Exposição Singularidades proporciona experiência sensorial

Um campo de trigo que se move de acordo com o vento e com o deslocamento de quem caminha por ele; dispositivos luminosos que transformam sons inaudíveis pelo ser humano em sensações; uma cápsula que reproduz o interior de uma colmeia; e a possibilidade de ouvir a lua “cantando” a partir de imagens gráficas do satélite natural. Estas são algumas das possibilidades sensoriais que serão proporcionadas ao visitante da exposição Singularidades, mostra de arte e tecnologia que será inaugurada na próxima quarta-feira (4/5), às 18h, no Laboratório de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Mídias Interativas da Universidade Federal de Goiás (Media Lab/UFG), no Câmpus Samambaia. A entrada é gratuita.

Coordenador do Media Lab e curador da exposição, o professor Cleomar Rocha explica que os trabalhos selecionados têm como foco a interação entre tecnologia, homem e natureza. Na obra Metacampo, por exemplo, informações sobre a direção do vento são captadas por uma biruta instalada do lado de fora do prédio e enviadas por computador a um ventilador que se move sobre uma plantação artificial de trigo, que também se movimenta de acordo com o deslocamento do visitante. O trabalho é do grupo SCIArts, de São Paulo, que desenvolve suas obras com base na interseção entre arte, ciência e tecnologia.

Na obra Ventos Uivantes, informações meteorológicas também são levadas para um dispositivo luminoso que se movimenta e se intensifica de acordo com as condições ambientais captadas em tempo real. A programação computacional também permite a conversão de infrassom – onda acústica de baixa frequência inaudível pelos seres humanos – em estímulos sensoriais. Responsável pelo trabalho, a professora Laurita Salles, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), explica que o objetivo é criar um deslocamento de sentidos e estabelecer uma relação entre a natureza e o homem, por meio de fenômenos que se tornam audíveis e visíveis.

Outra experiência sensorial será proporcionada pela obra Solo Lunar, desenvolvida pelo Media Lab. O som será produzido a partir da variação tonal da imagem da lua. “Essa sonoridade realizada a partir da leitura gráfica equivale à lua cantando”, explica Cleomar. Já o projeto S.H.A.S.T., da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é uma instalação interativa em que o visitante pode “entrar” em uma colmeia. O módulo projeta sons e imagens de colmeias ativas e simula para o público a presença das abelhas. O projeto tem como objetivo a produção poética com enfoque em questões estéticas contemporâneas que integram arte, design, ciência e tecnologia.

SIIMI
A exposição Singularidades faz parte da programação da quarta edição do Simpósio Internacional de Inovação em Mídias Interativas (SIIMI), que será realizado de 4 a 6 de maio na UFG. A proposta do evento é apresentar um panorama global dos campos da arte, design, comunicação, música, política cultural e inclusiva, educação, tecnologia da informação e comunicação, computação e games. O evento receberá pesquisadores da Argentina, Chile, Colômbia, Escócia, Holanda, Portugal e Uruguai.

Maior laboratório de mídias interativas da América Latina, o Media Lab realiza pesquisas em inovação tecnológica, além de estabelecer parcerias com pesquisadores e professores para residência artística e científica e auxiliar pesquisas desenvolvidas por estudantes de pós-graduação. O Media Lab é responsável pela inovação e intervenção tecnológica no Museu Casa de Cora Coralina e é sede do Observatório da Economia Criativa (Obec) de Goiás, projeto do Ministério da Cultura.