Pesquisa da UFG elabora roteiro para passeio histórico em Campinas

Data: 07 de julho de 2017
Fonte/Veículo: Diário da Manhã
Link direto da notícia: http://www.dm.com.br/cotidiano/2017/07/pesquisa-da-ufg-elabora-roteiro-para-passeio-historico-em-campinas.html

O bairro mais antigo de Goiânia completa 207 anos neste sábado (8). Para comemorar o aniversário de Campinas, a Universidade Federal de Goiás (UFG) apresenta o Roteiro Memorial Campineiro, um guia de locais a serem visitados por quem se interessa em conhecer a história e as tradições do setor.

O projeto é fruto de uma pesquisa da Faculdade de Artes Visuais, desenvolvido pelo ex-aluno da instituição, o arquiteto Rodolpho Teixeira Furtado e a professora Marcelina Gorni, que apresenta seis pontos considerados como patrimônio pelos moradores. Para eles, o setor vai muito além dos prédios: está nas ruas, nas relações e, sobretudo, nas recordações.

Após entrevista com os moradores, os pesquisadores concluíram os seis pontos que fazem parte da memória afetiva da chamada Campininha das Flores: Praça Joaquim Lúcio, Praça da Matriz, Estádio Antônio Accioly, Mercado de Campinas, Cine Campinas e Avenida Bahia.

thumbnail_Mapa Campinas - locais de memoria

Atualmente, esses locais estão modificados, têm outros nomes ou já nem existem, mas, ainda assim, segundo o arquiteto, “deixaram rastros” e, portanto, merecem ser reconhecidos e visitados. “A ideia do Roteiro Memorial Campineiro é trazer de volta alguns usos perdidos dessas áreas e, ao mesmo tempo, atender desejos e necessidades locais por espaços que aumentem a qualidade de vida e de usos do setor Campinas”, explicou.

Para tanto, o arquiteto elaborou propostas de intervenções nesses pontos que privilegiam a experiência do pedestre, criando condições para que os goianienses possam caminhar pelo bairro, desfrutando das narrativas que acompanham aqueles seis pontos de visitação.

Rodolpho Teixeira Furtado usa o conceito de “acupuntura urbana” para sugerir modificações pontuais em logradouros públicos. Ele definiu a necessidade de abrir espaços públicos, retirando alguns edifícios, limitar estacionamentos, recuperar áreas verdes, criar espaços de permanência, alargar calçadas, estimular a vida noturna e a diversidade de usos de comércio e serviços no Setor, intensificar a iluminação e a sinalização, entre outras medidas. A inspiração do arquiteto vem de projetos de revitalização de áreas públicas desenvolvidos em países como Holanda e Estados Unidos.

Campinas

O arraial de Campinas foi fundado em 1810. Quatorze anos depois, 45 pessoas habitavam o local, vindas de regiões que hoje compõem os municípios de Luziânia, Silvânia, Goiás, além de estados como Minas Gerais e São Paulo. Em 1894, um grupo de padres alemães se instalou no arraial, construindo a Matriz de Campinas, o Colégio Santa Clara e o convento (atualmente, Centro Cultural Gustav Ritter). O território se consolidou como vila em 1907 e como cidade em 1914. Na década de 1930, Armando Augusto de Godoy, engenheiro e urbanista, defendeu a região como propícia para abrigar a nova capital do estado de Goiás, entre outros motivos, por estar próxima à linha férrea. Em 1935, a cidade conhecida como “mãe de Goiânia” é aglutinada pela capital e transformada no atual bairro de Campinas.