Usuários do Lago das Rosas observam erva flutuante e materiais de plástico na água

Data: 01/06/2016

Fonte/Veículo: Jornal O Popular

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Para botânica, espécie pode ter surgido no local devido ao acúmulo de material orgânico

A origem e os motivos para a proliferação de plantas aquáticas no Lago das Rosas ainda são um mistério. Equipes da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) estiveram ontem no parque e devem voltar hoje para concluir as análises que definirão os motivos do aumento dessas plantas no local. Quem visita o lugar com frequência e percebeu a mudança na paisagem se diz preocupado. “Algo bom não deve ser”, diz desconfiado o aposentado João de Oliveira, de 68 anos, que tem o costume de caminhar nas imediações.

O vigilante de estacionamento Gerilson Gomes arranjou um emprego próximo ao parque há quatro meses e desde então chega um pouco mais cedo ao trabalho para admirar o parque. Ele diz que há menos de um mês as plantas começaram a surgir. “Sempre venho aqui e a única vez que eu vi alguém fazer alguma limpeza foi um pouco antes dos pedalinhos começarem a funcionar. Nesses últimos dias o lago tem ficado muito sujo”, afirma.

Durante o passeio de pedalinho junto do filho Paulo Augusto, de 7 anos, ontem, a fisioterapeuta Ana Alice de Almeida observou algumas sacolas e embalagens no decorrer do trajeto.

A doutora em botânica da Universidade Federal de Goiás (UFG), Ina de Souza Nogueira, alerta que a planta aquática é como uma praga. “É um reflexo de que a água não está com a qualidade boa e que contém muito material orgânico. Se não for tomada uma atitude rápida, pela reprodução acelerada desse tipo de planta, ela irá se espalhar por todo o lago.”

Ela explica que o surgimento pode ter se dado pela poluição. “Há um acumulo principalmente no fundo do lago de matéria orgânica e a planta indica uma carga alta de nitrogênio e fósforo, resultantes de comida e de fezes.”

“Para saber ainda mais sobre a planta e a qualidade da água é preciso realizar alguns testes, antes de dizer se é perigoso o contato. O material orgânico tem que ser eliminado do fundo com urgência. Por isso o acompanhamento é importante, para evitar o surgimento de plantas como essa”, alerta.

Além disso, a reportagem apurou ontem no local em alguns pontos com uma coloração distinta na água e sinais de óleo também. A doutora alegou que apenas após os testes seria possível identificar se seria resultado da poluição. “Algumas espécies exalam um tipo de óleo, por isso não posso afirmar com toda a certeza”, justifica.”

Gerente de fiscalização da Amma, Neiva Santana afirma que ainda não há indícios que possam comprovar poluição do local, mas além do próprio lago, estão sendo analisados comércios e empreendimentos vizinhos ao parque.

Planta aquática 

Macrófita aquática

Nome científico da espécie: Pistia stratiotes L. 

Nomes vulgares: Alface-d'água, orelha de onça ou repolho d'água.

- Erva flutuante, de ciclo anual ou perene, abriga e serve de viveiro para caramujos, insetos, peixes.

- Seu desenvolvimento maciço pode impedir a circulação de barcos nos ambientes aquáticos.

- Pode irritar a pele, pois tem alto teor de oxalato de cálcio.

- Propagação é fácil e rápida, as mudas originam no corpo da planta e são liberadas para água. 

- Cresce muito rapidamente em ambiente poluído e com muita iluminação.

Fonte: Ina Nogueira – doutora em botânica pela UFG