Projeto propõe identificação de pessoas pelo modo de andar

Projeto da UFG estuda alternativa aos métodos tradicionais de biometria

Pesquisadores do Instituto de Informática (INF) da Universidade Federal de Goiás (UFG) elaboram protótipo de software para o reconhecimento de pessoas pela forma de caminhar. O estudo poderá ser utilizado para identificar criminosos que têm suas imagens registradas por câmeras de segurança, sem que o rosto possa ser visualizado e identificado.

O projeto utiliza vídeos de pessoas caminhando e por meio de comparação de algumas características do modo de andar possibilita a identificação. Para que isso ocorra é separada apenas a silhueta do pedestre, em que são observadas características estáticas e dinâmicas. “As estáticas são características que não mudam durante o filme, por exemplo a altura da pessoa, tamanho da perna, do braço. As dinâmicas podem ser os ângulos dos passos, o movimento entre as articulações”, explicou o mestrando em Ciências da Computação, Weder Mendes, que está desenvolvendo o projeto.

Existem muitos sistemas que reconhecem a face, “mas os bandidos também se aperfeiçoam, o que acontece é que eles têm usado máscaras, perucas, capacetes e derivados para que não sejam reconhecidos. No entanto, qualquer estabelecimento tem uma câmera de segurança com gravação,” acrescentou o professor do INF, Anderson Soares. Por isso é mais fácil de recolher imagens de suspeitos caminhando. Recentemente ocorreu um caso em que um detento tentou fugir de uma penitenciária utilizando uma máscara de uma idosa, mas foi reconhecido pela maneira que andava. Mas há algumas ressalvas à proposta, por exemplo, se o analisado estiver com algum problema de saúde, embriagado, carregando algum objeto ou ciente de que está sendo filmado, o modo de andar pode se alteras, o que dificulta a identificação.

Perspectivas

Por enquanto, o projeto analisa apenas imagens de pessoas andando no sentido horizontal. “A gente pretende estender esse projeto a um outro nível, fazer reconhecimento de pessoas que andam em outras direções”, afirmou o professor do INF, Gustavo Teodoro. Além de identificar pessoas no meio a multidões. Os estudos estão sendo realizados com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e com apoio da Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior (Capes).

Fonte: Ascom UFG