido, com uma morte que tirou a vida de um jovem político, promissor, e esse fato entristeceu todos os brasileiros e brasileiras”, afirmou.

A petista destacou que Campos seguiu os passos de seu avô Miguel Arraes na vida pública. “Eduardo Campos, neto de um grande politico, de um grande democrata, um lutador que foi uma referência para minha geração, Miguel Arraes, que há nove anos faleceu”. Rompidos politicamente desde o ano passado, quando Campos decidiu disputar o Palácio do Planalto, Dilma fez questão de destacar o bom relacionamento entre os adversários.

“Eduardo Campos Neto, essa liderança seguiu seus passos e por duas vezes foi governador de Pernambuco. Convivi com ele quando ministra do presidente Lula e também nas campanhas de 2006 e 2010 e também no meu governo. Fui recebida em sua família e convivi com eles de forma muito calorosa. Sem sombra de dúvida é uma perda. Além das nossas divergências, sempre uma forte relação de respeito mútuo”, completou. Segundo a presidente, o último encontro dos dois foi durante o velório do escritor Ariano Suassuna, no mês passado.

“A última vez que o vi no funeral de Suassuna, a quem tive privilégio de conhecer e desfrutar de seu brilhantismo e talento, porque fui apresentada a ele pela dona Renata [esposa de Campos], eu queria dizer que mantivemos ali, mais uma vez, a reiterada relação afetuosa que construímos ao longo da vida”.

“Espero que o exemplo de Eduardo Campos sirva para mantê-lo vivo nas memórias e corações dos brasileiros. Sem dúvida, é um momento de pesar, de tristeza, momento que devemos o reconhecimento de que nós, seres humanos, somos afetados pela fragilidade da vida, mas também pela força e exemplo das pessoas”, disse.

Dilma estendeu seus cumprimentos aos assessores de Campos que também morreram no acidente aéreo e comunicou que estava suspendendo suas atividades de campanha pelos próximos três dias. O site da campanha de Dilma fez uma homenagem e estampou foto de Campos com dizeres “todos de luto”. (Folhapress)

 

Aécio: ‘admiração’ vai permanecer 

O candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves, fez um pronunciamento no fim da tarde desta quarta-feira em que disse que sua admiração por Eduardo Campos “não terminará com a sua morte trágica”.

Aécio era amigo de Eduardo e lembrou da convivência de mais de 20 anos com o ex-governador de Pernambuco. Ele relatou ter se lembrado ontem da última conversa que teve com Campos, no domingo, Dia dos Pais. Segundo ele, o pernambucano lhe enviou uma mensagem felicitando-o pela saída do filho mais novo de Aécio do hospital. O bebê nasceu prematuro.

“Perde a política, mas a sua família é que agora precisa das nossas orações, da nossa força”, disse. “Dói fundo no coração de todos nós”, acrescentou. Aécio falou em São Paulo, para onde viajou depois de receber a notícia da morte de Campos. Ele cancelou todos os seus compromissos de campanha e disse não ter data para retornar às atividades.

O tucano confirmou que irá ao velório do ex-governador de Pernambuco assim que a data for confirmada. O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, morreu na manhã desta quarta-feira quando o avião em que voava com assessores caiu sobre um prédio na região central de Santos (SP).

Eduardo Campos tinha 49 anos e estava em terceiro lugar na corrida presidencial. Tinha 8% das intenções de voto, de acordo com o Datafolha. Ex-governador de Pernambuco e ex-ministro de Ciência e Tecnologia do governo Lula, era considerado um dos políticos mais promissores de sua geração.

A ex-senadora Marina Silva (PSB), candidata a vice-presidente, é a cotada para assumir seu lugar na cabeça da chapa. O partido terá dez dias para decidir e anunciar a substituição. (Folhapress)

 

Lula se diz triste e cita ‘grande amigo’

Um dos políticos mais próximos de Eduardo Campos (PSB), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira que, com a morte de seu ex-ministro, o País perdeu “um homem público de rara e extraordinária qualidade”.

Em nota, Lula afirmou que está “profundamente entristecido com a morte trágica” do ex-governador de Pernambuco e presidenciável. No texto, o petista lembrou que conheceu Campos através de seu avô, Miguel Arraes.

“O País perde um homem público de rara e extraordinária qualidade. Tive a alegria de contar com sua inteligência e dedicação nos anos em que foi nosso ministro de Ciência e Tecnologia. Ao longo de toda sua vida, Eduardo lutou para tornar o Brasil um País mais justo e digno”, disse.

Lula e Campos romperam politicamente no ano passado, quando o ex-governador firmou posição para disputar o Palácio do Planalto contra a presidente Dilma Rousseff. Nos últimos meses, Campos evitou ataques a Lula e centrou críticas a Dilma, especialmente à política econômica.

Apesar do afastamento, Lula disse na nota que “o carinho, o respeito e a admiração mútua sempre estiveram presentes em nossa convivência”.

O petista se solidarizou com a família Campos e de seus assessores que também morreram no acidente aéreo. “Nesse momento de dor, eu e Marisa nos solidarizamos com sua mãe, Ana Arraes, sua esposa, Renata, seus filhos e toda a sua família, amigos e companheiros”. (Folhapress)

 

Não estava no script, diz mulher

Renata Campos, mulher de Eduardo Campos, procurou manter uma atitude de firmeza nesta quarta-feira diante dos cinco filhos e das dezenas de familiares, políticos e amigos que durante o dia estiveram na casa da família, na zona norte do Recife.

Pessoas que estiveram com ela dizem que Renata se mantinha serena – no início da noite, contudo, era possível vê-la pelo muro da casa com ar de choro.

“Não estava no script”, dizia Renata a quem a abraçava.” Ela estava firme recebendo as pessoas. Estava serena. Cumprimentei ela e pronto. Não adianta dizer muita coisa”, disse o advogado e servidor público Luiz Carlos Cordeiro, 70, vizinho de Campos.

 

Dúvida

Renata costumava acompanhar as viagens do marido, mas não embarcou com ele do Rio para Santos ontem – suspeitava-se inicialmente que ela estivesse na aeronave. Foi ao Recife com o filho mais novo, Miguel, de 6 meses, e o sobrinho Rodrigo Molina, ajudante de ordem de Campos que também costumava viajar com o candidato.

Campos e Renata eram vizinhos quando crianças. Começaram a namorar quando ele tinha 15 anos e ela, 13. Entre namoro e casamento, estavam juntos há mais de 30 anos. O ex-governador se referia a ela como “dona Renata”. A exemplo do marido, é economista. Funcionária de carreira do Tribunal de Contas do Estado-PE, licenciou-se em 2007, quando o marido assumiu o governo de Pernambuco e ela foi cedida à administração estadual.

Os jornalistas não tiveram acesso à casa da família, mas era possível ver a movimentação na área da piscina. À tarde, José, 9 anos, quarto filho do casal, estava cabisbaixo sentado no colo de um primo.

No início da noite, a ministra do Tribunal de Contas da União Ana Arraes, mãe de Campos, chegou à casa sem dar entrevistas. Ela estava em Brasília, onde participava de uma cerimônia, quando foi informada sobre o acidente. (Folhapress)

 

‘Foi um choque para a República’

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) classificou como um “choque para a República” a morte de Eduardo Campos. O tucano disse acreditar que Marina Silva será a substituta do pessebista na disputa.

“É um choque para a República. Uma perda grande. Era um líder jovem, um homem que abria esperança para o Brasil”, afirmou o ex-presidente em entrevista à TV Globo.

Questionado sobre o cenário político, FHC avaliou que Marina, hoje vice de Campos, assumirá a cabeça de chapa. “Acredito que sim. (…) É preciso ver como ela vai sensibilizar o eleitorado. Há uma parte muito reativa a ela e uma parte muito sensível.”

Para o ex-presidente, Marina tem divergências em alguns setores com o candidato do PSDB, Aécio Neves, que ele apoia. No entanto, “os dois se opõem” ao atual governo, de Dilma Rousseff (PT).

Durante a entrevista, FHC lembrou jantar com Eduardo Campos antes do início da campanha. “Tivemos uma longa conversa e eu disse a ele que era importante renovar a política brasileira. Teria uma presença marcante para o futuro do Brasil”, disse. “As posições políticas do PSDB não coincidem com as dela em alguns setores, mas os dois se opõem ao que está acontecendo no Brasil”. (Fp)

 

Mídia internacional destaca ocorrência

A notícia da morte de Eduardo Campos teve destaque na imprensa internacional e até mesmo no governo dos Estados Unidos. A Casa Branca divulgou nota, assinada pela porta-voz Caitlin Hayden, lamentando a morte do político brasileiro. “Estendemos nossas profundas condolências à família e a outros entes queridos do falecido e ao povo brasileiro. Os pensamentos e orações dos americanos estão com o Brasil neste momento trágico.”

Para o Financial Times, a tragédia em Santos (SP) pode “mudar radicalmente” o cenário da disputa eleitoral no Brasil. “Alguns analistas esperavam que Campos formasse uma aliança com Aécio Neves, do PSDB, no segundo turno”, diz o jornal.

O site do jornal americano New York Times traz um vídeo com imagens do acidente. Na homepage do portal da rede americana CNN, uma foto de Campos acompanha a chamada “Candidato brasileiro possivelmente morto em acidente de avião”.

O britânico The Guardian destacou a trajetória do ex-governador de Pernambuco e o apoio que tinha de setores da indústria e do mercado financeiro. A rede britânica BBC lembra que a família de Campos, neto do também ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes, lutou ativamente contra a ditadura militar (1964-85) no Brasil. “Morre em acidente o candidato socialista à Presidência do Brasil”, diz o portal do espanhol El País. (Folhapress)

 

Marina: ele buscava um Brasil mais justo

Ex-senadora destacou convivência com Eduardo Campos, cuja morte classificou, “sem sombra de dúvida, como uma tragédia”

Visivelmente abatida, a ex-senadora Marina Silva fez um breve pronunciamento na tarde de ontem sobre a morte de seu companheiro de chapa na disputa pelo Palácio do Planalto, Eduardo Campos (PSB). Ela ressaltou a convivência com Campos ao longo dos últimos dez meses e disse que o acidente que vitimou o ex-governador de Pernambuco é, “sem sombra de dúvida, uma tragédia”. Para ela, Campos esteve “comprometido” com ideais de um “Brasil mais justo” até os “últimos segundos de vida”.

A ex-senadora disse que quer guardar como lembrança de Campos a última vez em que esteve com ele, na noite de terça-feira, após a entrevista do candidato para o Jornal Nacional, da TV Globo. “A imagem que eu quero guardar dele foi da nossa despedida de ontem. Cheio de alegria, cheio de sonhos, cheio de compromissos. É com esse espírito que peço a Deus que possa sustentar sua família, consolar sua família e também a todos nós”, disse a ex-senadora.

Marina afirmou que, ao longo dos dez meses de convivência, aprendeu a “respeitar, admirar e confiar” nas “atitudes” e nos “ideais” de Campos. “Foram dez meses de intensa convivência em que, como eu disse, começamos a fiar juntos, principalmente, a esperança de um mundo melhor, mais justo. Ele esteve comprometido com esses ideais até os últimos segundos de sua vida.”

A companheira de chapa de Campos exibiu olheiras profundas e um semblante abatido durante seu pronunciamento. Antes dela, Carlos Siqueira, secretário-nacional do partido de Campos, leu uma nota do PSB. “Morre Eduardo Campos. Fica o seu legado de luta por um Brasil mais democrático, próspero, solidário e socialmente justo”, dizia o texto.

 

Congresso

O Congresso Nacional decretou luto oficial de três dias em razão da morte de Eduardo Campos. Em nota, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que a tragédia deixa o Brasil “chocado e surpreso” diante da morte precoce de Campos. “Em nome do Congresso Nacional e em meu próprio envio condolências à família, ao PSB e ao governo do Estado de Pernambuco”, afirmou Renan.

O senador também disse que vai realizar uma sessão solene em homenagem ao ex-governador de Pernambuco para conceder a ele a Ordem do Mérito do Congresso Nacional, em data ainda a ser definida.

Da tribuna do Senado, congressistas fizeram sucessivas homenagens a Eduardo Campos em discursos. Líder do PSB, o senador Rodrigo Rollemberg (DF) chegou às lágrimas ao lembrar de sua amizade com o ex-governador de Pernambuco – de quem era muito próximo. (Folhapress)

 

TSE explica substituição de candidatura

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou ontem à tarde, em seu site de notícias, como atua a legislação eleitoral em caso de substituição de candidaturas por motivos diversos. No caso de morte do candidato, o prazo determinado é até de 20 dias.

A substituição de candidatos é prevista na legislação eleitoral vigente. De acordo com a Resolução nº 23.405 do TSE, art. 60, “é facultado ao partido político ou à coligação substituir candidato que tiver seu registro indeferido, inclusive por inelegibilidade, cancelado ou cassado, ou, ainda, que renunciar ou falecer após o termo final do prazo do registro”.

No caso específico de morte de candidato, a substituição poderá ser requerida mesmo após o prazo de até 20 dias antes do pleito, previsto para os demais casos. No entanto, apesar de a substituição poder ser solicitada a qualquer momento, o partido a que pertencer o substituído deverá pedir o registro do novo candidato “até 10 dias contados do fato” que deu causa à necessidade de substituição.

A escolha do substituto será feita conforme o estatuto do partido, sendo que, nas eleições majoritárias, “se o candidato for de coligação, a substituição deverá ser feita por decisão da maioria absoluta dos órgãos executivos de direção dos partidos coligados, podendo o substituto ser filiado a qualquer partido dela integrante, desde que o partido político ao qual pertencia o substituído renuncie ao direito de preferência”.

Caso haja substituição, o fato deverá ser amplamente divulgado pelo partido e/ou coligação do substituto para esclarecer o eleitorado, “sem prejuízo da divulgação também por outros candidatos, partidos políticos e/ou coligações e, ainda, pela Justiça Eleitoral, inclusive nas próprias seções eleitorais, quando determinado ou autorizado pela autoridade eleitoral competente”.

 

Recife ‘parou’ para acompanhar notícias 

A capital de Pernambuco parou por volta de 11 horas de ontem. Quando as primeiras notícias sobre um acidente com o jatinho em que viajava o ex-governador Eduardo Campos (PSB) se espalharam, a reação dos moradores foi de apreensão e incredulidade.

O vendedor Davison Galvão, que trabalha em uma loja de eletrodomésticos no Santo Antonio, região central do Recife, disse que soube do acidente pelas TVs expostas na loja. “A nossa esperança era que ele não estaria no avião. Muitas pessoas ficaram em frente às TVs. Depois da notícia foi pior ainda”, afirmou. “Foi um impacto grande, uma surpresa. A gente não estava acreditando.”

A administradora Maria do Carmo Barbosa conta que assistia à missa na igreja Nossa Senhora do Paz, no bairro de Afogados, quando o padre recebeu um bilhete sobre a morte de Campos. Segundo ela, o sacerdote interrompeu a missa após receber a notícia. “Ele estava de pé e um ajudante dele interrompeu entregando um bilhete. Nesse momento o padre passou mal e sentaram ele”, contou. A notícia foi transmitida aos fiéis pelo ajudante do padre. “Teve gente que começou a chorar, foi um clima de comoção total.”

O taxista Henrique Silva estava com um passageiro quando recebeu uma ligação da mulher contando que Eduardo Campos tinha morrido. “É uma notícia triste, mas a verdade é que para os taxistas ele não trouxe nada de bom.”

Em Boa Viagem, na zona sul do Recife, o bancário Frederico Vieira disse que a notícia foi “um impacto grande”. “Eduardo Campos era uma liderança. É uma pena porque estamos carentes de liderança no Estado”, disse. (Folhapress)

 

Polícia Federal vai investigar acidente

Além de ajudar na identificação dos corpos, a Polícia Federal abriu inquérito para investigar as circunstâncias do acidente com o avião que levava o candidato do PSB à Presidência Eduardo Campos e caiu em Santos (SP).

A PF vai apurar se houve imperícia, imprudência ou se foi apenas uma fatalidade. Apesar de ser um avião considerado novo, não se descarta a possibilidade de falha técnica. A investigação ficará a cargo de delegados e agentes da Superintendência da corporação em São Paulo.

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes (Cenipa), órgão subordinado ao comando da Aeronáutica, também apura a queda. Ao contrário da polícia, o trabalho do Cenipa não é criminalizar eventuais culpados mas tentar aprimorar a segurança de voos, identificando e divulgando os fatores que contribuíram para os acidentes investigados.

A polícia também enviou 11 peritos para ajudar na identificação de feridos e análise do local do acidente. Um deles participou das apurações com o acidente do avião da Malaysia Airlines, que caiu na Ucrânia no dia 17 de maio. (Folhapress)

 

Candidato mudou agenda de última hora

O candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, mudou a agenda de última hora para estar em Santos (SP) ontem, onde morreu em um acidente de avião. O ex-governador de Pernambuco decidiu na segunda-feira que não participaria de um fórum da Revista Exame, na capital paulista, e preferia fazer o que a campanha chama de “agenda de rua”, um corpo a corpo com eleitores na Baixada Santista.

Aliados afirmam que a regra de Campos era dormir no local em que acontecem os compromissos da manhã, mas não foi assim ontem. O candidato estava no Rio de Janeiro para entrevistas à Rede Globo e, como os compromissos terminaram tarde da noite, avaliou que era melhor sair pela manhã, com destino direto a Santos. (Fp)

 

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