O que os EUA podem fazer em um terreno minado como o Iraque e a Síria, sem enviar tropas, utilizando-se apenas de drones em combates aéreos, o que já vinha sendo feito?
Os EUA querem evitar o avanço do Estado Islâmico e ao mesmo tempo não querem se envolver em uma nova intervenção de longo prazo e alto custo. Além do uso de drones, há o fortalecimento das tropas nacionais iraquianas e dos peshmergas (tropas curdas) a partir de um programa da CIA que inclui treinamento e equipamentos militares. A estratégia americana inclui ainda o apoio aos xeques sunitas, que vinham usando rebeldes jihadistas para ganhar influência na política iraquiana pós-Sadam Hussein.Obama ressalta o uso de uma rede de colaboração e inteligência. Nota-se a ideia de poder brando (Soft Power), que inclui não apenas o uso de força militar ostensiva, mas também do poder de influência sobre outros atores envolvidos no imbróglio. Essa estratégia pretende responder à altura as expectativas paradoxais da sociedade americana, que não pretender se ver envolvida diretamente em um conflito em terras estrangeiras, mas que ao mesmo tempo, teme novos atentados terroristas em seu próprio território.
Os EUA vão apoiar as forças que combatem o Estado Islâmico, como a oposição moderada na Síria. Apoiar rebeldes sírios não implica mais complicação?
O apoio aos rebeldes sírios é escolha de certo risco, porque não são um grupo homogêneo ou uma força militar unificada. Boa parte das facções estão concentradas em derrubar o regime de Assad. E há o risco de armamento americano oferecido aos rebeldes acabar na mão dos jihadistas.
Uma “estratégia compreensiva e sustentável” significa o quê?
Os EUA não pretendem pagar o alto custo de uma intervenção como no Afeganistão e Iraque após os ataques de 11 de setembro de 2001, em que foram gastos mais de US$ 1 trilhão. A idéia de sustentável implica gastos menores. O termo compreensivo faz referência a uma ação que leva em conta toda complexidade atual daquela região, como n a guerra civil na Síria.