Retirada de 103 Jamelões da T-63 foi aprovada

Data: 10 de janeiro de 2016

Fonte/veículo: O Hoje

Link direto para a notícia: http://ohoje.com/jornal/ler/noticia/28653/titulo/retirada-de-103-jameloes-da-t-63-foi-aprovada

 

Frutos formavam pasta escorregadia na calçada e asfalto. As árvores foram substituídas por 105 Ipês-roxos. A retirada poderá ser feita em outros setores

10-01-2016 00:00

Karla Araujo

 

 

PA extirpação de todos os pés de jamelão existentes ao longo da Avenida T-63, pedido antigo de moradores e comerciantes do Parque Anhanguera e região, chamou a atenção de pessoas de outros setores em Goiânia que também desejam o mesmo serviço em suas regiões. No último dia 28 de dezembro, 103 árvores do tipo foram retiradas e plantados 105 ipês-roxos no lugar.

De acordo com o presidente da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), Edilberto Dias, após a retirada das árvores da T-63, moradores de outros locais também solicitaram o mesmo serviço. Segundo ele, a Comurg analisa junto à Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) a extirpação dos jamelões da Avenida Ipanema, Fuad Rassi e vias do setor Novo Mundo.

Além disso, a substituição das paineiras localizadas em avenidas do setor Pedro Ludovico também é estudada por órgãos da prefeitura. De acordo com Edilberto Dias, a reclamação de comerciantes e moradores em relação a esta árvore em tempos de seca se repete, pois elas soltam uma espécie de pluma que atrapalha a visão dos motoristas e suja a cidade.

No caso da T-63, o presidente da Comurg lembra que ao realizar a obra da ciclovia na ilha da avenida, os técnicos já perceberam que os jamelões seriam um problema, pois quando caem no chão e são amassados, se transformam em uma pasta escorregadia na calçada e asfalto. Segundo Edilberto Dias, o plantio de ipês nas ilhas da avenida começou há três anos.

Como só agora as novas plantas atingiram tamanho para substituir os jamelões, as antigas árvores foram retiradas do local no dia 28 de dezembro. “Logo que percebemos o problema, os ipês foram plantados. Aproveitamos o recesso de Natal e Ano-Novo, quando a cidade fica mais vazia, e realizamos a operação para retirada das árvores, que foi bem sucedida”, afirma Edilberto Dias.

Para o comerciante da região, Laudomiro Cavalcante Nogueira, a retirada das  árvores foi uma decisão acertada, pois, devido ao asfalto escorregadio, acidentes eram comuns no local. “Tenho loja aqui desde 2009 e já vi muitos acidentes, principalmente com motos que escorregam no fruto que caiu no chão. O ruim é que a sombra diminuiu, mas logo os ipês vão crescer e também ficarão mais bonitos que os jamelões”, diz o empresário.

A opinião é a mesma de Juliano Almeida, gerente de uma academia de jiu jitsu localizada na T-63, que também vê a retirada dos jamelões como melhoria para os negócios. “A academia ficou mais visível. Melhorou demais. Os nossos clientes também aprovaram a mudança”, afirma o gerente.

Estudos

O presidente da Amma ainda lembra que os viveiros da prefeitura estão cheios de mudas que podem ser requisitadas pelos moradores da capital para serem plantados em suas calçadas e quintais. Além disso, segundo Edilberto Dias, mais 36 mil árvores foram plantadas em Goiânia nos últimos meses. Destas, 12 mil foram colocadas em volta do Paço Municipal.  

Substituição

 

O professor do curso de Biologia da Universidade Federal de Goiás (UFG) especialista em sistemática vegetal, Heleno Dias Ferreira, afirma que a decisão de retirar os jamelões foi acertada. A coloração dos frutos provoca manchas nas mãos, tecidos, calçados e pinturas de veículos, tornando a planta pouco indicada para o preenchimento de espaços públicos.

 

Mas, segundo ele, as árvores não deveriam ser substituídas por apenas um tipo de planta. Por se tratar de uma árvore com raiz profunda e copas altas, os ipês roxos foram considerados pela Comurg como uma boa escola para substituírem os jamelões na T-63.  


“Plantar ipês naquele local é uma ótima ideia, pois se trata de uma planta do cerrado, mas a escolha poderia ser mais diversificada. Todas as plantas possuem vantagens e desvantagens quando diz respeito ao uso no paisagismo da cidade. Quando usa apenas um tipo, isso facilita o surgimento de pragas e infestação de determinados tipos de insetos”, explica o professor.