O que é esporotricose?

Data da notícia: 30 de março de 2017

Veículo/Fonte: O Hoje 

Link direto da notícia: http://ohoje.com/noticia/cultura/n/131436/t/o-que-e-esporotricose

O aumento de casos da doença em gatos no Rio de Janeiro causou alarde em parte da população do País

Natália Moura

Causada pelo fungo Sporothrix schenckii, a esporotricose é uma doença mundial que atinge animais e humanos. A maioria dos casos ocorre em gatos, já que o fungo é encontrado na natureza e os bichanos possuem mais contato com a terra. Os gatos estão mais dispostos ao contágio através de cascas de árvores, espinhos, solos e outros animais contaminados. Segundo o médico veterinário do Hospital Veterinário da Universidade Federal de Goiás (UFG) Luciano Marra, o local no mundo que possui mais casos da doença, atualmente, é o Rio de Janeiro. Entretanto a doença continua se propagando em baixos níveis em outros Estados do País. 

De acordo com o veterinário, os principais sintomas da esporotricose geralmente são lesões ulceradas (feridas) que não cicatrizam. Os lugares mais comuns dessas feridas são na face, na cauda ou nos membros anteriores e posteriores dos animais. “Essas úlceras drenam pus e sangue e têm tendência a ir aumentando. Em casos mais graves, o crescimento é bem acentuado”, conta Luciano. Outros sintomas são febre e apatia do animal que, muitas vezes, fica triste. Além dos gatos, cães podem contrair a doença –  assim como animais silvestres e os seres humanos. 

O animal que mais transmite a esporotricose para os seres humanos são os gatos. “Eles possuem grande número de parasitas na pele quando estão contaminados, e podem passar a doença para o ser humano por contato direto ou por arranhaduras e mordeduras”, afirma o veterinário. Nos humanos, a doença pode gerar lesões graves na pele. Os sinais clínicos mais comuns são febre e dores nos locais de arranhadura ou mordedura do gato sendo os lugares mais acometidos na face e nos membros, principalmente das mãos. “Por ser um fungo, geralmente a arranhadura ou mordedura vira uma lesão ulcerada que vai ‘subindo’ em bolinhas (nódulos) e fica parecendo um terço nos humanos”, finaliza.  

Não existem muitas medidas preventivas para a esporotricose. O ideal é higienizar bem os locais para reduzir a quantidade de fungos e lavar bem as feridas feitas por gatos e cachorros. No primeiro sinal da doença, o animal deve ser levado a um veterinário. Sacrificar, abandonar ou maltratar o bichinho é crime com pena de detenção, de três meses a um ano, e multa. 

A cura da esporotricose se dá por meio de um tratamento. Nele, o animal fica isolado do contato com outros animais. “O tratamento é feito com antifúngicos orais, é bem prolongado e deve ser seguido a risca”, finaliza Marra.