Doenças humanas em animais
Data: 12 de outubro de 2014
Fonte/Veículo: O Popular
Diversos fatores levam animais domesticados a sofrer stress, fobia, depressão, insuficiência renal e câncer
MANTOVANI FERNANDES
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O gato Felipe, de Sibelle Okano, sofre de anemia hemolítica e precisa de atenção especial
Já se foi o tempo em que distúrbios comportamentais eram problema do bicho homem. Agora, até animais sofrem com essas doenças da modernidade. Diagnósticos como fobia, ansiedade, stress, depressão e hiperatividade já não são exclusivos do bicho homem. Problemas como estes requerem atenção e tratamento com medicações, assim como acontece com a espécie humana.
É difícil pensar que animais tão felizes e brincalhões como os cães, por exemplo, possam sofrer de depressão. Mas assim como em humanos, fatores dos mais variados podem levar um animal domesticado a entrar neste estado. “Introdução de um novo indivíduo, experiências traumáticas, perdas por morte ou abandono, mudança de ambiente ou de rotina e falta de atividade, são os principais fatores”, relata a veterinária, adestradora e especialista em comportamento animal, Kátia D’Martino.
Os sinais, segundo Kátia, podem ser variados e requer atenção dos proprietários. “Geralmente acontece a redução do apetite, sono excessivo e diminuição da interação com os humanos.” Já o tratamento,vai da utilização de antidepressivos veterinários a homeopatia.
TOC
O comportamento compulsivo também é recorrente nos pequenos animais domesticados, garante a veterinária. Não é raro encontrar uma ave que arranca as penas ou um cachorro que persegue a cauda sem parar ou se lambe até ferir. O comportamento se assemelha ao Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) dos humanos e, assim como a depressão, pode estar ligada a alguma alteração na rotina do animal, stress ou falta do que fazer. “Ele começa a ter uma atitude compulsiva para descontar uma ansiedade.”Algumas doenças que assustam os humanos quando diagnosticadas, como câncer, insuficiência renal ou cardíaca, artrite e artrose, diabete, entre outras, também são comuns entre cães e gatos. Segundo a veterinária Eriane Campos, entre os motivos está não só a longevidade do animal de estimação, mas também a alimentação e os hábitos dos donos. “Estas doenças sempre existiram, mas acabaram por ficar mais comuns em função da tecnologia dispensada para o diagnóstico preciso”, reforça.
Oftalmologista veterinária e professora de clínica médica de pequenos animais da Universidade Federal de Goiás (UFG), Aline Maria Vasconcelos Lima destaca que além da genética, com o aumento da sobrevida, os animais se tornaram mais suscetíveis aos fatores externos como radiação ultravioleta e toxinas, que tornam comuns doenças degenerativas das articulações, neoplasias, catarata, além de alterações cardíacas. “A obesidade, que é epidemia entre os humanos, também acomete os pequenos animais. É uma consequência da humanização dos hábitos e alimentação inadequada. “
ANEMIA
O gato Felipe, da empresária Sibelle da Fonseca Okano, de 50 anos, tem uma rotina muito semelhante a de humanos doentes. Ele precisa de alimentação especial, injeções e comprimidos diários e com hora marcada e até mesmo de transfusões sanguíneas. Ele tem anemia hemolítica, uma doença autoimune, que faz com seu sistema imunológico identifique erroneamente os próprios glóbulos vermelhos como corpos estranhos, destruindo-os.
Felipe tem a sorte de ter como dona uma proprietária de clínica veterinária, já que os custos com tratamentos, exames e consultas, poderiam sair bem caro, além de exigir dedicação. “Não meço esforços para cuidar dele, seja para buscar um doador de sangue apto, que precisa ser um gato sadio, de até 7 anos, ou para buscar novas possibilidades de tratamento.”
Source: O Popular
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