Laboratório da UFG trabalha na reconstrução da memória cênico-musical de Goiás

Com objetivo de preservar, catalogar e divulgar documentos escritos e audiovisuais, iniciativa mantém acervo com registros da própria Universidade e material doado

Após anos de carência sobre detalhes da história cênico-musical de Goiás, o Laboratório de Musicologia da Universidade Federal de Goiás (UFG) vem trabalhando na recuperação, catalogação e divulgação de documentos que resgatem parte dessa memória.

Entre os acervos que se encontram em posse do Laboratório, um deles é conhecido como Jean Douliez, músico belga que se erradicou em Goiás por muitos anos, participou da criação do Conservatório Goiano de Música (1955), depois Conservatório de Música da UFG (1960), e, ao voltar para a Bélgica, deixou na UFG grande parte de seus documentos, incluindo composições de sua autoria como o Hino da UFG.

A diretora da Escola de Música e Artes Cênicas (Emac) e coordenadora do Laboratório de Musicologia Braz Wilson Pompeu de Pina Filho, Ana Guiomar Rêgo Souza, conta como a proposta surgiu. “Havia a necessidade da criação de um espaço institucional para preservação, catalogação e difusão de documentos escritos e audiovisuais, de maneira a incentivar e possibilitar pesquisas sobre a história, memória e a cultura musical e cênico-musical de Goiás”, conta.

Próximos passos

A maioria das coleções de manuscritos do século XVIII e XIX de relevância para a construção da história cênico-musical Goiás se encontra com particulares, geralmente, familiares de músicos moradores das cidades que compunham a rota do ouro ou em acervos das bandas locais.

Recentemente, o Laboratório recebeu o importante acervo Balthasar de Freitas, maestro e compositor de Jaraguá já falecido. O material foi doado por familiares do músico. O objetivo agora é digitalizar esse acervo e disponibilizá-lo para o público, bem como receber mais documentos de pessoas que não tenham interesse em mantê-los ou que desejem disponibilizá-los para outros.

A ideia é que o laboratório cresça e se torne um centro de referência para interessados em enviar suas coleções para que sejam tratadas, digitalizadas e disponibilizadas. Após esse processo, elas serão devolvidas para que possam formar um acervo na própria cidade de origem.