Pesquisa da UFG aponta que adolescentes praticam menos crimes que adultos

Data: 30 de junho de 2015

Fonte: Jornal Opção

Link da matéria: http://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/pesquisa-da-ufg-aponta-que-adolescentes-praticam-menos-crimes-que-adultos-39347/

 

Quase 70% dos menores infratores não frequentam a escola. Levantamento demonstra ainda que jovens estão entre principais vítimas de assassinato em Goiânia

Estudo feito pelo Núcleo de Estudos da Violência e da Criminalidade (Necrivi) da Universidade Federal de Goiás (UFG) demonstra que adolescentes estão entre principais vítimas de assassinatos no Brasil e cometem menos infrações do que adultos. O levantamento aponta ainda que a maioria dos delitos praticados por menores em Goiânia é contra o patrimônio.

O Nicrivi se baseou em dados de 2012 do Índice de Homicídio de Adolescentes (IHA), que mostra Goiânia entre as dez capitais com maior número de homicídios nessa faixa etária, com índices maiores que os de São Paulo desde 2006. O estado de Goiás, por sua vez, aparece em 7ª posição no ranking, sendo que em 2009 ocupava a 16ª colocação.

A pesquisa levantou que, em 2013, 67,7% dos delitos praticados por adolescentes internados com restrição de liberdade, assim como 64,4% dos acompanhados por Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas), foram contra o patrimônio. Atos contra pessoas representam 21,5% entre os que cumprem medidas em meio fechado e 4,2% em meio aberto.

Também foi encontrada a prevalência de um perfil socioeconômico dos menores infratores: entre os que cumpriam medidas socioeducativas pelos Creas, 86% vinham de famílias que tinham renda de até três salários mínimos, 69,8% não frequentavam a escola e 97,8% não faziam cursos profissionalizantes.

“Alguns estudos feitos nos Estados Unidos têm demonstrado que, ao contrário do que afirmam os adeptos da teoria do sistema penal máximo, não foi o encarceramento que reduziu a criminalidade no país, mas os investimentos sociais”, analisa o coordenador do Núcleo, Dijaci David de Oliveira, que defende a necessidade de medidas para reduzir a criminalidade nessa faixa etária, mas não considera a redução da maioridade penal ideal.

* Com informações da Assessoria de Comunicação da UFG