Nova equipe econômica sai hoje, mas não tomará posse

Data: 27 de novembro de 2014

Veículo: O popular

 

Joaquim Levy deve ir para pasta da Fazenda e Nelson Barbosa vai comandar o Planejamento

 

Brasília – Os novos ministros da Fazenda e do Planejamento serão anunciados pela presidente Dilma Rousseff hoje. Os escolhidos, entretanto, não tomarão posse nos próximos dias porque, segundo a Secretaria de Comunicação da Presidência, eles irão atuar em uma equipe de transição no Palácio do Planalto.

 

Assim, os atuais ministros, Miriam Belchior (Planejamento) e Guido Mantega (Fazenda), continuarão nos cargos por ora – não foi informada a data de saída. Eles serão substitutos por Nelson Barbosa e Joaquim Levy, respectivamente. Esse cenário contradiz o que informava ainda ontem assessores presidenciais. A expectativa era de que a nova equipe econômica, uma vez anunciada, assumiria os postos imediatamente.

 

INTELECTUAIS

 

Ontem, um dia após assinar um manifesto criticando o convite de Dilma para Joaquim Levy e Kátia Abreu ocuparem os ministérios da Fazenda e da Agricultura, respectivamente, o teólogo Leonardo Boff foi recebido pela presidente no Palácio do Planalto, juntamente com o escritor Frei Betto. A conversa durou uma hora e meia. Na saída, Boff afirmou que não foram discutidas as indicações para os ministérios.

 

Ela não deu nenhuma explicação sobre as indicações. Nós também não perguntamos sobre isso. Fizemos uma conversa geral sobre como a sociedade brasileira deve ser muito mais politizada, e que não adianta mostrar obras, tem de mostrar que essas obras, Luz para Todos, Minha Casa Minha Vida, são consequências de uma política”, disse Boff.

 

Ao sair do encontro, o teólogo afirmou que não está preocupado com as indicações para o novo Ministério porque Dilma teria uma “mão firme” para conduzir seu governo. “A gente tem liberdade de dizer que há reticências a certos nomes, que nos preocupam, mas por outro lado sabemos que ela tem uma mão firme, não se deixa conduzir, ela conduz. Isso nos dá certa tranquilidade. Acho que a presidente deve tomar as decisões que ela acha mais adequadas, considerando certas conjunturas, e também a pressão violenta que os mercados sofrem, prejudicando a política e o curso das coisas.”

 

 

 

Ex-candidatos criticam mudanças do Planalto

 

Sara Queiroz 

 

Luciana Genro acredita que voto em Aécio foi recusa ao PT

Os ex-candidatos à Presidência, Luciana Genro (PSOL) e José Maria (PSTU), fizeram críticas ontem, em Goiânia, a política econômica da presidente Dilma Rousseff (PT). Luciana lembrou que a campanha de Dilma tentava passar a ideia de que o segundo mandato seria com viés esquerdista, mas que a sua possível equipe de governo já mostra que ela governará para banqueiros e empresários. Para ela, a chamada “onda direitista” que ocorre no Brasil após a eleição é fruto de “uma esquerda que abandonou suas bandeiras”, no caso do PT.

 

A ex-candidata avalia que a boa representatividade de Aécio Neves (PSDB) nas eleições foi causada mais por recusa ao PT do que propriamente vontade do eleitor de votar no tucano. Como exemplo, citou sua candidatura, que alcançou mais votos do que conservadores como Levy Fidelix (PRTB) e Pastor Everaldo (PSC).

 

José Maria também afirmou que a dificuldade da eleição de Dilma teve como razão o repúdio ao governo do PT, o que levou as pessoas a optarem por uma espécie de “castigo” aos petistas ao não votarem na Dilma. Ele acredita que o crescimento da direita ocorreu no momento em que os trabalhadores se mostraram insatisfeitos, como nos protestos de junho do ano passado.

 

Luciana e José Maria participaram em Goiânia da abertura do Congresso dos Urbanitários de Goiás. Luciano ainda participa na manhã de hoje de debate sobre conjuntura política na Faculdade de Direito da UFG.