Buracos tomam conta das ruas de Goiânia

Data: 27 de setembro de 2015

Veículo: O Hoje

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Serviço de reparos parou por falta de material, segundo nota da Seinfra, mas será retomado em até dez dias

 

 

Cynthia Costa

Nem mesmo o tempo seco e quente tem impedido que Goiânia seja tomada por buracos em suas ruas e avenidas. Em alguns lugares, eles são tão grandes que tornam complicada a passagem de carros, ônibus, caminhões e até motos. A reportagem de O Hoje andou pela cidade para verificar a situação e descobriu que, antes mesmo da chegada das chuvas, as crateras estão tomando conta das vias goianas.

 

O estudante de Direito Sílvio José da Silva Júnior, de 37 anos, conta que virou malabarista no trânsito, quando precisa passar pela Avenida T-1, pertinho do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), sentido do supermercado Hipermoreira. “Sempre que lembro que ali tem um grande buraco, desvio e corro o risco de invadir a pista contrária”, relata. Ele espera que a prefeitura faça a manutenção antes da chegada das chuvas porque, segundo ele, se não arrumarem agora, depois se tornarão grandes crateras. “A Prefeitura só quer multar. Educar e cuidar das ruas, nada”, reclama.

A engenheira civil, doutora em Geotecnia e professora do curso de engenharia civil da Universidade Federal de Goiás (UFG), Lilian Ribeiro Rezende, explica que os buracos podem surgir no asfalto por diversos motivos. “É fato que numa obra recém executada, não se espera o surgimento de nenhum tipo de defeito. Se isso acontecer, houve erro ou na seleção de materiais (agregados e ligantes asfálticos), na dosagem da massa asfáltica na usina ou na execução”, diz.

 

Ela esclarece ainda que, ao longo do tempo, com a variação do clima e com a ação do tráfego, o pavimento vai entrar em fadiga. Esse processo de fadiga, segundo a professora, começa com o trincamento do revestimento asfáltico que se não for tratado, irá avançar para os buracos. “Assim, se não houver manutenção preventiva no pavimento, sua durabilidade será reduzida”, explica.

 

Ideal

 

A engenheira civil argumenta que, para o asfalto ser durável, tem que se garantir a qualidade do projeto de pavimentação, de sua execução, da implantação de sistemas de drenagem e da realização de serviços de manutenção, sempre que necessário. “Com esse conjunto de ações o pavimento poderá durar entre 10 e 15 anos”, esclarece.

 

Lílian Rezende defende ainda que, para evitar o aparecimento de buracos, durante o período de seca devem ser realizados serviços de manutenção e restauração no pavimento. “Selagem de trincas, fresagem do revestimento que apresentar elevado nível de degradação, recapeamento, são alguns dos serviços que permitem a durabilidade do asfalto”, conclui.

 

Previsão

 

Por meio de nota, a secretaria municipal de Infraestrutura (Seinfra) que agora é responsável pelo serviço de recapeamento da cidade, informa que houve paralisação de realização de capa asfáltica. O órgão explica que a interrupção foi devido à falta de material, e que nos próximos dez dias, os serviços serão retomados.

 

A nota esclarece ainda, que entre os setores que estão na lista de prioridade na operação tapa buraco, figuram o Setor Marista, o Setor Sul, o Setor Universitário e o Setor Pedro Ludovico, além de outros que já estão na programação rotineira do órgão.