Resíduos de frutas e hortaliças contribuem para enriquecimento nutricional

Resíduos que não são aproveitados durante o processo de produção de alimentos têm sido utilizados na Escola de Agronomia da Universidade Federal de Goiás (UFG) para criar novas possibilidades de consumo. Sementes e cascas de frutas e hortaliças, normalmente desperdiçadas durante o processamento das mesmas na forma de polpas e doces, por exemplo, não têm mais que se tornarem apenas adubo.

Segundo a professora do curso de Engenharia de Alimentos da UFG, Clarissa Damiani, os estudos visam identificar os nutrientes existentes nos resíduos e analisar a permanência dos mesmos após o processamento, para que agreguem valor nutritivo aos alimentos produzidos e possam, também, servir como opção para substituir ingredientes comuns.

É o caso da farinha produzida a partir dos resíduos do palmito pupunha, que pode ser utilizada para agregar valor nutricional produtos cárneos, lácteos e de panificação, podendo, ainda, substituir a farinha de trigo em algumas formulações. Entre os alimentos já obtidos pelos projetos de pesquisa e extensão orientados pela professora, estão doces de casca de jabuticaba e de melancia, granola de cascas desidratadas de frutas, como banana e maçã, e até biscoitos sem glúten produzidos a partir de arroz e soja. 

Os resíduos do processamento dos frutos do Cerrado também têm sido analisados, servindo como matéria-prima para canjica, no caso da amêndoa de baru. De acordo com a pesquisadora, o aproveitamento de resíduos pode ser uma alternativa mais barata e acessível para a produção de alimentos saudáveis.