Pedido de cotas para goianos na UFG causa polêmica

Data: 12 de junho de 2015

Veículo: O Popular

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Em carta, Colégio WR, autor do pedido, alega que é para atender “ao clamor da família goiana para que seus filhos permaneçam aqui”

 

A carta que o Colégio WR encaminhou ao Centro de Seleção da Universidade Federal de Goiás (UFG) solicitando que estudantes goianos tenham 20% a mais na nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) provocou grande polêmica na página do POPULAR no Facebook. A carta foi publicada nesta quinta-feira (11) no site do próprio WR.

“Cartinha rasa, sem argumentação lógica. Nem parece que foi escrita pelo Colégio WR. Na verdade essa preocupação é com a concorrência de outros Estados no curso de medicina; o colégio tá pouco se lixando pro ‘povo goiano’”, afirmou Pedro Miranda. (Confira mais opiniões abaixo). O POPULAR tentou ouvir nesta sexta-feira (12) o diretor Rubens Ribeiro Guimarães, conhecido como Rubão, mas foi informado pela secretaria que ele estava fora de Goiânia.

A UFG também foi procurada e informou que não possui nenhum tipo de resolução sobre o assunto e que não vai se pronunciar, por enquanto, sobre o assunto.

Na carta, o colégio justifica que os Estados do Rio Grande do Norte, Pará e Tocantins, aderiram a este tipo de cotas para alunos que residem nestes locais. O colégio também afirma que o pedido “se deve ao clamor da família goiana para que seus filhos permaneçam aqui”.

 

Em 2014, a UFG decidiu extinguir seu vestibular e aderir integralmente ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu), gerenciado pelo Ministério da Educação (MEC) no qual instituições públicas de ensino superior oferecem vagas para candidatos participantes do (Enem).

 

Confira algumas opiniões:

“Quando li isto achei que era piada, mas parece que a coisa é séria. Um dos colégios mais caros do Estado, onde estudam alunos privilegiados por terem recursos financeiros para comprar um bom preparatório para este tipo de avaliação, vem a público pedir ainda mais privilégios. Agora em relação à concorrência de candidatos de outros Estados. Ora, agora cadê a meritocracia? Façam um favor a si próprio WR, apaga, porque está feio”, Fabrício Gomes.

“Alô povão! O pedido de cotas é para proteger as vagas para os estudantes do nosso Estado e não especificamente para os alunos do colégio”, Isabel Lacordaire Ribeiro Siqueira.

“Podia pedir cotas pra aumentar a largura das ruas, e dar educação pros (sic) papais não estacionarem em filas triplas, esquinas e calçadas tumultuando todo o trânsito local e adjacências”, Lorena Azevedo.

“Cotas na Federal, o valor desse cursinho era o preço da minha faculdade. Esse povo são (sic) todos mercenários, só querem dinheiro tá tudo se f. para o povo”, Izabella Modesto Gondin.

“Pelo eu entendi ele quer 20% das vagas da UFG para todos os alunos goianos, tanto de colégio particular quanto de colégio público. Agora é óbvio que se não tiver uma cota para colégio público dentro desses 20% e esses forem de ampla concorrência, os maiores beneficiados serão os alunos de colégio particular”, Maria Carolina Brito Nunes.

“Esse colégio é aquele que apoiou anos atrás, estudantes fazerem 'protesto' no centro de Goiânia contra as contas? Que piada”, Rodrigo Martins.

“Não acho certo inúmeras pessoas aparecerem aqui e comentar algo fora do campo de visão delas, alegando que os alunos do WR são filhinhos de papai. Generalização é tão senso comum! Estudei nesse colégio três anos da minha vida, só quem viveu sabe o quanto ralação foi. Passei em uma faculdade fora do meu Estado, estou longe da minha família inteira e nem por isso concordo com esse pedido feito pelo WR. Se uma coisa que eu achei ter vivido naquele ambiente que era a meritocracia, hoje estou vendo que foi uma falsa ilusão. Isso foge totalmente da meritocracia tão dita. Que o Estado carece de vagas isso é verdade, ainda mais pelo contingente de jovens estudantes que temos encurralados nas escolas. Mas isso não justifica pedir 20%. A favor da meritocracia, seja aqui, seja na China! O vestibular por si só já é muito desigual”, Lara Miranda.

“Que absurdo isso. Direitos iguais para todos. Se quer passar na UFG, que estude pra isso, como todos os outros e não que seja privilegiado com 20% a mais. Entendo que muitos querem fazer faculdade em sua cidade, mas isso não lhes dão (sic) o direito a cotas. A educação é direito constitucional de todos. É inconstitucional e imoral um ato desses. Já, já vão querer estipular que não se pode fazer vestibular em outra cidade que não a sua.... Se a moda pega hein....”, Fernanda Ribeiro

“Sempre imaginei que adesão da UFG ao Enem minaria a indústria de cursinhos de Goiânia.Quero ver de onde serão os próximos alunos a ingressarem no vestibular de medicina”, Luciano Brito.

“Povo ignorante. O benefício é para todos, os estudantes goianos, e não só para alunos do WR, isso já acontece em outros Estados, em Goiás também poderia ser assim”, Amanda Evelly.

“Independentemente de quem escreveu a carta, e mesmo não tendo fundamentos etc... Eu acho que a proposta é interessante, não somente para o Estado de Goiás, se todos os Estados fizessem isso com seus alunos seria interessante, pois cada Estado estaria valorizando o seu povo. Sempre achei meio injusto na faculdade grande parte dos meus colegas serem de outros Estados sendo que, em todos os Estados possuem universidades federais. Acredito que o principal beneficiário disso seriam os alunos de baixa renda que não têm condição de prestar vestibular fora de seus Estados”, Fernando Augusto.

“Mais um recado pra essa galera que acha que aluno do WR é filhinho de papai: parem de generalizar, cair no senso comum é coisa de gente ignorante! Há muitos pais de alunos que ralaram a beça para chegar onde estão e, da mesma forma, estão proporcionando aos filhos um caminho promissor. Se acham que é um caminho ‘privilegiado’ e ‘simples’ queria ver aguentar o rítmo de 6 meses de cursinho lá. No final das contas, quando vocês ignorantes estiverem precisando de profissionais qualificados e de ajuda médica, jurídica etc. irão recorrer a nós ‘filhinhos de papa"...”, João Pedro Fávero Coimbra.