Projeto da UFG recupera 12 nascentes em Perolândia

Pesquisadores avaliaram a região e auxiliaram a comunidade local na plantação de centenas de espécies nativas

Um projeto de pesquisa da Universidade Federal de Goiás (UFG) alcançou um feito digno de celebração neste 22 de março, Dia Mundial da Água. O estudo promoveu a recuperação de 12 nascentes do Ribeirão Invernadinha, localizado no assentamento Três Pontes, município de Perolândia, 420 km de Goiânia. Os pesquisadores avaliaram a região com o objetivo de entender o uso da mata pelos pequenos produtores, promoveram ações de conscientização junto aos proprietários das terras e, em parceria com eles, plantaram centenas de espécies nativas. Toda a experiência foi relatada em um livro lançado em fevereiro deste ano.

O local, afetado pela monocultura de soja e cana-de-açúcar, é composto por 43 lotes de famílias há 16 anos assentadas. “O cenário inicialmente encontrado foi de degradação da mata no entorno das nascentes, que consequentemente impacta o volume dos recursos hídricos”, conta a coordenadora do projeto, professora da Escola de Veterinária e Zootecnia, Raquel Maria de Oliveira. Atualmente, os pequenos produtores acompanham o crescimento das espécies do Cerrado e o adensamento da mata que protege as nascentes.

O trabalho de recuperação das nascentes do Ribeirão visa também contribuir para a manutenção da vazão do Rio Claro “De 2012 a 2016 houve uma diminuição considerável do volume do rio”, afirma a professora, que alerta para a necessidade de outras ações de conservação e recuperação do Cerrado para garantir a recarga dos cursos d’água na região: “A localidade está ilhada e suprimida em meio aos mosaicos de monoculturas”.

Troca de saberes

O projeto de pesquisa, formado por quatro professores, quatro mestrandos e um aluno de iniciação científica, possibilitou a troca de saberes entre o campo e a universidade. Os pesquisadores tiveram a oportunidade de aprender com os pequenos produtores que, por sua vez, tiveram acesso aos estudos que contribuíram para a conscientização da conservação da água. “A experiência fora sala de aula permitiu a vivência no campo e o aumento do conhecimento da vegetação, animais, terra e clima”, afirmou o professor Paulo Hellmeister, um dos pesquisadores do projeto.

Iniciada em 2013, a pesquisa também fez o mapeamento do perfil do produtor rural do assentamento Três Pontes, levantamento florístico e o monitoramento do crescimento das mudas. Esse ano, em parceria com a prefeitura de Perolândia, o projeto vai fazer a entrega de um viveiro de mudas e sementes, que serão disponibilizadas aos produtores rurais. A experiência foi relatada no livro Conservando as árvores na mata, a água no rio e o homem na terra, lançado  em 23 de fevereiro.

Fonte: Ascom UFG