As causas do perigo nas ruas da capital

Data: 16 de maio de 2016

Fonte/Veículo: 

Link direto da notícia: http://www.opopular.com.br/editorias/vida-urbana/as-causas-do-perigo-nas-ruas-da-capital-1.1086867 

 

Imprudência do motorista e falhas em sinalização agravam risco de acidentes nos 10 piores cruzamentos de Goiânia

 

                                                                    Foto: Sebastião Nogueira

 

A conversão proibida que é repetida por diversos motoristas no cruzamento da Avenida Goiás com a Independência, no Centro, faz do local o ponto de maior severidade de acidentes de trânsito de Goiânia. É a prática imprudente de quem sobe a Goiás, pela Câmara Municipal, e acha que pode realizar a conversão à esquerda para a Independência, tentando atalhar o caminho. O resultado são acidentes e prejuízos ao tráfego.

O índice de severidade é calculado por uma fórmula do Ministério da Saúde e leva em consideração a gravidade dos acidentes, quanto aos graus de ferimentos e fatalidades.

O cruzamento acima consta em uma lista de 10 pontos com maior número de acidentes da capital feito pela Secretaria Municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade (SMT) e a partir da qual O POPULAR levantou as causas que tornam estes pontos mais perigosos.

Gerente de educação de trânsito da SMT, Horácio Ferreira, afirma que todo acidente é evitável e sempre precedido de alguma imprudência. “Se os motoristas trafegassem dentro da velocidade permitida, respeitassem a sinalização e os outros condutores, nenhum acidente ocorreria.”

Analisando as infrações cometidas no cruzamento da Goiás com a Anhanguera, o professor do Instituto Federal de Goiás (IFG) e especialista em Transportes, Marcos Rothen, diz que a conversão proibida demonstra a falta de sinalização orientativa aos condutores. Há no local, grande fluxo de veículos e de pedestres.

Doutora em Transportes, a professora da Universidade Federal de Goiás, Erika Kneib, lembra que é preciso pensar também em um desenho urbano que favoreça a travessia dos pedestres. Erika salienta que, em Goiânia, o desenho das vias também contribui com os acidentes, “pois muitas são projetadas e pavimentadas para maiores velocidades, embora exijam tráfego mais lento”. Em muitos locais apontados como pontos de maior grau de acidentes, há também confusão quanto à sinalização “inexistente ou apagada, confusa ou pensada de forma isolada”, conforme a professora.

Grande parte dos riscos de acidentes nos pontos indicados pela SMT se dá por falhas na sinalização, afirma Marcos Rothen. Ele aponta que o motorista fica confuso em alguns dos cruzamentos da lista. Com isso é comum a reação de motoristas com movimentos bruscos, o que acaba provocando as colisões.

Erika afirma que o primeiro passo é pensar o sistema viário de forma sistêmica, dentro de um Plano de Circulação e de um Plano de Sinalização. Junto a isso, de forma integrada, deve-se identificar os pontos com acidentes e trata-los individualmente. Se forem promovidas apenas soluções pontuais, o problema acaba migrando para outro local.

 

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