UFG desenvolve pesquisas para atender demandas de pessoas com deficiência

Universidade integra Núcleos de Tecnologia Assistiva com foco em mídias interativas

Cadeira de roda computadorizada, sensores cerebrais, sensores de músculo e muito mais. Invenções como essas podem ser criadas nas universidades, frutos de tecnologia local, garantindo melhores condições de vida às pessoas com deficiência, inclusive o acesso às novas mídias digitais. Esse é o principal objetivo da chamada tecnologia assistiva. A Universidade Federal de Goiás (UFG) está inserida no grupo pioneiro dos Núcleos de Tecnologia Assistiva (NTA) nas Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes).  Contemplada com edital do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI/2014) para estruturação desse programa, a Universidade recebeu recurso de R$300 mil, que já está sendo investido na aquisição de equipamentos para a pesquisa.

O núcleo da UFG, com foco nas mídias interativas, funciona no Laboratório de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Mídias Interativas (MediaLab). O trabalho aqui é voltado às demandas internas de usabilidade e acessibilidade dos sistemas computacionais, especialmente para deficientes físicos e visuais. Um dos projetos em andamento visa disponibilizar softwares leitores de tela, indicados para deficientes visuais. Em breve, a chamada Barra de Acessibilidade deverá estar disponível nas páginas da instituição, contendo ferramentas que possibilitam acesso rápido ao portal, melhoria de contraste, ampliação de fontes, entre outras opções de auxílio às pessoas com visão reduzida.

“Em alguns casos, pessoas com deficiência são dependentes, mas não incapazes. A tecnologia tem auxiliado para que essa dependência seja amenizada ou eliminada. Há um universo para ser construído, e a universidade é um local privilegiado para que faça surgir uma nova consciência, novos produtos e nova postura quanto a isto”, explica o coordenador do NTA/UFG, Cleomar Rocha.

SINAce

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE/Censo 2010), o Brasil tem 45,6 milhões de pessoas – mais de 20% da população – comalgum tipo de deficiência, dado que evidencia a necessidade de ações voltadas a esse segmento. Na UFG o tema acessibilidade está presente no cotidiano já há alguns anos. Com o aumento de pessoas com necessidades especiais – atualmente são 220, entre servidores docentes e técnico-administrativos, e estudantes –, a instituição se mobiliza, promovendo o desenvolvimento de tecnologias e buscando avançar em sua política de acessibilidade.

O Sistema Integrado de Núcleos de Acessibilidade da UFG (SINAce), aprovado em 2014, veio para cumprir os requisitos legais de acessibilidade, mas principalmente para fortalecer o compromisso da UFG com a justiça social, os valores democráticos e o desenvolvimento sustentável.  Obras e adequações vêm sendo efetuadas em todas as Regionais da UFG, de acordo com a disponibilidade de recursos. Desde 2006, já foram gastos em torno de R$ 5,8 milhões tornando as instalações da UFG mais acessíveis, com 57 elevadores, 1.169 salas de aula, 505 banheiros, 121 rampas e 4.282 metros lineares de piso tátil.