UFG pesquisa a contaminação de utensílios na produção de rapadura

Estudo foi realizado a pedido de agricultores familiares que enfrentam problemas com a legalização de produtos artesanais

As demandas apresentadas pelos produtores na Feira Agro Centro-Oeste Familiar de 2015 estão gerando os primeiros resultados. Uma ação do Programa de Educação Tutorial (PET) de Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Goiás (UFG) avaliou o nível de contaminação em utensílios de madeira em uma fábrica de rapadura. A questão foi levantada por vários produtores já que a utilização da madeira, imprescindível em alguns estágios da produção do doce, é proibida pela vigilância sanitária.

O PET visitou um fabricante do município de Morrinhos, no assentamento São Domingos para estudar a possível contaminação microbiológica alegada pelas agências reguladoras. O levantamento inicial e pontual coletou amostras e estudou todas as etapas de produção da rapadura, com o objetivo de identificar em que pontos poderia ocorrer a contaminação e avaliar se o uso da madeira seria prejudicial para a segurança dos consumidores. A conclusão dos pesquisadores do PET foi de que a madeira não é um problema microbiológico na produção.

A proposta da pesquisa, realizada no segundo semestre do ano passado, foi buscar subsídios científicos sobre essa contaminação, que até então não existiam. Além disso, o grupo trabalhou outros aspectos falhos da produção da fábrica por meio de treinamentos.

Feira Agro Centro-Oeste Familiar

A necessidade dessa pesquisa surgiu na Feira Agro Centro-Oeste Familiar do ano passado, na qual o grupo PET trabalhou em duas frentes. A primeira foi um estande que organizou o banco de dados das demandas dos agricultores, momento em que vários levantaram a questão dos problemas na produção da rapadura. Em outra frente, foi desenvolvida uma mesa redonda que tratou da legalização de produtos artesanais – problema de inúmeros agricultores familiares.

A estudante membro do Grupo PET de Engenharia de Alimentos, Ana Carolina, relata que, apesar do camponês ter muita experiência sobre seu processo, ainda há carência de apoio aos problemas enfrentados no que se refere à legislação. “O nosso papel, nesse caso, é de auxiliá-lo com análises microbiológicas, para que esses problemas sejam solucionados”, explica. O resultado da pesquisa será apresentado na Feira Agro Centro-Oeste Familiar 2016 que, neste ano, ocorre nos dias 27 e 29 de abril, no Câmpus Urutaí do Instituto Federal Goiano (IF Goiano).

Source: Ascom UFG