Procura por carreira tem alta, diz MEC

O País celebra hoje o Dia do Professor com homenagens, festa, reconhecimento. E a carreira parece ter voltado a cair no gosto dos estudantes. Pelo menos é o que diz o Censo da Educação 2013, apresentado pelo Ministério da Educação (MEC). De acordo com os dados, as matrículas nos cursos de licenciatura aumentaram mais de 50% nos últimos dez anos, um crescimento médio de 4,5% ao ano. A pesquisa mostra ainda que mais de 200 mil alunos concluem cursos de licenciatura anualmente.

Para a especialista em educação e coordenadora de licenciatura da Universidade Federal de Goiás (UFG), professora Miriam Fábia Alves, os dados não batem com a realidade do Estado. Este ano, a instituição conta com 7.239 estudantes matriculados em todos os cursos de licenciatura, sendo que em 2013 se formaram 791 licenciados e o percentual de evasão chegou a 20.41%.

Miriam diz que os números da UFG são reflexos de uma série de fatores que desestimulam os estudantes a seguirem a carreira de professor. “A procura pelos cursos de licenciatura é muito baixa devido às péssimas condições de trabalho, falta de infraestrutura escolar, dificuldade em formar profissionais com cargas horárias flexíveis e, comparado com outras carreiras, o piso não teve grandes avanços”, explica.

Miriam diz, que apesar de tudo, há aspectos positivos que favorecem a procura pela profissão. “A carreira ainda é procurada porque a sociedade valoriza o professor, já que qualquer profissional precisa passar o mínimo de tempo estudando para conseguir se empregar”, pondera a especialista.

Motivação

Jéssika Ferreira dos Santos, de 21 anos, se formou em pedagogiaeste ano. Ela já lecionou durante dois anos na rede pública de ensino, para onde não quer mais voltar devido às condições precárias. Atualmente, trabalha em uma escola particular e, sobre a profissão, diz que a experiência de participar do desenvolvimento das pessoas é a sua maior motivação”. Sobre a escolha profissional: “Sou feliz por que a carreira que escolhi transforma vidas”, afirma. (Fúlvio Costa)