UFG representa o Brasil em experimento com neutrinos

Pesquisadores que estudaram essa partícula elementar foram os premiados da edição 2015 do Nobel da Física, anunciado nesta terça-feira

Neutrinos são substâncias elementares muito abundantes no universo: um trilhão deles passa por nós a cada segundo. No entanto, como interagem muito raramente com outras partículas, são muito difíceis de detectar e, por esse motivo, ainda há muito mistério sobre o comportamento deles. Por esse motivo, cientistas de todo o mundo dedicam-se a experimentos importantes para detectar e estudar sobre neutrinos. O Prêmio Nobel da Física, anunciado ontem, 6, foi concedido a dois pesquisadores que lideraram experimentos, nos anos 90, de oscilação de neutrinos. A UFG possui um grupo de pesquisadores que se dedica a estudar o assunto, sendo a única representante do Brasil em um dos maiores experimentos do momento: o NOvA, realizado no Fermilab, laboratório de aceleradores e física de partículas mais importante da América.

Segundo o professor do Instituto de Física da UFG, Ricardo Gomes, que lidera o grupo brasileiro, neutrinos são o assunto do momento e o Nobel só confirma isso. “É mais uma prova para quem não é da área entender o quanto os neutrinos estão em alta”, comenta. Segundo ele, os pesquisadores da área estão com as atenções focadas no experimento NOvA, um dos maiores já concebidos no mundo, com um detector de PVC e cintilador líquido de 14 mil toneladas, a maior estrutura de plástico autossustentável já feita. Para ele, entender o comportamento dos neutrinos pode ajudar os pesquisadores a compreender alguns mistérios ainda não desvendados no universo.

Em pouco mais de um ano de experimento NOvA, que deve coletar dados até 2020, cientistas já apresentam os primeiros resultados: observaram a primeira evidência de neutrinos oscilando, “confirmando que o enorme detector construído para o projeto não apenas funciona tal como o planejado, mas também está fazendo um grande progresso em direção a seu objetivo, o que representa um grande passo na compreensão dessas partículas”. O projeto é uma colaboração composta por 210 cientistas e engenheiros de 39 instituições nos Estados Unidos, Brasil, República Tcheca, Grécia, Índia, Rússia e Reino Unido.  O grupo da UFG foi convidado a participar do experimento em 2013 por ter experiência em física de neutrinos e de raios cósmicos.

Fonte: Ascom UFG