Aumento da passagem só após melhoria no transporte

Data da notícia: 29 de março de 2017 

Veículo/Fonte: O Hoje 

Link direto da notícia: http://ohoje.com/noticia/cidades/n/131409/t/aumento-da-passagem-so-apos-melhoria-no-transporte

 

Aumento de R$ 0,30 na passagem deverá ser feito após comprovação de melhorias no transporte

Wilton Morais 

A última compra de ônibus para atender a demanda da Região Metropolitana de Goiânia, aconteceu no inicio de 2015. À ocasião, 70 veículos que emitem 80% menos poluentes somaram a antiga frota. No ano seguinte, a passagem subiu R$ 0,40. O resultado foi positivo para os usuários, que mesmo assim pontuou outras necessidades de melhoria. Porém, em 2016, não houve novas compras e pouco se viu de manutenção. Para este ano, o usuário está perto de pagar R$ 4 pelas viagens, dependendo de aprovação da Câmara Deliberativa de Transportes Coletivos da Região Metropolitana de Goiânia (CDTC-RMG).

Na segunda-feira (27), a promotora de Justiça Leila Maria de Oliveira se reuniu com representantes da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) e cobrou ações de fiscalização do serviço. A principal medida solicitada pela promotoria é que os contratos firmados com o poder público sejam cumpridos. As empresas concessionárias terão que comprovar o cumprimento dos contratos, para que seja definido, quando e como será aplicado o rejuste. 

O professor da escola engenharia e transporte da Universidade Federal de Goiás (UFG), Ronny Aliaga, ressalta que categorias como conforto e segurança devem ser consideradas pelo poder público. “O contrato tem que ser cumprido. A frota precisa ter qualidade de acessibilidade, ar condicionado e outros itens”, defendeu o especialista. Como mostrado por outra reportagem do Hoje, no inicio deste ano, o transporte até tem escadas que permitem a acessibilidade para cadeirantes, porém, a falta de manutenção; a pressa de motoristas; e o descaso permite que o sistema não funcione de forma essencial. 

“É preciso intervenções, nesse caso, temos que avaliar as possibilidades de melhorias, – melhores ônibus, parada, e o sistema de informação”, sugere o especialista em transporte. Em alguns terminais da cidade a situação é degradante. No Terminal Praça A – com pior colocação em uma pesquisa realizada pelo MP e a UFG – o pouco espaço das plataformas forçam os usuários a ficarem a mercê da aglomeração. É comum que os ônibus das linhas 178 (Jardim Curitiba) e 105 (Campus) saiam do terminal com excesso de passageiros em horários de pico.

Para Ronny Aliaga, o modelo de entrada nos ônibus, em pontos de rua, já é um sistema satisfatório, porém, com muitas filas. Para o lado de dentro dos terminais, onde a aglomeração é comum e as filas não são visíveis, Aliaga sugere mudanças. “São estações fechadas, tem que ter uma entrada melhor”, disse. 

Soluções 

Além das medidas diárias de manutenção veicular e dos terminais. O professor sugere um sistema massivo para melhorar o transporte. “É preciso aumentar corredores de ônibus como as obras do BRT (Bus bus Rapid Transit). E preciso diminuir a quantidade de outros veículos na cidade. Temos que pensar na cultura de associar o transporte. São varias noticias de assalto. A governo tem que mostrar um serviço melhor”, sugere.  

O especialista também ressaltou que o ajuste da tarifa é uma questão técnica que responde ao custo. “O valor é variável, considerando manutenção, combustível, limpeza”, disse.