Ipês são mais adequados, mas precisam de maior atenção
30 de dezembro de 2015
Substituição se deu por causa de acidentes devido ao fruto de jamelão. Nativas, novas árvores podem cair caso não haja suporte
30/12/2015 06:00Wildes Barbosa
A substituição dos pés de jamelão da Avenida T-63, em Goiânia, já foi concluída e a expectativa é que os ipês roxos possam florescer já no próximo ano. Presidente da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), Nelcivone Melo acredita que a medida poderá ser adotada em outras regiões da Capital, onde os transtornos por conta do fruto do jamelão ainda existem.
Melo detalha que a substituição começou em 2013, quando foram plantadas 105 mudas de ipê roxo nos intervalos dos pés de Jamelão. Como os casos de acidentes, principalmente com motociclistas, estavam muito recorrentes, a própria população passou a fazer esse pedido. O presidente da Amma afirma que depois de ouvir a população, a decisão de troca de espécies foi tomada.
O presidente da Amma defende que o ipê possui várias vantagens em relação ao jamelão. A principal delas é ser nativa. “É uma árvore daqui, que tem mais condições de viver nesse ambiente, além de não ter esses frutos que podem causar acidentes nas ruas.” Ele detalha que o plano diretor de arborização da cidade prevê que a cidade tenha apenas espécies nativas.
Presidente da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), Edilberto Dias explica que as árvores antigas foram retiradas após os ipês chegarem a uma altura média. “Eles já tem cerca de quatro metros e para que se desenvolvam mais, a Amma fez a solicitação da retirada dos 103 jamelões da via.” A expectativa é que a árvore tenha crescimento mais rápido a partir de agora.
Cuidado
Mestre em biologia vegetal, professor da Universidade Federal de Goiás (UFG) Heleno Dias Ferreira defende a plantação dos ipês por sua beleza, mas entende que é uma árvore que vai merecer mais atenção da Prefeitura. Ele explica que essa é uma árvore que pode alcançar até 30 metros de altura na floresta. “Na cidade não há esse registro, mas vai merecer muita atenção porque podem cair quando estão muito altas e sem o suporte de outras árvores ao redor.”
O professor acrescenta que no período do inverno, o ipê tem como característica perder todas as suas folhas. “Essa é outra característica dessa árvore, que suporta o tempo seco se livrando das folhas durante um período. Ela fica completamente sem folhas.” Nesse caso, ele aponta que o problema poderá ser a sujeira nas ruas e os consequentes entupimentos de bueiros.
Ferreira diz que os ipês também têm como características possuir raízes extensas, que vão em busca de água. “Raízes são fortes e passam por onde precisam passar para chegar à água.” Por isso, o professor afirma que a Prefeitura deverá manter o cuidado com as árvores. “O melhor seria não ter que tirar nenhuma, nunca. São seres vivos. Mas se há essa necessidade, que cuidem bem.”