Professora da UFG conquista prêmio internacional

Goiana é a única brasileira premiada na categoria voltada para jovens pesquisadoras

 

A contribuição da pesquisa desenvolvida pela professora da Universidade Federal de Goiás (UFG), Carolina Horta Andrade, obteve reconhecimento internacional com a conquista do prêmio L’Oreal-Unesco para Mulheres na Ciência, promovido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura  (Unesco) em parceria com a .Fundação L’Oreal. 

A homenagem ocorre amanhã, 18, em cerimônia a ser realizada na Universidade de Sobornne, em Paris. A goiana é destaque por ser a única brasileira entre 15 jovens cientistas que receberão o prêmio na categoria “Talentos Internacionais em Ascensão” (em inglês International Rising Talents). O prêmio está em sua 17ª edição e tem como objetivo apoiar e reconhecer pesquisadoras talentosas em todo o mundo. Em viagem para participar da premiação, a pesquisadora retorna à Goiânia no próximo dia 23.

A jovem cientista foi reconhecida por descobrir um medicamento multifuncional para o tratamento de uma doença que afeta cerca de 12 milhões de pessoas no mundo: a Leishmaniose. A astrofísica brasileira Thaisa Bergmann, da Universidade do Rio Grande do Sul, também será homenageada por sua contribuição ao estudo dos buracos negros. As duas pesquisadoras brasileiras foram selecionadas por um júri formado por 12 cientistas internacionais, escolhidos por Ahmed Zewail, ganhador do Nobel de Química em 1999.

Atualmente, Carolina Andrade é professora adjunta da Faculdade de Farmácia da UFG e líder do grupo de pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI) do Laboratório de Planejamento de Fármacos e Modelagem Molecular. A pesquisadora possui graduação em Farmácia pela UFG e doutorado em Fármacos e Medicamentos pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), com estágio de doutorado-sanduíche em Química Medicinal e Computacional na University of New Mexico, nos Estados Unidos.

Prêmio Nacional

Em 2014, a pesquisadora e professora da UFG  também foi uma das sete vencedoras da edição nacional do Prêmio Para Mulheres na Ciência, promovido pela L'Oréal, Unesco e pela Academia Brasileira de Ciências. Carolina Andrade concorreu com outras 312 cientistas e foi a primeira pesquisadora de uma instituição goiana a ser contemplada com a iniciativa, recebendo o valor de US$ 20 mil dólares para auxílio à pesquisa.

Leishmaniose

A leishmaniose é um conjunto de doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania e transmitidas ao homem por meio da picada do mosquito-palha. É uma das seis doenças infecciosas de maior impacto no mundo. A cada ano, são reportados dois milhões de novos casos mundialmente, incluindo a população brasileira, que é afetada em todos os estados. Apesar de existir tratamento, os poucos medicamentos disponíveis no mercado não são totalmente eficazes para alguns tipos da doença, além do alto custo e dos efeitos colaterais.

A pesquisa está em fase de melhoria de algumas das propriedades das moléculas para que os experimentos resultem em um medicamento que será economicamente mais acessível. O projeto tem o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com a colaboração de pesquisadores do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP) e do Instituto de Química (IQ) da UFG, além do Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo.