Seminário discute como colocar em prática as diretrizes do Plano de Direitos Humanos

Data: 28/05/2015

Fonte/Veículo: Diário do Tocantins

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Luiz Melchiades / Núcleo Educação

DH

Discutir formas de por em prática as diretrizes do Plano Estadual de Educação em Direitos Humanos é o que está sendo debatido nesta quinta-feira, 28 e sexta-feira, 29, no Colégio Marista de Palmas, durante o Seminário em Direitos Humanos: retratos e desafios para o Tocantins.

O seminário teve início na noite da quarta-feira, 27, com a presença do secretário de Educação, Adão Francisco de Oliveira, do frei José Fernandes, da Comissão Justiça e Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do professor Ricardo Barbosa de Lima, da Universidade Federal de Goiás (UFG), que abordou o tema Direitos Humanos e Educação e os seus desafios.

Na ocasião, o frei José Fernandes ressaltou a necessidade da Seduc dar importância significativa à educação em direitos humanos. Respondendo ao frei, o secretário Adão Francisco explicou que uma educação integral e humanizada não acontece sem os direitos humanos. “Este é um momento importante para garantir a cidadania. Iniciamos na Seduc uma nova fase, priorizando a redução das desigualdades educacionais”, frisou o secretário.

Mapa

O titular da Seduc explicou que elaborou um mapa da desigualdade educacional do Tocantins, que aponta as regiões onde há maior discrepância educacional. Em primeiro lugar, aparece a região do entorno do Rio Formoso, povoada pelos povos indígenas; em segundo, a região do Jalapão, povoada pelas comunidades quilombolas; em seguida, vem a região sudeste, também onde há um maior número de comunidades quilombolas e, em quarto, vem a região do Bico do Papagaio, terra dos ribeirinhos e extrativistas.

O secretário explicou que, após esse diagnóstico, será possível elaborar as políticas públicas para atender de forma prioritária a essas regiões com educação de qualidade e escolas de referência. O palestrante Ricardo Barbosa de Lima, da UFG, destacou a necessidade de transformar o Plano Estadual de Direitos Humanos em atos pedagógicos. “Esse é o maior desafio, dá sentido ao conteúdo, que este faça sentido para a vida dos alunos”. Ele também ressaltou como um avanço, o Tocantins contar com um plano estadual de direitos humanos, já que outros estados não o têm.

Participantes

Estão participando da conferência cerca de 200 pessoas, entre orientadores educacionais, representantes de comunidades quilombolas, indígenas, comunidades religiosas, membros dos Centros de Direitos Humanos de Palmas, de Paraíso e de Cristalândia.

“Esse seminário é fruto da especialização em Direitos Humanos que está sendo realizada em Porto Nacional”, explicou Frei José. Ele deixou aos participantes uma mensagem: “É preciso ser coerente, saber de que lado estamos, com referência a história do Tocantins e seus momentos de violação e promoção dos direitos humanos. A tradição dominicana entende o estudo como uma forma de levar a teoria a serviço da sociedade e por isso, priorizamos aqui o diálogo com os movimentos sociais”, frisou o religioso.

A educadora Fernanda Alves Teixeira, diretora da Escola de Tempo Integral Augusto dos Anjos, ressaltou a importância do seminário. “Na nossa escola, atendemos a um público diverso, com vários conflitos sociais e cabe à escola ser um espaço de promoção dos valores humanos. Temos o desafio de levar a família para a escola e, por isso, está sendo ótima a participação dos orientadores educacionais, porque são eles que atuam diretamente com os diversos públicos presentes na escola”, ressaltou.

O educador Raimundo dos Santos Bezerra, da Secretaria Municipal de Educação de Palmas, é aluno da especialização em direitos humanos. “Aqui é a culminância do nosso curso, é a oportunidade de sensibilizar e articular os diversos setores em prol das políticas públicas dos direitos humanos e da cultura de paz”, disse Raimundo.

Programação

O seminário prossegue nesta quinta-feira, 28, com uma mesa-redonda sobre a conjuntura tocantinense, na perspectiva da educação, tendo como tema os eixos educação do campo, quilombola e indígena; gênero e diversidade sexual; educação escolar nas periferias das cidades e crianças e adolescentes.

Durante a tarde, acontecerá a conferência sobre os Planos Nacional e Estadual de Educação em Direitos Humanos, coordenada pelo professor Romeu Aloisio Feix, da Secretaria da Educação. Já no dia 29, será realizada uma conferência sobre os desafios e propostas do seminário, com o educador Joelson Oliveira, do Instituto Dominicano de Justiça e Paz do Brasil e da PUC PR.

Josélia de Lima / Núcleo Educação

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