Método de baixo custo auxilia mães na amamentação

Pesquisa da UFG acompanhou 100 mulheres e testou tratamentos de baixo custo para reduzir o tempo de cicatrização da mama em casos de lesões

Para ajudar as mães e seus bebês na fase de amamentação, especialmente nos primeiros dias pós-parto, pesquisa da Faculdade de Enfermagem (FEN) da Universidade Federal de Goiás (UFG) avaliou lesões do mamilo durante a amamentação e buscou a melhor forma de reduzir o tempo de cicatrização da mama com tratamento de baixo custo.

O estudo, que resulta da tese de doutorado da professora Flaviana Vieira, foi vencedor do Prêmio Capes de Tese 2014. “A maioria das mulheres tem desejo de amamentar, mas existem eventos que as levam ao desmame precoce, sendo o trauma mamilar um dos principais, causado principalmente pela técnica incorreta de amamentação. Muitas mulheres acreditam que a lesão é normal, mas não é. Ela começa a sentir dor e isso faz com ela protele as mamadas e introduza outros alimentos que não o leite materno, fator de risco para o desmame”, relata Vieira.

A professora acompanhou 100 mulheres nos seus domicílios nos primeiros 10 dias pós-parto e, por sorteio, indicou a lanolina (pomada natural obtida a partir da cera de lã bruta) para um grupo e o leite materno combinado ao uso da concha para amamentação ao outro, com o objetivo de comparar qual dos dois tratamentos era o melhor. De acordo com os resultados desse ensaio clínico, o leite materno combinado à concha se mostrou mais efetivo e acessível na redução da dor e cicatrização do trauma mamilar.

Doação de Leite Humano

Amanhã (01/10) é o dia Nacional de Doação de Leite Humano, celebrado pelo Ministério da Saúde. Os resultados do estudo podem contribuir para mulheres que desejam fazer doação. A pesquisadora explica que, com a lesão na mama, dificilmente a mulher consegue doar leite e, além disso, o tratamento com leite materno e a concha favorece a satisfação da mulher com a amamentação e não interfere na qualidade do leite a ser doado.

Para Flaviana Vieira o objetivo agora é disseminar esse conhecimento, para que ele se torne embasamento científico à prática clínica dos profissionais envolvidos com a área da amamentação, de forma a ajudar mães e bebês na satisfação com a amamentação e favorecer o aleitamento materno exclusivo. Por isso, por meio de projetos de extensão, publicações de artigos científicos e consultorias, a professora tem capacitado profissionais e alunos para auxiliar as mães no tratamento da dor e do trauma tão frequentes e que causam tanto sofrimento.

Fonte: Ascom UFG