Congresso Brasileiro de Floricultura e Plantas Ornamentais prossegue até sábado

Evento é realizado no Centro de Convenções de Goiânia. Simultaneamente, ocorrem o 3º Congresso Brasileiro de Cultura de Tecidos de Plantas e 1º Simpósio de Plantas Ornamentais Nativas.

A Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Goiás, em parceria com entidades públicas e privadas, realizará a 16ª edição do Congresso Brasileiro de Floricultura e Plantas Ornamentais (CBFPO). O evento é realizado no Centro de Convenções, em Goiânia. Simultaneamente ao evento ocorrem o 3º Congresso Brasileiro de Cultura de Tecidos de Plantas e 1º Simpósio de Plantas Ornamentais Nativas (SPON).

Esses eventos são os principais foros de discussão dos avanços técnico-científicos da produção de flores e plantas ornamentais, bem como da cultura de tecidos vegetais, com ênfase para as plantas nativas com potencial para ornamentação.

Com o tema Biodiversidade e competitividade: buscando novas opções, o encontro tem como objetivo debater inovações tecnológicas no cultivo de flores e plantas ornamentais e novas aplicações da cultura in vitro, visando a obtenção de produtos de alta qualidade e competitividade, tanto para o mercado interno como para exportação. Serão abordados também assuntos relativos às espécies nativas com potencial ornamental, com apresentação e discussão de tecnologias obtidas para o seu cultivo e comercialização, buscando sempre o seu uso sustentável.

Segundo a presidente da comissão organizadora do evento, engenheira agronôma Iraídes Fernandes Carneiro, Goiânia foi escolhida para ser sede do congresso por ser considerada uma cidade turística, central e de uma boa qualidade de vida. Iraídes ressaltou que eventos como esses ajudam o Estado e a Universidade ao divulgar a atividade. “A floricultura tem se expandido em vários estados brasileiros, mas precisamos investir e crescer mais em Goiás”.

Durante os congressos será dado um grande destaque à floricultura e à produção de mudas em laboratório como alternativas para a inclusão social. Haverá ainda palestras, mesas-redondas, minicursos e uma feira de plantas e produtos, com entrada franca para toda a sociedade.

Dentre o público-alvo do evento estão pesquisadores, docentes, estudantes de graduação e de pós-graduação dos cursos com afinidade aos temas programados para os eventos, engenheiros agrônomos, biólogos, engenheiros florestais, técnicos agrícolas e produtores. Espera-se um público de 600 congressistas e 1.500 visitantes. Mais informações e inscrições no site: www.congressosgo2007.com.br

Floricultura no Brasil

A floricultura, em seu sentido amplo, abrange o cultivo de plantas ornamentais, desde flores de corte, plantas envasadas, floríferas ou não, até a produção de árvores e palmeiras de grande porte. É uma atividade altamente competitiva, exigindo a utilização de tecnologias avançadas, profundo conhecimento técnico e um eficiente sistema de comercialização e distribuição de seus produtos. Altamente rentável por área cultivada, é produtiva mesmo em pequenas propriedades, sendo uma opção de fixação do homem no meio rural e de geração de emprego.

A produção mundial de flores e plantas ornamentais ocupa, atualmente, uma área aproximada de 190 mil hectares, movimentando valores em torno de US$ 16 bilhões por ano, somente do setor de produção e, no varejo, atinge cerca de US$ 44 bilhões por ano. A floricultura brasileira começou a se destacar como atividade agrícola de importância econômica há pouco mais de três décadas. E, atualmente, o mercado brasileiro é superior a R$ 700 milhões e disponibiliza mais de 120 mil vagas para o mercado de trabalho.

Na década de 1970, as exportações brasileiras, nesse segmento do agronegócio, limitavam-se às orquídeas, flores de corte e folhagens secas, produzidas principalmente nos estados da região Sudeste. A partir daquela época, houve um crescimento contínuo das exportações brasileiras, concomitante com a expansão da floricultura para outras regiões brasileiras. Entretanto, a participação brasileira no fluxo internacional de flores e plantas ornamentais é de apenas 0,22%, podendo crescer no médio prazo para 1,5%, gerando 15 mil novos postos de trabalho e renda.

A grande diversidade e a amplitude de climas e solos no Brasil, além da possibilidade do cultivo protegido, são fatores que indicam a viabilidade de expansão do cultivo de inúmeras espécies produtoras de flores e plantas ornamentais de diversas origens (nativas e de climas temperado e tropical), com potencial para competir no mercado internacional.

Sobre a cultura de tecidos vegetais

A cultura de tecidos vegetais é uma ferramenta utilizada tanto no melhoramento genético como na limpeza clonal e na propagação de plantas, sendo de fundamental importância para o desenvolvimento agrícola do país. Como exemplos podem ser citados os grandes laboratórios de micropropagação de cana-de-açúcar, bananeiras, morango, batata e de outras espécies cultivadas, cujas mudas são produzidas livres de determinados patógenos. Ressalta-se que o Brasil está menos dependente da importação de batata-semente após a introdução da técnica de limpeza viral, seguida de testes sorológicos. Uma outra aplicação das técnicas de cultura de tecidos é a clonagem de germoplasmas superiores de eucalipto, plantas medicinais, plantas ornamentais, entre outras. A cultura in vitro tem se mostrado como ferramenta promissora na obtenção de metabólitos secundários, na produção de transgênicos e na obtenção de novas cultivares pelos métodos tradicionais.

Fonte: ASCOM/UFG