Pedro Arraes: Emater vai incrementar pesquisa em Goiás

Data: 19 de maio de 2015

Fonte/Veículo: Goiás Agora 

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A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Goiás (Emater) recebeu recentemente novo fôlego para seguir no aprimoramento da pesquisa científica aplicada ao campo. Juntos, governos estadual e federal vão repassar R$ 3 milhões para a construção de cinco laboratórios fundamentais para a evolução da tecnologia aplicada ao agronegócio, à agricultura familiar e aos diferentes formatos de produção rural. O presidente da Emater, Pedro Antônio Arraes Pereira, está confiante no trabalho da empresa pública na geração de conhecimento para alimentar a rede de extensão rural do Estado. Confira a entrevista exclusiva que ele concedeu ao Goiás Agora.

Investimentos na ordem de R$ 3 milhões foram destinados à Emater pelos governos federal e estadual para a construção de laboratórios. Quais serão as áreas de pesquisa que serão beneficiadas com esse investimento?
Pedro Arraes - Esse investimento que será feito agora para montagem desses laboratórios simboliza um novo fôlego para a pesquisa agropecuária no Estado. Serão cinco laboratórios: um para Fitopatologia – que lida com todas as doenças das principais culturas do Estado, e de proteção e geração de materiais mais resistentes; o segundo de Controle Biológico que permite a identificação de agentes biológicos para o controle de pragas e doenças, com a possível diminuição de defensivos agrícolas; o terceiro de Cultura de Tecidos, onde serão produzidas mudas a partir de técnicas de tecidos livres de doenças. Identificamos que hoje há problemas nas culturas de banana e abacaxi aqui em Goiás. E o quarto que será de laboratório de Resíduos e Solo, que fará análise de águas, fertilizantes, defensivos e do próprio solo para propiciar um cultivo mais eficiente. E por último, o de Sementes, que dá suporte aos programas de geração de novos cultivares, novas variedades de arroz, feijão, maracujá, banana etc. Esses laboratórios têm uma importância muito grande. Serão todos integrados, o que é um conceito moderno de pesquisa, bastante inovadores e que permitirão gerar conhecimento necessário para alimentar nossa rede de extensão rural.

Todos esses laboratórios serão construídos em Goiânia?
Pedro Arraes - Sim, na capital. Eu explico o seguinte: pesquisa e extensão têm diferença muito grande. Na pesquisa você concentra recursos humanos e financeiros e estrutura física. A extensão rural é mais pulverizada, capilarizada. Temos escritórios em 206 municípios goianos, porque temos que estar em todo o Estado para poder atender aos produtores nas mais vastas regiões. A pesquisa feita nos laboratórios vai alimentar essa rede de transferência de tecnologia.

E vocês vão trabalhar em parceria com instituições de ensino superior?
Pedro Arraes - Com certeza. Já estamos em contato direto com a Universidade Federal de Goiás, inclusive escolhemos a localização do laboratório próximo à universidade, pois lá se encontra uma série de variedades de pequi, e também para facilitar o intercâmbio com os alunos e docentes da universidade que queiram desenvolver suas pesquisas conosco.

Como foram definidas as áreas de pesquisa dos laboratórios?
Pedro Arraes - Esses cinco laboratórios são clássicos, basicamente todos que se dedicam à pesquisa agronômica precisam ter. Por que delimitamos dessa forma? Porque temos vários importantes programas nestas áreas. Temos programas na área de fitopatologia, pois hoje há uma série de doenças dectadas junto aos produtores. Nossos programas de pesquisa procuram gerar materiais mais resistentes. O de controle biológico ajuda ao pequeno produtor, por exemplo, que planta algumas variedades de milho. Ainda vamos expandir para outras culturas na identificação desses agentes. O laboratório de tecidos identificamos doenças que se manifestam nas mudas. Já o laboratório de solos e resíduos é clássico e confere suporte para a agricultura familiar. O consumidor urbano demanda ter uma noção de que tipos de resíduos são encontrados hoje nos nossos alimentos. E o de sementes, porque ele tem uma importância muito grande no programa de melhoramento de feijão, de soja, de milho, onde vamos gerar uma nova semente para ser distribuída. Você tem que ter capacidade de ver pureza, vigor e fazer a avaliação da capacidade dessa semente.

Quais serão os próximos passos para a construção dos laboratórios?
Pedro Arraes - Como foi anunciado pelo governador Marconi Perillo, fizemos um remanejamento de recursos dos governos federal e estadual e temos urgência em aplicá-los o mais breve possível. Ainda em maio, vamos receber uma arquiteta que tem muita experiência com laboratórios da Embrapa, para discutir conosco a planta baixa. Depois temos que fazer os projetos elétricos, hidráulicos, enfim, dar andamento em todos os projetos necessários para abrirmos a licitação. Esperamos que dentro de um mês e meio possamos fazer isso, para que possamos colocar em licitação até o meio do ano. O tempo de contrução não será muito grande, pois não é algo muito complexo. Esperamos estar com toda a infraestrutura pronta ou bem avançada até o final do ano.

Está previsto algum equipamento de última geração?
Pedro Arraes - Teremos equipamentos de ionização atômica que fazem análises de resíduos, uma das nossas áreas de atuação. Soubemos que a Finep vai abrir edital para equipar laboratórios em julho, então vamos entrar nesse edital para conseguirmos equipar muito bem nossos laboratórios. Teremos uma série de equipamentos, como no de laboratórios de resíduos e de tecidos, que mexem com o topo do conhecimento.

 

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