Vacinação antigripe A inicia 2ª fase

Vacinação antigripe A inicia 2ª fase

Grávidas, crianças de seis meses a menores de dois anos de idade e doentes crônicos estão nesta etapa

Patrícia Drummond

22/03

Um total de 634,9 mil pessoas devem ser vacinadas contra a gripe A H1N1 em Goiás, na segunda etapa do calendário de imunização proposto pelo Ministério da Saúde (MS), para todo o país. De hoje até o dia 2 de abril, gestantes, crianças de seis meses a menores de dois anos de idade e portadores de doenças crônicas (exceto idosos) devem ser imunizados contra a doença.

“A orientação do MS e da Secretaria Estadual de Saúde (SES) é que, em todos os municípios, todas as unidades de saúde que dispõem de salas de vacinação ofereçam a dose contra a gripe A H1N1”, informa a gerente de Vigilância Epidemiológica da Superintendência de Políticas de Atenção Integral à Saúde da SES, Magna Carvalho.

Segundo ela, nos 12 dias em que ocorrerá a imunização de mais estes três grupos de risco vulneráveis à doença, deverão ser disponibilizados, em todo o Estado, 820 postos de vacinação fixos e 80 postos volantes. Um total de 4,1 mil profissionais estarão envolvidos no trabalho, além de 300 viaturas e embarcações.

Em Goiânia, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) anuncia hoje, oficialmente, os locais onde será oferecida a vacina contra a gripe A H1N1, mas, conforme a recomendação do MS e da SES, postos e centros de saúde onde, em geral, já ocorrem outros cronogramas de vacinação devem integrar a lista. Nesse caso, a população poderá se dirigir às mais de 70 salas de vacinação disponíveis na capital.

Esses locais funcionam nas unidades Estratégia Saúde da Família, Centros de Saúde, Centros Integrados de Assistência Médico-Sanitária (Ciams) e Centros de Assistência Integrada à Saúde (Cais). A maioria está aberta das 8 às 18 horas; as unidades Estratégia de Saúde da Família, das 8 às 17 horas.

De acordo com a Secretaria Estado de Saúde, a meta é imunizar, em Goiás, nesta segunda etapa da vacinação contra a gripe A, 93.883 mulheres grávidas – que poderão receber a vacina enquanto durar o cronograma proposto pelo MS, até o dia 21 de maio –, 410.509 portadores de doenças crônicas e 130.532 crianças de seis meses a menores de dois anos. No Brasil, o público-alvo esperado é de cerca de 20,3 milhões de pessoas. Em nível nacional, a meta é imunizar pelo menos 80% desse número de pessoas. Em todo o País, são mais de 36 mil locais para imunização.

Gestantes

O Ministério da Saúde orienta: todas as grávidas, independentemente do período de gestação, devem ser vacinadas. As mulheres que engravidarem após o fim dessa etapa poderão se imunizar nas fases seguintes. O vice-presidente da Sociedade Goiana de Ginecologia e Obstetrícia (SGGO), Washington Luiz Ferreira Rios, médico obstetra e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG), reforça a recomendação.

Segundo ele, a imunização contra a gripe A H1N1 é segura e não há riscos para o feto. A mãe, esclarece, pode experimentar – como qualquer outra pessoa que se vacinar – os efeitos do que se chama gripe vacinal. “Podem ocorrer efeitos colaterais bastante comuns em qualquer caso de vacinação, como dores pelo corpo (mialgias), febre baixa e mal-estar”, diz o médico. “Não há o que temer. Apesar de ser uma vacina nova, os protocolos estão bem seguros, aprovados tanto pelo Ministério da Saúde quanto pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia”, diz.

Washington Rios explica que a vacina contra a gripe H1N1 a ser utilizada nas gestantes é feita com vírus morto. Nesse caso, torna-se segura porque não há o risco de infectar o organismo da pessoa vacinada com a doença.

Conforme o especialista, além da produção de vacinas com o vírus morto, há outras possibilidades, como produzi-las a partir de vírus vivo atenuado ou de material formado com engenharia genética. “Se a vacina tem o vírus atenuado, aí sim, a pessoa, principalmente com baixa imunidade, pode contrair a doença”, pondera.

Washington Rios faz um alerta: “Quando a gestante é infectada pela gripe A H1N1 é muito difícil tratá-la sem prejudicar a criança. O feto pode enfrentar problemas, de má formação, por exemplo, exatamente por causa do estado materno”. Ele lembra que, dependendo da gravidade do caso, a doença pode levar a gestante à morte.

No que diz respeito às crianças, pais e responsáveis devem levar aos locais de imunização apenas os bebês que já completaram seis meses de idade e os menores de dois anos. É importante não esquecer o cartão de vacinação.

Conforme informa o Ministério da Saúde, as crianças receberão uma dose da vacina dividida em duas vezes. A segunda meia dose será administrada 30 dias após a primeira. Se a criança completar seis meses depois do dia 2 de abril, também poderá ser vacinada normalmente.

SES investiga suspeitas de gripe A

Em 2010 já são 14 casos e quatro mortes sob investigação. Na segunda-feira, começa vacinação do segundo grupo prioritário

Patrícia Drummond

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) já investiga casos suspeitos de gripe A H1N1 em Goiás. De acordo com os números divulgados ontem pelo órgão, embora não existam casos confirmados da doença, dos 37 já notificados este ano 14 são suspeitos. Quatro mortes – duas ocorridas na capital, uma em Aparecida de Goiânia e outra em Trindade – estão sob investigação.

Enquanto novo surto da gripe A não ocorre, o Estado segue com o calendário de vacinação preventiva proposto pelo Ministério da Saúde (MS) para todo o País. Depois da imunização dos trabalhadores da área de saúde nos setores público e privado e da população indígena – com encerramento previsto para hoje –, começa, na segunda-feira, a vacinação da população em geral, distribuída entre grupos de risco.

Dos grupos a serem imunizados nesta etapa de vacinação contra a gripe A H1N1 fazem parte as gestantes – os outros dois grupos são os portadores de doenças crônicas e crianças de seis meses a menores de dois anos de idade. Em Goiás, a expectativa da SES é imunizar 93.883 mulheres grávidas, enquanto durar o cronograma proposto pelo MS, até o dia 21 de maio. Nos consultórios médicos, é grande a quantidade de dúvidas e o receio das futuras mães em relação à vacina (veja quadro ao lado), segundo informa o vice-presidente da Sociedade Goiana de Ginecologia e Obstetrícia, Washington Luiz Ferreira Rios, médico obstetra e professor da Universidade Federal de Goiás. “Quando a gestante é infectada pela gripe A é muito difícil tratá-la sem prejudicar a criança”, explica Washington Luiz.