UFG vai utilizar novos tipos de drones para monitorar a Amazônia e o Cerrado
Sensores de última geração, capazes de “ler” árvores ou edifícios inteiros, serão testados pela primeira vez no mapeamento dos biomas
De que maneira é possível utilizar sensores de última geração para estudar as florestas, os solos e a biodiversidade brasileira? Nesta semana, de 10 a 12 julho, a Universidade Federal de Goiás (UFG), em parceria com a ONG WWF-Brasil e com o apoio da Universidade da Flórida, vão dar um importante passo na busca por essa resposta, ao promover o minicurso Sensores Avançados Embarcados em Veículos Aéreos Não Tripulados. A capacitação, ministrada no Câmpus Samambaia, vai testar o uso de dois tipos de sensores sobre diversos tipos de paisagens da Amazônia e do Cerrado, com o intuito de gerar informações sobre degradação e recuperação florestal nesses dois biomas.
O minicurso, promovido pelo Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento da UFG, terá a presença dos professores da Universidade da Flórida, Eben Broadbent e Angélica Zambrano, que vão compartilhar suas experiências, visando uma parceria internacional em nível acadêmico e científico para melhorar os trabalhos de conservação da natureza. O minicurso inclui também duas saídas a campo, para os participantes buscar informações na natureza que subsidiem as discussões.
Para ver como o Cerrado é retratado por esses sensores, serão realizados testes de 12 a 14 de julho, em uma área a cerca de 200 km da capital Goiânia. As imagens da Floresta Amazônica já foram captadas, na última semana, em experimento realizado na Reserva Extrativista Chico Mendes (Resex), Acre. Segundo o professor da UFG, Manuel Eduardo Ferreira, o grupo de pesquisadores responsáveis pela atividade quer testar todas as possibilidades desses aparelhos.
Tecnologia
A leitura das paisagens são feitas pelos sensores hiperespectrais e LiDAR (do inglês Light DetectionAndRanging). Ambos com tecnologias bastante avançadas de sensoriamento remoto, sobretudo para veículos aéreos não tripulados, que só começaram a ser utilizadas no Brasil agora. Profissionais da Geografia, Engenharia Florestal, Ciências Ambientais, Agronomia, Ecologia e Biologia podem se valer dessas informações para aperfeiçoar suas pesquisas.
Um sensor hiperespectral é capaz de registrar mais de uma centena de imagens do mesmo alvo ou objeto, podendo prover informações como a composição físico-química de plantas, solos e rochas expostas, bem como a morfologia dos terrenos analisados. O LiDAR, por sua vez, trabalha com pulsos de laser, que fornecem ao usuário imagens tridimensionais de altíssima resolução. Ele é capaz de “ler”, por exemplo, árvores ou edifícios inteiros. Os dois métodos são considerados velozes e de alta precisão quando acoplados a plataformas aéreas não tripuladas, popularmente conhecidos como drones, além de ter custos mais baixos do que os equipamentos mais tradicionais.
Fuente: Ascom UFG