Ao rever anos de chumbo, DM ganha prêmio nacional

Data: 15 de dezembro de 2014

Veículo: Diário da Manhã

Link direto para a notícia: http://www.dm.com.br/texto/200478

 

Com as participações do jornalista Luiz Claudio Cunha, autor do celebrado livro Operação Condor – O Sequestro dos Uruguaios, Editora LP & M, e da repórter e cineasta Paula Sacchetta, que acaba de lançar Verdade [2014], documentário, o jornal Diário da Manhã recebeu dois prêmios, na última quarta-feira, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil, seção do Rio Grande do Sul [OAB-RS], de jornalismo e direitos humanos.

Duas reportagens de autoria do repórter especial Renato Dias foram premiadas. Na categoria on line, a reportagem do jornalista tem o título “Um Estado que não pode chorar pelos seus mortos” e saiu publicada no site do www.dm.com.br no dia 2 de novembro, Dia de Finados. O vencedor na categoria foi o celebrado Luiz Claudio Cunha, que escreve também para o site Observatório da Imprensa, um espaço reservado aos homens da mídia.

Explosiva, a reportagem que alcançou o primeiro lugar é ‘O inferno das duas Miriam: a jornalista e a jiboia – Depoimento de Miriam Leitão: “eu sozinha e nua, eu e a cobra, eu e o medo”’. As torturas sofridas, pela repórter da TV Globo e colunista do jornal O Globo, durante os anos de chumbo da ditadura civil e mi¬litar [1964-1985]. Ela era do Partido Comunista do Brasil. Luiz Claudio Cunha demorou 30 dias para convencê-la a testemunhar.

A segunda reportagem premiada com Menção Honrosa de Renato Dias, que conquistou o prêmio pelo terceiro ano consecutivo, foi “Mauro Borges não apenas apoiou o golpe como participou dele”. Trata-se de uma entrevista com o publicitário Hugo Brockes, escritor premiado, além de levantamento de informações e consultas a acervos sobre o papel histórico do então governador de Goiás na queda de João Goulart em 31 de março de 1964.

Apesar de ter apoiado a deposição do nacional-estatista de linhagem trabalhista Jango, Mauro Borges, filho do velho cacique Pedro Ludovico Teixeira, depois senador cassado, caiu em Goiás no dia 26 de novembro de 1964. Preto no branco: sem disparar um tiro nem realizar um protesto contra o ato dos fardados e civis que ocuparam o Palácio do Planalto naqueles tempos turbulentos. Jair Krishke [MNDH]diz ter apreciado o texto do Diário da Manhã.

Perfil

Formado em jornalismo pela Alfa [Faculdades Alves de Faria], Renato Dias, 47 anos de idade, é sociólogo graduado pela Universidade Federal de Goiás [UFG]. Ele é especialista em Políticas Públicas pela UFG e em Gestão da Qualidade Total pela Fieg/CNI. Repórter especial do Diário da Manhã, ele teve aprovada, na última sexta-feira, 12 de dezembro, a sua dissertação de mestrado na PUC. Tema: Justiça de Transição.

Renato Diase é autor dos seguintes livros: “Luta Armada/ALN-Molipo As Quatro Mortes de Maria Augusta Thomaz”, lançado no mercado editorial em 2012 e que terá, em 2015, a sua segunda edição revista e ampliada, com revelações inéditas, com amparo da Lei Goyazes. Mais: História – Para Além do Jornal – Um repórter exuma esqueletos da ditadura civil e militar, com design gráfico do cultuado Carlos Pereira de Sena. Ano: 2013.

Agenda

O jornalista e sociólogo lança em fevereiro de 2015 o livro “Pequenas Histórias – Cuba, hoje – Uma revolução envelhecida ou a reinvenção do socialismo?”. A sua editora publica em maio “O menino que a ditadura matou – Luta Armada, Desaparecimento e o Desespero de uma Mãe”. Ele negocia com uma editora nacional a publicação de livro sobre o serial killer Thiago Henrique. É seu projeto escrever ainda uma obra sobre a Venezuela pós-Hugo Chávez.

Serviço:

Premiação: XXXI Prêmio Nacional de Jornalismo e Direitos Humanos

Local: Sede da OAB (RS), em Porto Alegre

Jornalista premiado: Renato Dias