Peça de teatro, Surto esquizofrênico

Data: 10 de setembro de 2015

Fonte/Veículo: Diário da Manhã

Link direto para a notícia: http://www.dm.com.br/cultura/2015/09/peca-de-teatro-surto-esquizofrenico.html

 

Espetáculo Distrito Zero está de volta a Goiânia, Sem Nome Cia Teatro traz peça que aborda drama psicológico

(foto/reprodução)

Por: Johny Cândido

Um drama psicológico que aborda o inconsciente humano, por meio da personalidade, capacidade de ação, nível de emoção nos quais se percebe a vida e intuição. Esse é o espetáculo Distrito Zero – Atentado ao pudor. A Sem Nome Cia Teatro sobe ao palco do Centro Cultural UFG nos dias 10 e 11 de setembro, às 20 horas. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). O teatro fica na Praça Universitária – Setor Universitário.

Distrito Zero é um espetáculo surreal e psicológico que conta a história de um sujeito esquizofrênico, divido em duas identidades – Ricardo e Henrique. Enquanto o protagonista conduz a história, conversando consigo mesmo, a peça é construída por cenas fragmentadas, que misturam delírio e realidade.

(foto/reprodução)

(foto/reprodução)

O espetáculo tem a direção de Sandro Freitas e é encenada pelos atores Cássio Neves, Cristyanne Cabral e Norval Berbari. Aos poucos, os personagens são apresentados ao público e misturam todos os dramas psicológicos que marcam a peça. A vida promíscua da mãe, uma gravidez indesejada, dependência química e complexo de Édipo são alguns dos problemas que perturbam a mente do personagem principal.

O cenário da peça é caracterizado por elementos oníricos inspirados em obras dos pintores surrealistas Salvador Dalí, espanhol, e de René Magritte, da Bélgica. A intenção é compor um repositório de conteúdos que um dia esteve na consciência e foram reprimidos.

Distrito Zero

A peça conta a história de um sujeito em surto esquizofrênico. A construção da narrativa cênica se dá a partir do dialogo desse personagem consigo mesmo. Desse diálogo é que a narrativa é estruturada, por fragmentos que misturam delírio e realidade. A vida promíscua da mãe, a gravidez concebida de forma indesejada, os embates edipianos entre o filho e o pai, dependência química, entre tantas outras problemáticas.

É o inconsciente humano. Através dele que se adquirem as bases da personalidade, a capacidade de ação, o nível de emoção com o qual percebe a vida, a sua intuição e outras características do comportamento. A lógica da interpretação se processa por meio da ação interior e exterior de cada ator, que utiliza sua presença física e mental numa situação organizada de representação a fim de materializar a palavra, que ao nosso entender configura a personagem.

(foto/reprodução)

(foto/reprodução)

O fio condutor da encenação é o sujeito dividido, fragmentado, bipartido em Henrique e Ricardo, por esta espécie de transe esquizofrênico é que a cena se constrói e as outras personagens vão sendo apresentadas ao público, a mãe, representada pela figura sensual da atriz no palco, se contrapondo com a figura grotesco/cômica do pai autoritário. Os dramas se misturam, se unem e se confundem, repletos de psicologismos e para tanto é criado um ambiente neutro, propício para esta encenação.

Este Distrito Zero ambientado por vários elementos desalinhados e oníricos inspirados em obras de René Magritte e no Céu no céu das obras de Salvador Dali, construindo simbolicamente um repositório de conteúdo que um dia estiveram na consciência e foram reprimidos.

O espetáculo guarda potenciais profundos do ser, ainda não revelados, que são a luz e a sombra, o bem e o mal. De modo análogo, o figurino também é um mosaico de tendências, texturas e cores que revelam a nebulosidade da mente fragmentada do sujeito desse drama, representado na encenação pelos personagens Henrique e Ricardo.

A trilha sonora, sempre propícia para intensificar a dor interna das personas desmembradas na cena, ora funciona como uma punhalada no coração do espectador. A direção parte do princípio básico da direção de Sandro Freitas é do ator-autor que se caracteriza pela valorização da capacidade expressiva do atuante em contato com o fenômeno da expressão a fim de alcançar a verossimilhança necessária para a representação da cena.

É assim que se configura esta encenação, a todo instante revelando um elemento novo no palco e o drama de um homem que se monta, se desmonta, se remonta, se refaz e se desfaz até acabar.

Serviço

Espetáculo: Distrito Zero – Atentado ao Pudor

Data: 10 e 11 de setembro (quinta e sexta-feira)

Horário: 20h

Ingressos: R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia)

Classificação: 14 anos

Local: Centro Cultural UFG – Praça Universitária – Setor Universitário.

Ficha técnica

Realização: SemNome CiaTeatro

Direção: Sandro Freitas

Elenco: Cássio Neves, Cristyanne Cabral e Norval Berbari

(foto/reprodução)

(foto/reprodução)