A origem e os motivos para a proliferação de plantas aquáticas no Lago das Rosas ainda são um mistério. Equipes da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) estiveram ontem no parque e devem voltar hoje para concluir as análises que definirão os motivos do aumento dessas plantas no local. Quem visita o lugar com frequência e percebeu a mudança na paisagem se diz preocupado. “Algo bom não deve ser”, diz desconfiado o aposentado João de Oliveira, de 68 anos, que tem o costume de caminhar nas imediações.
O vigilante de estacionamento Gerilson Gomes arranjou um emprego próximo ao parque há quatro meses e desde então chega um pouco mais cedo ao trabalho para admirar o parque. Ele diz que há menos de um mês as plantas começaram a surgir. “Sempre venho aqui e a única vez que eu vi alguém fazer alguma limpeza foi um pouco antes dos pedalinhos começarem a funcionar. Nesses últimos dias o lago tem ficado muito sujo”, afirma.
Durante o passeio de pedalinho junto do filho Paulo Augusto, de 7 anos, ontem, a fisioterapeuta Ana Alice de Almeida observou algumas sacolas e embalagens no decorrer do trajeto.
A doutora em botânica da Universidade Federal de Goiás (UFG), Ina de Souza Nogueira, alerta que a planta aquática é como uma praga. “É um reflexo de que a água não está com a qualidade boa e que contém muito material orgânico. Se não for tomada uma atitude rápida, pela reprodução acelerada desse tipo de planta, ela irá se espalhar por todo o lago.”
Ela explica que o surgimento pode ter se dado pela poluição. “Há um acumulo principalmente no fundo do lago de matéria orgânica e a planta indica uma carga alta de nitrogênio e fósforo, resultantes de comida e de fezes.”
“Para saber ainda mais sobre a planta e a qualidade da água é preciso realizar alguns testes, antes de dizer se é perigoso o contato. O material orgânico tem que ser eliminado do fundo com urgência. Por isso o acompanhamento é importante, para evitar o surgimento de plantas como essa”, alerta.
Além disso, a reportagem apurou ontem no local em alguns pontos com uma coloração distinta na água e sinais de óleo também. A doutora alegou que apenas após os testes seria possível identificar se seria resultado da poluição. “Algumas espécies exalam um tipo de óleo, por isso não posso afirmar com toda a certeza”, justifica.”
Gerente de fiscalização da Amma, Neiva Santana afirma que ainda não há indícios que possam comprovar poluição do local, mas além do próprio lago, estão sendo analisados comércios e empreendimentos vizinhos ao parque.
Planta aquática
Macrófita aquática
Nome científico da espécie: Pistia stratiotes L.
Nomes vulgares: Alface-d'água, orelha de onça ou repolho d'água.
- Erva flutuante, de ciclo anual ou perene, abriga e serve de viveiro para caramujos, insetos, peixes.
- Seu desenvolvimento maciço pode impedir a circulação de barcos nos ambientes aquáticos.
- Pode irritar a pele, pois tem alto teor de oxalato de cálcio.
- Propagação é fácil e rápida, as mudas originam no corpo da planta e são liberadas para água.
- Cresce muito rapidamente em ambiente poluído e com muita iluminação.
Fonte: Ina Nogueira – doutora em botânica pela UFG