Pesquisa analisa saúde genética de agentes que combatem a dengue

 Uso adequado de equipamentos de proteção individual inibiria a intoxicação por inseticidas

Os agentes de saúde que combatem a dengue lidam, diariamente, com pesticidas que podem ser nocivos à saúde. A Universidade Federal de Goiás (UFG) iniciou, em 2012, uma pesquisa para avaliar a saúde genética de agentes de saúde de Goiânia e Aparecida de Goiânia que atuam no combate à dengue e também para verificar se o uso inadequado de equipamentos de proteção individual (EPI’s) pode aumentar os danos ao DNA.

Coordenada pela professora Daniela de Melo e Silva, do Laboratório de Genética e Biodiversidade (LGBIO) do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFG, a pesquisa avaliou a saúde genética de 240 agentes de combate a dengue dos dois municípios. Foram coletados sangue e saliva dos indivíduos para os testes genéticos. A partir da associação do uso de EPI’s com o tipo de inseticidas que são usados pelos agentes, foi identificado que a ausência dos equipamentos de proteção como óculos, máscaras, luvas e macacão propiciam a intoxicação com os pesticidas utilizados.

Exames genéticos

O Ministério da Saúde exige que os agentes de combate a endemias, a cada seis meses, façam o exame para analisar a enzima acetilcolinesterase, essa enzima quando está aumentada é um indicativo de que o indivíduo está intoxicado. Quando isso acontece, a pessoa intoxicada pode ter convulsões e tonturas. A pesquisadora esclareceu que deveriam ser feitos exames mais direcionados aos agentes. “No caso de agentes de saúde que combatem a dengue, o inseticida que eles usam não altera a acetilcolinesterase, mesmo que ele se intoxique, o exame não vai mostrar alteração”.

Em casos analisados durante a pesquisa, agentes intoxicados fizeram o exame da acetilcolinesterase e hemograma, no entanto, não foram detectadas alterações. Já, quando realizado o exame genético, foram identificadas alterações causadas pelo contato com inseticidas.