Noite homenageia ópera mais famosa de Mozart no Teatro Sesi

Data da notícia: 04/05/2017

Veículo/Fonte: O Hoje

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Ao completar 226 anos, no ano de 2017, A Flauta Mágica, obra-prima e a mais popular ópera de W. A. Mozart, que estreou em 30 de setembro de 1791, terá uma nova e inédita montagem em Goiânia. O projeto partiu da disciplina de Declamação Lírica do curso de Música (Bacharelado e Licenciatura) da Escola de Música e Artes Cênicas (Emac) da Universidade Federal de Goiás (UFG). As apresentações serão na quinta (4) e na sexta-feira (5), às 20h, no Teatro Sesi.

A ópera conta com adaptação, direção e supervisão da professora doutora Marília Álvares, responsável pelo Departamento de Canto da Emac-UFG. No elenco, alunos e ex-alunos da graduação, do mestrado em canto e do Coro Sinfônico Jovem de Goiânia – regido pelo professor mestre Weber Assis. A ópera será acompanhada por piano e orquestra de câmara, sob regência do doutor Carlos Costa, professor da Emac-UFG. 

O projeto

Pedro Oliveira é produtor executivo da ópera, e explica que o projeto de extenção surgiu da necessidade do contato da academia com a sociedade: “Os alunos de graduação em Música experienciam, dentro da faculdade, uma realidade que a gente acaba não vendo na sociedade”. Também professor e cantor lírico, ele explica que Goiânia é uma das cidades que formam músicos e cantores de ópera, e vão para fora do Estado e do País para trabalhar com ópera, então “essa montagem tem a vocação de mostrar e tentar produzir alguma coisa por aqui para mostrar às pessoas que não é um gênero de música que morreu. É vivo. “O texto é muito atual e contexto da ópera é muito bacana. As músicas têm vitalidade”, comenta o produtor.

Pedro explica que a escolha de Mozart se deu, porque, dentro da disciplina de Declamação Lírica, os alunos de Canto experimentam montar óperas: “Essa não foi a primeira montagem de ópera que a UFG fez, inclusive, há alguns anos, a Flauta Mágica foi montada pela UFG, mas não teve essa divulgação que fizemos agora”. Normalmente, eventos estudantis como estes acaba fazendo pela e para UFG, e desta vez, por indicação de Pedro e pelo esforço da professora Marília, se questionaram da possibilidade de levar a público. “A gente estuda e produz, tanto, e acaba não levando isso para a sociedade”, acrescenta Pedro. 

Construção

A Flauta Mágica é a grande obra-prima e a mais popular ópera de W. A. Mozart (1756-1791). Foi composta sob encomenda do escritor, poeta e teatrólogo Emanuel Schikaneder (1749-1812), que cantou o papel de Papageno. É um marco na história da música universal, pois seu enredo trata de toda simbologia, filosofia e cerimônia de iniciação à maçonaria. Na música, estão incluídas árias conhecidas de todos, como a da Rainha da Noite. 

A montagem terá sua dramaturgia adaptada para o português (textos falados) e os números musicais cantados em alemão (árias, duetos, conjuntos). O figurino e o cenário serão elaborados como parte da pesquisa da disciplina, que propõe aos alunos a vivência de uma montagem profissional em todas as suas fases: leitura musical, interpretação, vivência musical em conjunto, trabalho corporal e cênico e, por fim, apresentação da ópera.

História

A Flauta Mágica começa com uma terrível serpente perseguindo Tamino. Cansado, ele desmaia. As Três Damas aparecem, dominam a serpente, e resolvem avisar à Rainha da Noite da presença do jovem no seu reino. Ao recobrar os sentidos, Tamino vê Papageno cantar e tocar sua flauta. Papageno mente para Tamino que ele o salvou da serpente. Imediatamente, reaparecem as Três Damas para punir Papageno pela mentira. Elas entregam um retrato de Pamina para Tamino, que se apaixona. A Rainha da Noite surge e pede para Tamino libertar sua filha, que está prisioneira de Sarastro. As Damas soltam Papageno, e eles recebem um carrilhão e uma flauta com poderes mágicos. Três Gênios irão guiá-los nos perigos da jornada. 

No palácio de Sarastro, Pamina é vigiada por Monostatos. Papageno encontra Pamina e avisa que ela será libertada por Tamino, e saem felizes à sua procura. Os Três Gênios guiam Tamino para o Templo. No caminho, toca sua flauta e, magicamente, os animais selvagens se tornam mansos. Monostatos e seus escravos alcançam Pamina e Papageno que, ao som do carrilhão, eles se põem a dançar e saem. Ao som de trombetas, Sarastro chega. Pamina explica a Sarastro que fugiu por estar sendo importunada por Monostatos. Este entra trazendo Tamino preso. Sarastro expulsa Monostatos da Irmandade e ordena que Pamina e Tamino realizem as provas para entrar para a Irmandade. 

Ato 2

Sarastro comunica aos sacerdotes os seus planos de iniciar Tamino na Irmandade, e pede aos deuses que iluminem o caminho dos jovens na busca pela sabedoria. Pamina, sob sua proteção, deve se tornar esposa de Tamino. Pamina adormece, enquanto Monostatos questiona sua condição social e racial por não poder ter os mesmos direitos dos outros, e é detido pela Rainha da Noite, que aparece. Ela entrega um punhal a Pamina e ordena que mate Sarastro. 

Os sacerdotes conduzem Tamino e Papageno para o início das provas do silêncio, onde  não poderão conversar com nenhuma mulher. Pamina aparece e Tamino resiste à tentação, deixando-a desiludida. Papageno, ao ver Papagena, não resiste e, falando com ela, não passa na prova. Desesperada, Pamina resolve se matar, e é salva pelos Três Gênios, que explicam a situação. Juntos, Pamina e Tamino fazem as últimas provas: do fogo e da água, sendo, então, admitidos na Irmandade. Ao final, surgem a Rainha da Noite, com as Três Damas e Monostatos, em uma última tentativa de tomar o poder de Sarastro, mas a luz da Sabedoria transforma todo o mal e envolve todos ao som da flauta mágica. 

Nessa ópera, todos os personagens são arquétipos dos símbolos maçônicos e não pessoas reais. Os personagens principais são: Sarastro que, como ser humano, representa o Grão Mestre da Maçonaria; a Rainha da Noite, que representa a força, a sensualidade e a independência da mulher. Estes personagens são representados na ópera como o Sol e a Lua, o yin e o yang, o claro e o escuro. Tamino é o homem que busca a sabedoria e o conhecimento, e se tornará membro da Irmandade; Pamina, filha da Rainha da Noite, é a mulher que está disposta a acompanhar seu amado em todos os momentos da vida; Papageno e Papagena representam a natureza, os pássaros que buscam a sobrevivência e a preservação das espécies; as três damas da Rainha simbolizam a sensualidade, o desejo, a noite, o escuro; os Três Gênios simbolizam o Céu, o firmamento, a pureza, aqueles que indicam o caminho para a sabedoria; Monostatos, um mouro, simboliza as minorias discriminadas pela sua condição física e falta de acesso ao conhecimento, que, permanecendo na ignorância, busca, por meio do casamento com Pamina, ascensão social.

SERVIÇO:

Ópera ‘A Flauta Mágica’, de Mozart

Quando: 4 e 5 de maio (quinta e sexta)

Horário: 20h

Onde: Teatro do Sesi (Av. João Leite, nº 1.013, Santa Genoveva – Goiânia) 

Telefone: 3269-0800

Entrada: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia) – na bilheteria do Teatro Sesi