Greve altera rotinas e planos

18 de setembro de 2015

Fonte: O Popular

Link da matéria: http://www.opopular.com.br/editorias/cidades/greve-altera-rotina-e-planos-1.950122

 

Com atividades paralisadas, estudantes aproveitam para rever familiares e tentam tocar projetos

 

Cada um da maneira como pode, os alunos da Universidade Federal de Goiás (UFG) têm se virado durante as paralisações de docentes e técnico-administrativos. Enquanto uns aproveitam os dias livres para visitar os familiares no interior ou até em Estados e países distantes, outros se desdobram para tocar o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

O estudante de Biomedicina Edimar Vieira Júnior, de 20 anos, por exemplo, dificilmente tem dinheiro e tempo para visitar os familiares que moram em Itapuranga, a 163 quilômetros de Goiânia. “Tem mês que fica difícil para ir principalmente pelo custo. Tento ir pelo menos uma vez ao mês, mas às vezes não dá”, conta o aluno, que é bolsista.

Quando ficou sabendo da notícia da paralisação, Edimar não teve dúvidas e decidiu logo fazer as malas. O estudante passou quatro semanas junto da família e retornou recentemente com a esperança de que o semestre seria enfim iniciado. “Pelo visto, vou ter que esperar mais um pouco”, lamenta.

Receio

O medo de Caroline Pires Santana, 21 anos, que está no último período de Biomedicina é em relação à formatura e ao TCC. O trabalho de Carolina consiste, resumidamente, em testar medicamentos em animais durante o ciclo de reprodução. No entanto, até os experimentos podem ser afetados.

“Precisamos dos técnico-administrativos nos laboratórios e não sei se terei como continuar com os testes, já que poucos têm ido trabalhar nesses dias. Acaba que até a ração fica difícil para os animais. Sem as condições para tocar os experimentos, posso ser prejudicada em meu projeto”, relata.

A expectativa de Eduardo Fernandes de Castro, de 20 anos, também no último período, mas de Odontologia, era de emendar um mestrado logo quando se formasse, já no ano seguinte. “Pelo jeito, vai ficar difícil. Com o tempo da greve não será possível terminar ainda nesse ano o semestre e o pior: se bobear, vai chegar até fevereiro e aí realmente não terá como partir para o mestrado na sequência”, afirma.

Prejuízo duplo

Já a estudante de Agronomia Fernanda dos Santos reclama que está sendo “prejudicada duas vezes”, já que o mestrado e a graduação estão parados.

Ainda sem definição, a greve dos docentes completa hoje 49 dias. Já a paralisação dos técnico-administrativos se arrasta a114 dias.