Projeto promove a reflexão sobre o uso do solo em escolas públicas
As atividades são realizadas em Goiânia, Cidade de Goiás e Mambaí
A fragilidade do solo frente aos impactos ambientais está sendo mostrada por pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG), por meio do Projeto Solo na Escola. O projeto de extensão visa compartilhar com alunos e professores da rede pública de ensino os conhecimentos produzidos sobre o solo na Universidade. As ações são realizadas em Goiânia, Cidade de Goiás e Mambaí.
Atividades humanas carentes de planejamento adequado de uso e manejo do solo acabam provocando impactos negativos como erosões, perda de solo e poluição. A professora Renata Santos Momoli explica que o projeto “foi concebido sob os pilares da educação ambiental, com o intuito de reverter o modo como a sociedade utiliza os recursos naturais, principalmente o solo, passando a utilizá-lo de forma mais sustentável visando a perpetuidade do agroecossistema”.
Em Goiânia, o projeto é desenvolvido em parceria com o Jardim Botânico Amália Hermano Teixeira. A iniciativa promove palestras sobre o solo e apresenta uma série de experimentos que simulam de forma simples, processos físicos de alta complexidade como infiltração da água no solo e erosão. Esses modelos didáticos são elaborados pelos alunos de graduação e pós-graduação do Instituto de Estudos Socioambientais (Iesa) e da Escola de Agronomia da UFG e apresentados aos alunos e professores da rede pública de ensino.
Em Mambaí e na Cidade de Goiás, as palestras e experimentos são apresentados em escolas da rede pública de ensino, cujos parceiros locais são respectivamente o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Escola Família Agrícola de Goiás (Efago).
Experimentos
As experimentações simulam situações ambientais diversas. A infiltração de água no solo é simulada para diferentes tipos de solos (argilosos, arenosos e orgânicos), contidos em sistemas de filtragem elaborados com material reciclável de garrafas PET. A simulação de erosão é realizada em recipientes plásticos contendo espessas camadas de solo, onde é comparada a perda de solo em recipientes coberto com vegetação e com solo descoberto.
Nos experimentos, é possível visualizar o volume de solo e água que saem do sistema solo e se acumulam nos coletores plásticos elaborados com garrafas PET, após a aplicação de determinada quantidade de água como se fosse a chuva. Também são realizados experimentos sobre a coloração do solo e a sua textura, em que os alunos são estimulados a manipular o solo e reconhecer suas partículas e propriedades como plasticidade, adesão e coesão.
Está sendo desenvolvido um jogo virtual para divulgação entre os alunos e professores que busca divulgar entre crianças, adolescentes e adultos aspectos relevantes sobre o solode forma lúdica e agradável. O objetivo é atingir diferentes gerações de forma rápida e acessível explica a professora.
Parceria
O Projeto Solo na Escola começou no Iesa, seguindo iniciativas já consolidadas em outras instituições de ensino, com o projeto pioneiro na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Na UFG, a iniciativa iniciou em 2015 com a supervisão do professor Antônio Azevedo do Departamento de Solos da Universidade de São Paulo (USP), que orientou e compartilhou experiências com os pesquisadores da UFG. Neste ano, o projeto foi contemplado com recursos do Programa de Extensão Universitária do Ministério da Educação(Proext/MEC).
O Projeto Solo na Escola promove a interdisciplinaridade, integrando diversas unidades acadêmicas da UFG: o Instituto de Estudos Socioambientais; o Instituto de Informática por meio do Laboratório de Informática; a Escola de Agronomia (EA) com a participação do Laboratório de Física do Solo; a Faculdade de Artes Visuais (FAV) via Laboratório de Design Gráfico e a Unidade Especial em Ciências Humanas da Regional Goiás, Campus Cidade de Goiás. As parcerias externas à Universidade também ocorrem com o apoio do Jardim Botânico Amália Hermano Teixeira, unidade da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) de Goiânia e da Escola Família Agrícola de Goiás (Efago) na cidade de Goiás.
Fuente: Ascom UFG