Tempo de política
07 de setembro
Almanaque - O Popular
A política está no dia a dia e, mesmo sem votar para valer, a galera pode ser politizada e atuante na sociedade. Quer saber como?
Sempre que a escola propõe uma atividade para ajudar quem precisa, Maria Teresa Andrade e Roberto Vargas, de 14 anos, são os primeiros a participar, quer seja para recolher alimentos, roupas, produtos de limpeza ou mesmo para visitar alguma instituição de caridade. E assim eles vão aprendendo e ensinando que a política está muito mais presente no dia a dia das pessoas do que a maioria imagina.
Tanto Maria Teresa quanto Roberto acreditam que são, sim, politizados, afinal de contas gostam de se envolver em projetos que
têm como principal objetivo colaborar com a sociedade e, ao mesmo tempo, estão sempre atentos para cumprir seus deveres e exigir seus direitos como cidadãos. Roberto, por exemplo, participou de um projeto que ajudava pessoas portadoras de necessidades especiais. “É bom ver que a gente pode fazer a diferença na vida de alguém com atitudes simples. Ao mesmo tempo aprendi que a vida dessas pessoas pode estar mais difícil simplesmente porque seus direitos não são garantidos, nem os mais simples, como ter acesso a alguns lugares”, relata.
Já Maria Teresa, além de participar de vários projetos assistenciais na escola, em 2014 tem uma tarefa ainda maior. Como representante de sala, a meninas precisa estimular a turma a participar dos projetos sociais. Neste ano eles tem de recolher materiais de limpeza para instituições que trabalham para a
recuperação de dependentes químicos. A garota revela que a tarefa não tem sido fácil. “Uso todos os meus recursos para motivar o pessoal. Faço campanhas nas redes sociais, sempre que posso posto frases e envio mensagens pelo Whatsapp para lembrá-los da doação. Trabalhar com gente não é fácil, mas faço minha parte. Parece que está funcionando”, afirma.
Nomesmobarco
Foi na escola que Isadora Zago e Felipe Jaber, de 13 anos, aprenderam que a política vai além dos discursos dos candidatos e que envolve todo mundo. “Sempre ouvi falar sobre a corrupção dos políticos, mas há pouco tempo o professor de literatura nos mostrou o quanto a corrupção faz parte da nossa cultura e que até a gente quebra regras quando isso pode nos beneficiar de alguma forma”, revela a garota. “Para haver uma mudança real na política brasileira, seria necessário uma mudança geral das instituições e na mentalidade das pessoas”, afirma Felipe. O menino diz, inclusive, que já até pensou em seguir a carreira política. “Mas tenho medo de não conseguir mudar as coisas de verdade”, repensa.
Maria Teresa Andrade também já pensou em seguir carreira política. Para ela, o que realmente importa é saber se o seu trabalho poderia realmente ajudar outras pessoas. “Na minha cabeça, só faz sentido alguém se candidatar a um cargo público se realmente pretende ajudar o próximo. Semisso,tudo perde a razão”, defende.
Você pode fiscalizar!
Diferentemente de Felipe, de Maria Teresa, de Roberto e de Isadora, muita gente por aí acredita que esse papo de política é uma chatice e que melhor é ignorar o assunto. Tem até
quem afirme que a política no Brasil não tem mais jeito.
O professor Pedro Célio Alves Borges lembra que não é assim que as coisas caminham. Ele afirma que, na verdade, a política envolve todo mundo, inclusive quem ainda nem pode votar, mas que continua tendo direitos e deveres como qualquer cidadão. Daí a importância de pensar a política, de falar sobre ela na escola e na família.
“Qualquer que seja a idade, todos precisam ter acesso a um sistema de saúde de qualidade, ter boas escolas e poder caminhar com segurança nas ruas. Isso sem falar nos lugares de lazer, que devem ser garantidos a todos. Ah! Tem também a limpeza urbana, que precisa ser eficiente, inclusive, para evitar doenças. Pois é, tudo isso tem a ver com a política”, explica o professor.
Para Adriana Magalhães, editora do portal Plenarinho, da Câmara dos Deputados, não adianta querer ignorar a política. “Ela faz parte da vida de todo mundo e as decisões tomadas pelos políticos vão interferir diretamente no dia a dia das pessoas. Umexemplo são as leis. Como seria a sociedade sem elas?”, questiona.
Pedro Célio vai além. Ele afirma que mais que procurarse informar sobre a política nacional, meninos e meninas precisam se envolver com ela. Devem questionar, cobrar para que as coisas aconteçam como devem e, tem mais!, cada um precisa cumprir seus deveres como cidadão. “Nesse caso vale a pena reclamar e fiscalizar desde o vizinho que anda sujando a rua, o prefeito que não protege os bens naturais da cidade e os governantes que pagam mal os professores”, sugere.
Source: Almanaque - O Popular
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