Performance "Ocupa Árvore" traz lições de resistência, arte e vida

Data: 11 de junho de 2015

Veículo: Portal da Adufg

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Num formato híbrido, politicamente engajado e que borra os limiares entre a arte e a experiência vivida,  a artista e pesquisadora carioca Flavia Meireles, na companhia da historiadora e dramaturga Mariana Patrício, apresentam a performance “Ocupa Árvore – a arte de resistir”, nesta quinta-feira, dia 11, às 20hs, no Teatro Sesc Centro. Misto de palestra e performance, “Ocupa Árvore” integra a programação da Mostra Manga de Vento, que segue sua vocação de encontrar e programar ações que inauguram, ou mesmo problematizam, os novos modos de pensar e dar a ver as artes corpos. Manga de Vento conta com o apoio institucional do Fundo Estadual de Cultura, patrocínio da Lei Goyazes e parceria com o Sesc. A mostra é coproduzida por Guilherme Wohlgemuth, pela Lúdica Eventos e Produções, e realizada pela Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás.

Sobre o projeto

Através de uma palestra/performance Flavia Meireles recria o evento conhecido como Ocupa Árvore, onde o índio Urutau Guajajara permaneceu 26 horas no topo da árvore resistindo ao despejo illegal da Aldeia Maracanã – ao lado do estádio Maracanã – pela Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, em 2013. A artista descreve, articulando palavras, imagens e gestos, um conjunto de experiências junto à Resistência Aldeia Maracanã que tangenciam assuntos como remoções, táticas de resistência, circulações territoriais e subjetivas e outros modos de existência: o índio urbano como urgência de reelaborar corpo e mundo; o Ocupa Árvore como ato limítrofe da arte e da vida. O trabalho construído como um dos resultados do mestrado prático-teórico em artes visuais (UFRJ, 2014) e que busca revigorar certas experiências usando o potencial crítico – criativo da arte. Um exercício de fricção de linguagens e matérias, de desejos e dos discursos que esse desejo provoca: investigar o que, na prática artística, pode instigar e problematizar a arte de resistir.

Sobre "Temas de Dança"

Na sexta-feira, 12, Flavia e Mariana convidam a pesquisadora Susi Martinelli (professora do curso de Dança do Instituto Federal de Brasília), para uma edição itinerante do projeto Temas de Dança, numa coprodução com o Programa de Pós Graduação em Performances Culturais, da Escola de Música e Artes Cênicas da UFG. O encontro é aberto a todos os interessados e acontece no Auditório do Centro de Aulas da Faculdade de Educação Física e Dança, no campus Samambaia, de 09hs às 12hs.

Temas de Dança é um grupo de pesquisa sobre as relações entre pensamento, história, dança e corpo. Sob coordenação atual das pesquisadoras Ana Kiffer, Flavia Meireles e Mariana Patrício, o grupo é formado desde de 2012 com a idéia de possibilitar tanto aos profissionais quanto aos estudiosos da dança um arsenal teórico e prático que contribua para a formação, produção e difusão em dança.

A mesa pretende investigar novos modos de abordar o ensino e a pesquisa em História da Dança que crie novas formas de agenciar o corpo, a palavra e a memória. Se, tradicionalmente a dança é pensada através do corpo, e a história através do texto escrito, interessa-nos pesquisar  como estas duas matérias -corpo e texto - podem se encontrar sem que nenhuma das duas termine por apagar/ocultar a outra? Como tornar acessíveis para o aluno de História da Dança esse encontro que nos obriga a procurar novos modos de pensar a relação entre corpo e história, indivíduo e coletivo?

No cerne da relação entre dança e história está um corpo que se move. É preciso então indagar: o que faz um corpo entrar em movimento? Sabemos que o corpo não se move simplesmente através de causas racionais, coerentes e discursivas, mas pela ação do desejo. Segundo Gilles Deleuze e Félix Guattari o desejo atua como uma força capaz de redefinir os lugares sociais, e criar um corte no tempo linear. “O desejo constrói máquinas que, inserindo-se no campo social, são capazes de fazer saltar algo, de deslocar o tecido social” (Deleuze e Guattari, 1994:35). Dessa forma o corpo também força a História enquanto campo de pensamento a redefinir os seus modos de classificar e entender o tempo e o espaço.

Sobre as artistas

Flavia Meireles é artista, pesquisadora e professora, Mestre em Artes Visuais pela EBA/UFRJ, licenciada em Dança Faculdade Angel Vianna (RJ) e em Economia (IE/UFRJ). Sua pesquisa pensa/age nas fronteiras da arte/não-arte fazendo cruzamentos com outros campos do saber e com interesse no corpo e nas suas políticas. Desenvolve seus projetos e dançou com João Saldanha, Marcela Levi, Paulo Caldas e Gustavo Ciríaco. Coordena o grupo de pesquisa Temas de Dança (www.temasdedanca.com.br) que desde 2011 se dedica a criar modos de pesquisar e produzir material depesquisa em dança e, entre outros, promoveu o seminário Bordas do corpo: dança, política e experimentação no Museu de Arte do Rio (2014). Alguns trabalhos artísticos: “sem nome todos os usos” (2010, Prêmio Klauss Vianna) e “trabalho para comer” (2012, Fundo de Apoio à Dança). Leciona a matéria prático-teórica História da Dança na Escola Angel Vianna desde 2005 e é professora do Departamento de Arte Corporal da UFRJ. Produziu os seminários ABI PENSA A DANÇA (2011), “Uma noite com Yvonne Rainer” (Espaço SESC, 2009).

Mariana Patrício Fernandes é graduada em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2005). Mestre em Letras pela PUC-Rio(2008). Sua pesquisa no mestrado investigava a relação entre literatura, ficção e vida a partir da obra da escritora brasileira Maura Lopes Cançado. Doutora em Letras pela PUC-Rio com estágio doutoral na Universidade de Paris VII (2012).Professora do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu, Literatura, Arte e Pensamento Contemporâneo no CCE da PUC-RIO. Coordena e compõe o grupo de pesquisa Temas de dança em parceria com Flavia Meireles, e Ana Paula Kiffer. É co-autora do livro Veredas Argentinas: ensaios à margem da literatura (7Letras, 2009). Sua pesquisa atual investiga estratégias contemporâneas de produção de sentido a partir de artistas que pensam a relação entre a dança e outras linguagens como Yvonne Rainer, Jérôme Bel e Ann Teresa de Keersmaeker.

Susi Martinelli é doutora (PhD) em Psicologia da Educação e do Desenvolvimento pela Universidade de Brasília (2005), com a tese intitulada "A criatividade no movimento: contribuições a partir da dança" e Mestre em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento pela mesma Instituição (2000), com a dissertação: "No ensino, quem dança? Uma análise crítica sobre a criatividade no ensino da dança". Possui formação em Artes/Dança (UNICAMP) e Psicologia (PUCCAMP). Atua como docente do Curso de Licenciatura em Dança, do Instituto Federal de Brasília, desde 2010, na área de Composição Coreográfica. Tem experiência na área de Dança, Criatividade, Psicologia do Desenvolvimento e Docência Superior. Como pesquisadora, atua com os seguintes temas: criatividade, criatividade no ensino da dança, criatividade no movimento e na composição coreográfica, aprendizagem e desenvolvimento.

 

SERVIÇO

Ocupa Árvore - a arte de resistir.

Palestra Performance de Flávia Meireles (RJ)

Dia: 11/06

Horário: 20h

Local: Teatro SESC

Temas de Dança – historiografias sobre dança contemporânea

Flávia Meireles e Mariana Patrício (RJ) convidam Susi Martinelli (DF)

Dia: 12/06

Horário: 9h às 12h

Local: Auditório FEFD (Campus Samambaia)