Animais que ficam pintados

Data: 19 de maio de 2016

Fonte/Veículo: O Hoje

Link direto da notícia: http://www.ohoje.com.br/noticia/cultura/n/119509/t/novo-cangaco-aterroriza-goiania 

 

 

Vitiligo também pode afetar cães e gatos: perda da melanina se dá por uma predisposição autoimune  

 

Elisama Ximenes

Vitiligo é uma doença dermatológica que age na despigmentação da pele, ou seja, perda da melanina. Manchinhas brancas na pele e nos pelos. Isso mesmo, pelos. A doença dermatológica que se torna cada vez mais comum em humanos também pode atacar os pets. Em humanos, a causa pode ser hereditária ou em razão de alguma desestabilização emocional. Nos animais, a perda da melanina se dá por uma predisposição autoimune, que é hereditária.

A autoimunidade acontece quando o organismo é atingido pelo próprio sistema imunológico. No caso do vitiligo, a produção de melanina é atacada pelos órgãos responsáveis pela defesa do corpo. Segundo o médico veterinário do Hospital Veterinário da Universidade Federal de Goiás (UFG) Luciano Marra, diferente dos humanos, o vitiligo não pode ser provocado por abalos emocionais; é, de fato, uma questão genética, de predisposição.

Além disso, os animais perdem tanto a cor da pele quanto dos pelos. A perda da melanina da pele é chamada de leucodermia. “Quando os pets perdem a cor dos pelos, ou seja, os pelos ficam brancos, a gente chama de leucotriquia”, informou o médico veterinário. Ainda segundo ele, a maior incidência é em cães rottweilers. Mas, além dele, o vitiligo pode atacar doberman, pinscher, pastor alemão, tervuren belga, gato siamês – dentre outros. 

Segundo Marra, a despigmentação pode aparecer em qualquer idade do pet, mas é mais comum nos jovens. As manchas podem aparecer ao redor de olhos, nariz, lábios, cabeça, coxins e unhas. Mas existe a possibilidade de, depois, a perda de pigmento afetar todo o corpo. O diagnóstico é feito com um exame dos sinais clínicos apresentados, além de biopsia, para que sejam descartadas as possibilidades de outras doenças mais graves. 

O câncer de pele e o lupus apresentam sintomas parecidos com o vitiligo nos animais. “Mas o vitiligo não apresenta inflamação e não provoca perda da arquitetura do focinho do animal. Diferente de lupus, o vitiligo provoca, apenas, a despigmentação”, explicou Marra. Para se certificar de que não se trata de câncer de pele ou lupus, é feita uma biópsia, para que, então, se prossiga com o tratamento.

“Não existe um remédio que a gente dá para o pet se recuperar”, contou Luciano Marra. Segundo ele, o que se pode fazer é prevenir para que não evolua para um câncer de pele. Diferente dos humanos, para os quais são prescritos medicamentos tópicos, para os animais a única recomendação confiável é a mínima exposição ao sol. “A gente recomenda usar o protetor solar veterinário e evitar expor os pets ao sol. Se for para passear, recomendamos que seja antes das 8h30 da manhã, ou depois das 17h” , informou o veterinário. O protetor solar recomendado tem fator 30.

 

Scrappy

Desde o ano passado, o gato Scrappy – que era preto – faz sucesso nas redes sociais. Aos 11 anos de idade, ele ganhou manchinhas brancas por todo o corpo e se tornou, praticamente, um gato malhado. A pelugem diferenciada conquistou mais de 40 mil seguidores na internet. Na página dO Facebook do pet, o narrador é o próprio Scrappy.

Quem está por trás do gatinho com vitiligo narra, em cada post, seu dia a dia e agradecepela atenção dos fãs. Com a arroba @seniorscrappy, os donos do pet transformaram a anomalia dermatológica em atração. Nos posts, o narrador enfatiza que, apesar da perda da melanina, o gato é feliz e saudável.

 

Categorias: clipping